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Guiné-Bissau: LGDH denuncia "irresponsabilidade" de pais

19 de junho de 2025

Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos reuniu-se com a direção da Polícia Judiciária para abordar "mortes misteriosas de crianças" na Guiné-Bissau.

Rua de Bissau
Foto: DW/F. Tchuma

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos denunciou esta quinta-feira (20.06) a "irresponsabilidade dos pais e encarregados de educação" pela forma como várias crianças têm desaparecido ou aparecido mortas em várias localidades do país nos últimos tempos.

"De março deste ano a esta data morreram cinco crianças em circunstâncias misteriosas", afirmou Bubacar Turé, em declarações aos jornalistas à saída de uma audiência com a direção da Polícia Judiciária.

O presidente da organização não-governamental (ONG) guineense disse que a audiência serviu para abordar "as mortes misteriosas de crianças", com ênfase no caso de dois menores encontrados mortos na quarta-feira num dos bairros de Bissau.

De acordo com Bubacar Turé, as investigações preliminares na posse da Policia Judiciária, a partir de peritagem médica, apontam que aquelas crianças teriam morrido por asfixia dentro de um carro que se encontrava numa oficina.

Críticas aos pais

O líder da Liga Guineense dos Direitos Humanos disse que a situação também se deve à falta de responsabilidade dos pais e encarregados de educação de crianças.

"É inaceitável que um pai esteja a dormir e deixe as suas crianças a andarem à toa nas ruas. É fácil encontrar uma criança de 10 anos a segurar nas mãos duas crianças menores que acompanha para a escola", afirmou Bubacar Turé.

Bubacar TuréFoto: Alison Cabral/DW

O ativista reforçou as críticas aos pais, ao afirmar ser incompreensível verificar a quantidade de crianças nas ruas em dias de festa.

Nas mesmas declarações, Bubacar Turé apelou às autoridades a reforçarem medidas de vigilância, mas também exortou os pais e encarregados de educação a adotarem as mesmas condutas, tendo enumerado casos de crianças mortas, em circunstâncias misteriosas, nos últimos meses.

LGDH pede medidas às autoridades

"Uma criança foi encontrada morta e esquartejada, em São Domingos, sem órgãos vitais, no mês de março (..), foram encontradas as ossadas de uma criança no mês de abril numa aldeia do sul do país, uma criança de um ano e meio foi encontrada morta em Bissorã e agora temos este caso de duas crianças encontradas mortas dentro de uma viatura", relatou.

Sobre estas duas últimas mortes, a Policia Judiciária afasta a hipótese de espancamentos, "como circula pelas redes sociais" de guineenses, disse o presidente da Liga dos Direitos Humanos, que, no entanto, não iliba os pais de responsabilidades.

Bubacar Turé aproveitou a ocasião para apelar à Câmara Municipal de Bissau a adotar medidas no sentido de obrigar as oficinas a trancarem as portas de carros em reparação ou abandonados como forma de evitar que crianças entrem nos veículos.

"Queremos lembrar que este tipo de caso de morte de criança por asfixia nas oficinas não é novo. Já aconteceram três ou quatro casos semelhantes. Está a ser recorrente", sublinhou Turé, que exigiu ainda ao Governo que disponibilize mais meios operacionais e agentes para a Policia Judiciária.

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Lusa Agência de notícias