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Guiné-Bissau: MADEM-G15 aceita "veredito" das eleições

Lusa
16 de março de 2019

Tal como o parceiro de acordo parlamentar, o PRS, o Movimento para a Alternância Democrática anuncia que aceita os resultados eleitorais em nome da estabilidade, apesar de irregularidades registadas.

Braima CamaráFoto: DW/J. Carlos

"Preocupado com a estabilidade e coesão nacional, o nosso partido aceita o veredito dado pelas autoridades competentes. Ficamos abertos a qualquer iniciativa que pretenda instaurar a paz e a tranquilidade no país, embora tenhamos registado irregularidades na região de Gabu", afirmou, em conferência de imprensa, na sede do partido, em Bissau, ocoordenador do Movimento para a Alternância Democrática da Guiné-Bissau (MADEM-G15), Braima Camará.

O MADEM-G15 foi criado há cerca de oito meses por um grupo de dissidentes do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que venceu as legislativas de 10 de março com a eleição de 47 deputados. O partido de Braima Camará ficou em segundo lugar com 27 deputados.

O coordenador do MADEM-G15 agradeceu à população guineense e aos militantes e apoiantes e, também, aos "20 partidos restantes que participaram nas eleições".

"Agradecemos à comunidade nacional e internacional, particularmente à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, pelo apoio e assistência prestados ao nosso país, que culminou com a realização das eleições", afirmou.

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Aos jornalistas, Braima Camará disse também que a preocupação do MADEM-G15 "não é a integração no Governo", mas participar em conjunto "na busca dos grandes consensos e soluções" para que o país possa ter estabilidade, porque a Guiné-Bissau é o mais importante.

"É essa a razão da nossa existência: buscar grandes consensos, por isso é que, apesar de todas as incongruências, nós aceitamos dar oportunidade a este povo, porque sabemos interpretar muito bem a mensagem expressa pelo povo da Guiné-Bissau", afirmou Braima Camará, salientando que o povo não deu maioria absoluta a nenhum partido, mas convidou todos a terem um diálogo político inclusivo.

Para o coordenador do MADEM-G15, quem saiu a ganhar com as eleições legislativas foi o "povo da Guiné-Bissau" e é preciso fazer as grandes reformas, que, segundo os resultados eleitorais, ninguém conseguirá fazer sozinho.

Braima Camará anunciou também que a partir da próxima semana vai começar um périplo pelo país a agradecer aos apoiantes, salientando que o resultado que o seu partido obteve é "inédito" e o partido vai continuar a assumir as suas responsabilidades.

Questionado sobre se já sabe que candidato vai apoiar às eleições presidenciais, que deverão acontecer até ao final deste ano, Braima Camará disse que há "muitos presidenciáveis no partido" e que a seu tempo dará a resposta.

Além do PAIGC e do MADEM, mais quatro partidos conseguiram eleger deputados para o Parlamento guineense, nomeadamente o Partido da Renovação Social, com 21 mandatos, a Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU/PDGB), com 5, e a União para Mudança (UM) e o Partido da Nova Democracia (PND), que elegeram um deputado cada um.

O PAIGC já anunciou um acordo de incidência parlamentar para governar com a APU/PDGB, UM e PND, pelo que deverá garantir apoio da maioria dos deputados eleitos.

O segundo e o terceiro partido, MADEM e PRS respetivamente, celebraram igualmente um acordo parlamentar.

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