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Guiné-Bissau mantém tendência de crescimento perto de 5%

Lusa
12 de novembro de 2023

Economia da Guiné-Bissau deverá manter tendência de crescimento em cerca de 5% neste e no próximo ano, mas continuando a depender dos doadores internacionais para equilibrar o orçamento.

Trabalhadores em Bissau, a capital da Guiné-Bissau
Trabalhadores em Bissau, a capital da Guiné-Bissau Foto: DW/B. Darame

"O aumento das receitas internas e das doações, a contenção das despesas correntes e a limitação das transferências orçamentais serão fundamentais para assegurar a sustentabilidade orçamental", disse o economista do departamento africano do Fundo Monetário Internacional (FMI) Thibault Lamaire. 

Desde 1980, só por quatro vezes a Guiné-Bissau conseguiu crescer acima de 5%, sendo este o valor de referência para a expansão anual da economia deste pequeno país lusófono da África Ocidental.

Inflação

Entretanto, de acordo com os dados históricos do FMI, a Guiné-Bissau deverá registar este ano uma inflação de 8%, o valor mais elevado desde a crise financeira mundial de 2007-2008, quando o aumento dos preços ultrapassou os 10%, mas a média está abaixo de 5% desde o início da década passada.

O objetivo do FMI é baixar a dívida pública da Guiné-BissauFoto: Gripas Yuri/ABACA/IMAGO

"O país continua a ser negativamente afetado pelo efeito que a guerra na Ucrânia tem tido sobre os preços dos combustíveis e produtos alimentares importantes, com a inflação a subir para 8% em 2023", disse o economista do FMI na entrevista à Lusa em Marraquexe, no mês passado, nos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial.

Na última avaliação à economia guineense, por ocasião da terceira avaliação do programa de ajustamento financeiro em curso no país, o FMI disse que apesar da "derrapagem orçamental" em algumas matérias, como salários, a Guiné-Bissau apresenta "avanços significativos nas reformas estruturais, tendo cumprido dois dos três objetivos" definidos e "duas metas estruturais antes do prazo".

Objetivo do FMI

O objetivo do FMI, salientou então o chefe da missão do Fundo no país, José Gijon, é baixar a dívida pública da Guiné-Bissau, que é 10 vezes superior ao acordado, e a melhoria da gestão da tesouraria, um objetivo que será ajudado pelo programa de gestão da administração pública que o FMI e o Banco Mundial têm em curso no país.

Um trabalhador a transportar mercadoriasna Guiné-Bissau, país que mantém tendência de crescimento perto de 5%, mas que deverá regista inflação de 8%Foto: DW/B. Darame

O ministro das Finanças da Guiné-Bissau, Suleimane Seidi, destacou que o programa está quase a completar um ano e que o Governo está empenhado em cumprir as recomendações do FMI.

O governante concretizou o propósito de "garantir a estabilidade política e continuar com rigor na execução da política orçamental", no sentido de aumentar a capacidade de receita e do rigor nas despesas e dívida públicas.

O programa de ajuste financeiro foi acordado em janeiro deste ano com um montante global de 38 milhões de dólares (36 milhões de euros), equivalentes a 23,6 mil milhões de francos cfa, com um prazo de 36 meses e data prevista de conclusão para janeiro de 2026.

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