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Guiné-Bissau: Ministro demissionário voltou atrás na decisão

28 de janeiro de 2021

Vítor Mandinga quebrou o silêncio para reafirmar que continua a discordar com o OGE para 2021, aprovado pelo Parlamento da Guiné-Bissau. Ainda assim vai continuar no Executivo liderado por Nuno Gomes Nabiam.

Präsidentschaftswahl in Guinea-Bissau 2014 Vítor Mandinga
Foto: DW/B. Darame

O ministro da Economia da Guiné-Bissau, Vítor Mandinga, confirmou esta quinta-feira (28.01) à DW África que retomou as funções em janeiro, após ter pedido demissão em novembro por discordar com o Orçamento Geral do Estado (OGE) e a nomeação do vice-primeiro-ministro, Soares Sambú à sua revelia pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló.

Vítor Mandinga referiu na altura que outra razão que o levava a apresentar a demissão era o facto de não subscrever o Orçamento Geral de Estado para 2021, porque o mesmo não tem em conta a reforma da função pública, que considera essencial para o desenvolvimento do país.

"Eu, de facto, tive que retomar em janeiro, por uma razão simples. Achei que tinha que contribuir para a estabilização do país. Evidentemente, mantendo-me convicto daquilo que coloquei na minha carta: que são precisos mais investimentos que possam tirar o país de onde está", disse o ministro à DW África na sua primeira reação oficial sobre o caso que remonta a novembro do ano passado.

Vítor Mandinga defende um acordo com o Fundo Monetário Internacional para garantir uma saída "condigna" de funcionários públicos das suas posições, salientando que é mais "racional realizar o investimento de uma só vez do que o Estado endividar-se durante décadas" para pagar salários aos funcionários públicos.

Conselho de ministros da Guiné-BissauFoto: DW/B. Darame

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"É preciso repensar a dívida externa do país nos orçamentos anuais, mas sem prejudicar o arranque da economia do país, promovendo investimento em infraestruturas, a reforma da função pública, que é indispensável para acabar com estas greves, e dar aos trabalhadores aquilo a que têm direito" disse o ministro. Mandinga alega ainda "que foi mal compreendido nesta matéria. Por isso houve a decisão superior de aprovar o Orçamento Geral de Estado de 2021 tal como está".

Mandinga tem a mesma posição em relação ao Plano Nacional de Desenvolvimento 2020-2023, que não está incorporado no Orçamento de Estado.

 "A decisão de endividar o país para modernizar e reabilitar as nossas infraestruturas deve ser tomada e prosseguida num contexto de transparência e controle democrático", afirmou

Em entrevista telefónica a partir de Bissau, antes de entrar a reunião do conselho de ministros, o titular da pasta da Economia disse acreditar que a "história vai-me dar razão".

Mandinga foi eleito deputado do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), depois de ter abandonado o Partido da Convergência Democrática, acabando por integrar o Governo de Nuno Gomes Nabiam.

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