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Guiné-Bissau: Número de eleitores inscritos supera previsão

Iancuba Dansó (Bissau)
27 de fevereiro de 2023

O Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral anunciou a inscrição de mais de 884.000 eleitores na Guiné-Bissau. Os partidos políticos divergem na análise ao processo de recenseamento, já encerrado a nível nacional.

Foto: DW/B. Barame

Depois de 60 dias de recenseamento e 15 dias adicionais para a inscrição dos eleitores guineenses, o Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE) anunciou que o número dos inscritos ultrapassou as previsões.

"No total nacional, recenseámos 884.134 eleitores, numa previsão de 844.087 [eleitores]. O total da diáspora, em África e na Europa, é de 15.821 recenseados", anunciou esta segunda-feira (27.02) o diretor-geral do GTAPE, Gibril Baldé, na presença dos partidos políticos.

Os últimos dias do recenseamento ainda estão por contabilizar, segundo Gibril Baldé, mas o total ultrapassa de longe o das últimas eleições legislativas realizadas em 2019, em que foram recenseados cerca de 761 mil eleitores.

O recenseamento eleitoral arrancou em 10 de dezembro e já foi encerrado na Guiné-Bissau. O processo vai continuar a decorrer na diáspora. O Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral espera, por isso, que os números de inscritos aumentem.

Esta segunda-feira, teve início o processo de sincronização dos dados do recenseamento eleitoral, que poderá durar até dez dias, segundo o GTAPE. 

MADEM-G15 e PAIGC divergem

Mário Martins, do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15), a segunda maior formação política do país, não vê motivos para contestar o recenseamento eleitoral.

"Em relação aos anos anteriores, o processo [deste ano] correu normalmente, sem grandes sobressaltos e sem reclamações nas brigadas. Em algumas zonas, o GTAPE conseguiu, através das brigadas, recensear mais de 100% [dos eleitores], graças ao empenho não só do MADEM-G15, mas também dos outros partidos", ressaltou. 

Dionísio Pereira, do PAIGC, considera que há muita coisa por explicar relativamente ao processo de recenseamento eleitoralFoto: privat

Mas Dionísio Pereira, do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), diz que há muita coisa ainda por explicar.

"Os cartões [de eleitor] deviam ser impressos no local, mas o que nós vimos é que há alguns eleitores que já foram recenseados e ainda não têm cartões. Oficialmente, o recenseamento foi encerrado no território nacional, mas não se pode fazê-lo e estar [ao mesmo tempo] a entregar os cartões", exemplificou.

No início deste mês, o PAIGC pediu uma auditoria internacional independente aos dados recolhidos pelas brigadas no recenseamento depois de uma análise ao processo, que o partido considerou "à partida viciado e propenso a criar conflitos nas eleições legislativas". 

Em 4 de junho, a Guiné-Bissau deverá realizar, pela sexta vez, eleições legislativas. Tradicionalmente, o recenseamento eleitoral tem sido contestado pelos partidos da oposição, mas o diretor-geral do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral, Gibril Baldé, espera que o processo deste ano traga mudanças.

"A nossa pretensão, de facto, é que este recenseamento de raiz seja o último recenseamento realizado, para que possamos continuar a fazer, a médio prazo, a atualização e, a longo prazo, a unificação da base de dados", concluiu.

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