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Guiné-Bissau: Sinais de crescimento económico em 2023

Lusa
31 de maio de 2023

O país deverá ultrapassar os efeitos da pandemia de Covid-19, neste ano de eleições legislativas. O FMI já tem em curso um programa de ajustamento financeiro para o próximo Governo.

Foto: DW/B. Darame

A Guiné-Bissau deverá ultrapassar os efeitos da pandemia de covid-19 já este ano, com o crescimento a regressar aos níveis anteriores à pandemia, e acelerar para 5% no próximo ano, segundo o FMI.

De acordo com as mais recentes previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia da Guiné-Bissau deverá acelerar para 4,5% e 5% neste e no próximo ano, conseguindo também conter a inflação nos 5% e 3% em 2023 e 2024.

A recuperação económica do país, ainda que fortemente dependente das exportações da castanha de caju, o principal produto de exportação e fonte de receita de 80% da população guineense, estará assim acima da média registada na última década, que foi de 3,9%.

Para este ano, o FMI prevê uma expansão de 4,5%, que terá um ligeiro avanço para 5% em 2023, em linha com os 4,5% registados em 2019, nas vésperas da pandemia que abalou a economia mundial.

Melhorias

Desde 2015, ano em que cresceu 6%, a Guiné-Bissau, que terá eleições legislativas no próximo dia 04 de junho tem vindo a reduzir a expansão económica ano após ano, com uma única interrupção em 2019, ano em que cresceu 4,5%, uma recuperação face aos 3,8% do ano anterior.

A dívida pública deverá registar uma melhoria, passando de 79,5%, no ano passado, para 76,5% este ano e 74,7% em 2024, ainda assim bem acima da média registada entre 2011 e 2019, quando este rácio da dívida sobre o PIB esteve, em média, nos 55,6%.

FMI considera que o desempenho durante os primeiros meses do programa "foi satisfatório"Foto: DW/B. Darame

Plano para o próximo Governo

O FMI tem em curso um programa de ajustamento financeiro, no valor de cerca de 38 milhões de dólares, que deverá acompanhar o próximo Governo durante boa parte do seu mandato.

Na mais recente avaliação do mecanismo de Facilidade de Crédito Alargado (ECF), o FMI diz que foi "satisfatório o desempenho durante os primeiros meses do programa, nomeadamente do lado das medidas estruturais", mas avisa que "ara assegurar a sustentabilidade da dívida e das finanças públicas, será essencial aumentar a receita interna e conter a massa salarial, assim como outras despesas correntes e transferências".

Para além disso, e apontando algumas prioridades para os próximos meses, os técnicos do Fundo alertam também que "devem ser tomadas medidas corretivas adicionais para melhorar o saldo orçamental e gradualmente reduzir a dívida pública", concluindo que, "para o sucesso da implementação do programa apoiado pelo FMI, continua a ser essencial o apoio financeiro adicional da comunidade internacional, apenas mediante donativos e empréstimos concessionais".

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