1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Guiné-Bissau: PAI – Terra Ranka vai cumprir as promessas?

Laianna Janu
8 de agosto de 2023

Durante a campanha eleitoral, a coligação vencedora das eleições fez promessas ambiciosas: impulsionar o crescimento económico, criar emprego e resolver urgentemente as greves na função pública. Quatro anos chegam?

Geraldo Martins toma hoje posse como primeiro-ministro da Guiné-BissauFoto: Privat

"Terra Ranka" significa em crioulo "recomeço" do país. E é isso que a coligação vencedora das eleições se propõe a fazer no programa eleitoral.

A Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) - Terra Ranka, liderada pelo ex-primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, prometeu criar 40 mil novos empregos até 2027. Ambiciona ainda uma média anual de crescimento económico de 7%, oferecendo incentivos fiscais para empresas e impulsionando iniciativas de autoemprego, particularmente para o público jovem.

A ideia é, sobretudo, atrair capital privado, como explica Muniro Conté, porta-voz do PAIGC.

"Porque num país em que o setor privado tem tido uma contribuição valiosa na criação de emprego é preciso a valorização desse setor através do incentivo. Mas também o Governo vai adotar políticas que estimulam o crescimento económico em diversas áreas. Até agora, a castanha de caju tem sido o principal produto básico da exportação", disse em entrevista à DW.

Domingos Simões Pereira, coordenador da coligação vencedora das eleições, a PAI - Terra RankaFoto: Iancuba Dansó/DW

Áreas de investimento

A pesca, a pecuária e a mineração são outras áreas em que a PAI – Terra Ranka pretende investir.

Muitas das ideias já tinham sido apresentadas aos doadores internacionais, há quase dez anos, pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Mas ficaram na gaveta devido à instabilidade política no país.

O politólogo Tamilton Teixeira acredita que é possível concretizar o programa eleitoral da PAI – Terra Ranka, desde que haja uma boa estratégia.

"Há condição para que as pessoas vivam bem aqui. [..] Temos recursos naturais acima daquilo que é a necessidade da populacional. Estamos a falar de praticamente 2 milhões de pessoas quase. Se houver políticas bem direcionadas, a economia nacional pode ser catapultada para um patamar da competição na sub-região”, comenta.

Umaro Sissoco Embaló, Presidente da República da Guiné-BissauFoto: Afolabi Sotunde/REUTERS

Maus indicadores

Hoje, a Guiné-Bissau tem dos menores Índices de Desenvolvimento Humano do mundo, sofre com crises políticas, com o alto custo de vida e a evasão escolar.

Durante a campanha eleitoral, o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, prometeu muitas mudanças, se a coligação que lidera fosse eleita.

"Durante muito tempo este regime tentou convocar a população guineense ao conflito, à rutura, à divisão e fez uso de todo o tipo de artimanhas, felizmente houve calma, houve capacidade para propor um projeto sério", afirmou Simões Pereira no final de maio.

A PAI – Terra Ranka prometeu, até ao final da legislatura, aumentar para 15% o orçamento total do Estado para a educação. Para o setor da saúde, promete 10% de crescimento do investimento. Garantiu ainda que vai rever e ajustar a tabela salarial da função pública.

Guineenses em Portugal protestam contra "regime de Sissoco"

01:56

This browser does not support the video element.