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Guiné-Bissau: PAIGC apreensivo com missão da CEDEAO

Lusa
7 de março de 2020

Secretário nacional do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde admitiu estar "muito apreensivo" com a missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental por desconhecer os objetivos.

Guinea-Bissau Zweite Runde der Präsidentschaftswahlen
Foto: DW/B. Darame

Uma missão de alto nível composta por peritos constitucionais da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental chega esta segunda-feira (09.03) a Bissau para uma resolução do contencioso eleitoral, criado após a segunda volta das presidenciais da Guiné-Bissau.

"Eu estou muito apreensivo, particularmente, e acredito que toda a direção superior do partido também deve estar neste momento com essa apreensão e começamos a pensar o que é que eles vão fazer. Mudar as leis, não podem", afirmou aos jornalistas Ali Hijazi, falando após uma reunião entre a direção do partido, veteranos e antigos combatentes. 

"Talvez venham tentar negociar, mediar. Não sei, porque, até este momento, não estamos na agenda deles", afirmou.

Ali Hijazi disse também que na Guiné-Bissau a "candidatura começa e termina no Supremo Tribunal de Justiça". "É o Supremo Tribunal que vai avalizar o trabalho final da CNE (Comissão Nacional de Eleições) e dizer, sim senhor, este candidato é o vencedor das eleições. A partir daí é que publica no Boletim Oficial e a partir daí é que se marca o empossamento do candidato e isso não aconteceu", referiu. 

Observadores da CEDEAO nas eleições guineensesFoto: DW/B. Darame

PAIGC também precisa de proteção, diz Ali Hijazi

O responsável também questionou o papel das forças de interposição da CEDEAO (ECOMIB) face à atuação das Forças Armadas guineenses, que nos últimos dias ocuparam instituições do Estado, incluindo o Supremo Tribunal de Justiça e o Palácio do Governo.

"Se a Ecomib está aqui na Guiné-Bissau para defender as instituições, agora perguntamos, onde é que eles estão? E porquê que estas situações estão a acontecer? Também é a nossa questão e também não sabemos responder a isso", disse Ali Hijazi, respondendo a jornalistas sobre a atuação desta força. O responsável salientou que o PAIGC também é uma instituição pública e precisa de proteção.

A missão da CEDEAO, que vai permanecer em Bissau até dia 13, é composta por peritos constitucionais e de regulação interinstitucional e vai trabalhar com a Comissão Nacional de Eleições e com o Supremo Tribunal de Justiça para ajudar a uma "resolução rápida do contencioso eleitoral criado após a divulgação dos resultados da segunda volta das presidenciais".

Na reunião deste sábado entre a direção do partido, veteranos e antigos combatentes saíram várias recomendações, incluindo o envio para a Guiné-Bissau uma força de 'capacetes azuis' (das Nações Unidas) para reforçar a ECOMIB e que as Forças Armadas cumpram o seu papel republicano e se retirem para os quartéis e deixem de "amedrontar" a população.

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