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PAIGC diz ter sido impedido de homenagear Amílcar Cabral

Lusa
21 de janeiro de 2024

Vice-presidente do PAIGC lamentou ontem que uma delegação do partido tenha sido impedida de aceder às instalações do Estado-Maior das Forças Armadas para homenagear Amílcar Cabral.

Sede do PAIGC em Bissau
Sede do PAIGC em BissauFoto: Moussa Balde/epa/picture alliance

Geraldo Martins, também ex-primeiro-ministro guineense, disse aos jornalistas que um militar, que se encontrava no portão principal do Estado-Maior das Forças Armadas, na fortaleza de Amura, em Bissau, impediu o acesso da delegação do PAIGC ao local ontem (20.01), dia em que se assinalou 51 anos do assassinato do líder histórico. 

O militar afirmou que tinha recebido "ordens superiores" nesse sentido, acrescentou. O mausoléu nacional está na fortaleza de Amura e lá estão sepultados os restos mortais de Amílcar Cabral, fundador das nacionalidades guineense e cabo-verdiana.

Geraldo Martins, também ex-primeiro-ministro guineense (foto de arquivo)Foto: privat

"Celebrações não serão beliscadas"

"Lamentamos que assim seja. Cabral é o fundador do PAIGC, fundador da nacionalidade guineense, mas sobretudo Cabral foi um pan-africanista e significa muito para o mundo", observou Geraldo Martins.

O político disse que as celebrações de ontem, que também marcam o centenário do nascimento de Amílcar Cabral, a celebrar a 12 de setembro, "não serão beliscadas" com o impedimento de acesso ao mausoléu nacional, onde, disse, iriam "celebrar Cabral e todos os combatentes da Liberdade da pátria aí sepultados".

Geraldo Martins explicou que o PAIGC fez contactos com o Estado-Maior General das Forças, mas não conseguiu aceder ao local "devido a ordens que vieram de cima".

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Centenário de Cabral

"É com tristeza. Todo o mundo celebra Cabral. Em vários países celebra-se o centenário de Cabral", que nasceu a 12 de setembro de 1924, em Bafatá, notou Martins.

O vice-presidente do PAIGC observou que os guineenses "devem celebrar Cabral com regozijo, com entusiasmo" por ser uma figura nacional e "não uma figura qualquer".

"Nesta tentativa de celebrar Cabral  haver essas atitudes entristece-nos", sublinhou o vice-presidente do PAIGC, partido que acabou por depositar coroas de flores num busto de Cabral na avenida que tem o seu nome, que liga o palácio da presidência ao porto de Pindjiguiti, em Bissau.

Sissoco Embaló prestou homenagem a Amílcar Cabral, cujo 51.º aniversário do seu assassinato foi celebrado ontem (foto de arquivo)Foto: Phill Magakoe/AFP

Declarações

Em declarações aos jornalistas no aeroporto de Bissau, quando se deslocava para assistir à posse do Presidente reeleito da República Democrática do Congo, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, considerou a celebração do centenário de Cabral "discutível".

"Amílcar Cabral é líder do PAIGC e fundador, mas a celebração [do centenário] é discutível. Este ano vamos comemorar 100 anos de nascimento de Amílcar Cabral, mas tal como em Cabo Verde houve debate sobre a questão, nós também temos essa situação cá, estamos a gerir para chegar a um consenso", disse Sissoco Embaló.

Neste domingo (21.01), porém, Sissoco Embaló prestou homenagem a Amílcar Cabral, fundador da nacionalidade, cujo 51.º aniversário do seu assassinato foi celebrado no sábado, embora sem cerimónias oficiais na Guiné-Bissau. 

Acompanhado de alguns membros do Governo de iniciativa presidencial e das chefias militares, Sissoco Embaló depositou coroas de flores na campa de Amílcar Cabral, assassinado a 20 de janeiro de 1973, na Guiné-Conacri.

Sissoco Embaló disse ainda que vai convidar "muitos Presidentes" da República para se deslocarem a Bissau aquando do aniversário do centenário de Amílcar Cabral, em setembro, e frisou que aquelas comemorações "não são de um partido político". 

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