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Guiné-Bissau: PAIGC pede recontagem de votos

Lusa
10 de janeiro de 2020

O advogado Carlos Pinto Pereira, que representa Domingos Simões Pereira, diz que cerca de 110 mil votos foram manipulados e que só uma recontagem poderá determinar quem realmente venceu as presidenciais na Guiné-Bissau.

Foto: DW/B. Darame

Falando em nome do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que suportou a candidatura de Domingos Simões Pereira, o advogado esclareceu que não se está a pedir a anulação das eleições "como dizem os outros", mas " a descoberta da verdade eleitoral".

Por discordar com os resultados apresentados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e que dão Umaro Sissoco Embaló como o vencedor da segunda volta das presidenciais guineense, o coletivo de advogados que representam o PAIGC interpôs um recurso ao plenário do Supremo Tribunal de Justiça, que na Guiné-Bissau tem também as competências de tribunal eleitoral.

Carlos Pinto Pereira frisou que a candidatura de Simões Pereira não podia reclamar nas mesas de assembleia de votos, na Comissão Regional de Eleições ou na CNE, conforme manda a lei eleitoral, porque, disse, "as anomalias só foram detetadas depois".

"Intrusão no sistema de dados da CNE"

"Tivemos informações, que conseguimos provar ao tribunal, que cerca de 110 mil votos foram manipulados. Alguém violou o sistema informático da CNE", observou Carlos Pinto Pereira, que, em resposta à Lusa, esclareceu que há suspeitas em como aqueles votos teriam sido subtraídos a Domingos Simões Pereira.

Para o advogado só uma peritagem poderá esclarecer as suspeitas de intrusão no sistema de dados da CNE e a recontagem de votos dissipar dúvidas sobre os números angariados nas urnas pelos dois candidatos à segunda volta de 29 de dezembro.

"A peritagem é uma coisa que se pode fazer em 24 horas e a recontagem de votos à frente de toda gente", sublinhou Carlos Pinto Pereira, para quem os resultados eleitorais foram alterados, com base na alegada manipulação ao banco de dados da CNE.

Supremo Tribunal de Justiça (STJ) deverá pronunciar a sua decisão esta sexta-feira (10.01), à luz dos prazos legais, e Carlos Pinto Pereira garantiu que a candidatura de Simões Pereira aceitará qualquer veredicto.

Impugnação de eleições: O que alega Domingos Simões Pereira?

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