Guiné-Bissau "pode e tem condições" para presidir à CPLP
30 de agosto de 2023Umaro Sissoco Embaló regressou terça-feira (29.08) a Bissau depois de alguns dias de férias fora do país, interrompidas para participar na 14ª cimeira da CPLP, que decorreu no domingo, em São Tomé e Príncipe, e na qual ficou decidido que a próxima presidência será assumida pela Guiné-Bissau, dentro de dois anos.
O Presidente chegou a admitir, em julho, que a Guiné-Bissau podia abdicar da presidência e a dúvida manteve-se até ao final da cimeira de domingo, em que foi confirmada a escolha. À chegada no aeroporto de Bissau, afirmou aos jornalistas que nunca assumiu "essa posição de não assumir a presidência" da CPLP.
"Penso que é importante assumirmos depois de ser avaliado pelos meus pares em São Tomé, no entanto, não há um diplomacia fixa , tem que se saber também ceder, tomar e dar. Portugal, Angola, todos eles entenderam que é a vez da Guiné-Bissau e, portanto, é a Guiné-Bissau, porque é o país que assume, não é pessoa", acrescentou.
Sissoco garantiu que a Guiné-Bissau "pode e tem condições" para esta tarefa e lembrou outros compromissos do país na sub-região africana, nomeadamente a troika que forma com a Nigéria e o Benim na CEDEAO ( Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental).
Vincou ainda que a Guiné-Bissau posiciona-se "como futuro presidente do UEMOA", a União Económico e Monetária do Oeste Africana.
"Candidata de peso" à União Africana
Sissoco Embaló declarou também o seu apoio à candidatura da antiga ministra guineense, Suzy Barbosa à Comissão da União Africana (CUA), considerando que é uma "candidata de peso".
A imprensa francesa avançou que a antiga ministra do Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau entrou na corrida à sucessão de Moussa Faki Mahamat, cujo mandato como presidente da Comissão da União Africana termina no início de 2025.
"É candidata de peso", defendeu o chefe de Estado guineense, alegando que a candidatura de Suzy Barbosa não surge por ela ter sido ministra do Negócios Estrangeiros do governo liderado pelo atual Presidente, mas porque "ela deixou uma marca".
"O que é verdade (é que) qualquer guineense ou país da nossa sub-região teria muito prazer e orgulho de ter uma ministra do calibre dela", afirmou.
Se a antiga ministra for a escolhida para o cargo, "é mais um orgulho para a Guiné-Bissau", assim como para a CPLP, na opinião do Presidente.