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Bissau: PJ pede verbas para combater narcotráfico

Lusa
7 de setembro de 2019

Diretora da PJ guineense alerta para urgência de condições de trabalho no combate ao narcotráfico. Para primeiro-ministro, Aristides Gomes, país precisa de "limpeza" para deixar de ser "santuário" do crime organizado. 

Symbolbild Kokain
Cocaína (Foto de arquivo/2018)Foto: picture-alliance/dpa

A diretora da Polícia Judiciária (PJ) da Guiné-Bissau, Filomena Mendes, alertou neste sábado (07.9) para a urgência de criar-se condições para que aquela força de investigação criminal possa combater o narcotráfico, que ameaça a soberania do país.

"Num ambiente de crescente expansão do tráfico de drogas a nível sub-regional, a Guiné-Bissau continua a registar fortes fragilidades sendo urgente a criação de condições materiais e o reforço das verbas à Polícia Judiciária para fazer face a este fenómeno, que ameaça a nossa soberania e põe em causa o bom nome e dignidade do povo", afirmou Filomena Mendes.

A diretora da PJ falava aos jornalistas momentos antes da incineração de quase duas toneladas de cocaína, que decorreu nos arredores de Bissau.

"Santuário" para o crime organizado.

Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides GomesFoto: Präsidentschaft von Guinea-Bissau

Por sua vez, o primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, afirmou, também neste sábado, que o país precisa de uma "limpeza" para deixar de ser um "santuário" para o crime organizado.

"Sem segurança, sem estabilidade e sem uma limpeza para que o país não seja um santuário para o crime organizado, neste caso para o tráfico de droga, nós não captamos investimentos para valorizar os nossos recursos nacionais", disse Aristides Gomes. 

O primeiro-ministro guineense, que chegou ao país depois de uma visita ao Japão, Timor-Leste e Indonésia, falava aos jornalistas no final daquela cerimónia de incineração de quase duas toneladas de cocaína, apreendidas na segunda-feira pela Polícia Judiciária (PJ) guineense, e que decorreu nos arredores de Bissau. 

Operação "Navarra"

A PJ guineense anunciou na segunda-feira (02.9), no âmbito da operação "Navarra", a apreensão de quase duas toneladas de cocaína - a maior feita na Guiné-Bissau.

No âmbito da operação foram também detidas 10 pessoas de várias nacionalidades.

Drogas incineradas na Guiné-Bissau (Foto de Arquivo)Foto: DW/B. Darame

A operação, segundo a diretora da PJ guineense, revelou a "estrutura de uma organização criminosa de alto nível e bastante poderosa", que "agora foi desmantelada".

Além da detenção de 10 pessoas, a PJ apreendeu viaturas de luxo, prédios, lanchas rápidas e telefones satélite.

 "A PJ está ciente das suas atribuições e vem assumindo mais do que nunca a sua responsabilidade no combate cerrado ao tráfico de droga e a organizações criminosas que tendem a aproveitar o posicionamento geoestratégico da Guiné-Bissau e a exploram as debilidades que dizem respeito à capacidade de controlo efetivo da totalidade do território", disse a diretora da PJ guineense.

Filomena Mendes apelou também para que seja construída uma nova sede, que esteja "adequada ao desempenho das atribuições da PJ".

Apoio das Nações Unidas

As Nações Unidas também encorajaram, neste sábado (07.9), a PJ da Guiné-Bissau a prosseguir com a luta contra o tráfico de droga, assegurando o seu apoio e assistência. 

"Encorajo os polícias a continuarem a realizar intervenções de segurança eficazes que manterão a Guiné-Bissau protegida dos perigos do tráfico de droga e do seu impacto na sociedade em geral", afirmou Donatella Giubilaro, diretora da secção de Assuntos Políticos da Missão Integrada da ONU para a Consolidação da Paz (UNIOGBIS). 

Donatella Giubilaro, que falava em nome da representante especial do secretário-geral da ONU para a Guiné-Bissau, salientou que o problema do narcotráfico inclui a sub-região, e lembrou a apreensão de nove toneladas de cocaína em Cabo Verde.