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Guiné-Bissau: Presidente convida PAIGC a integrar o Governo

Iancuba Dansó (Bissau)
9 de setembro de 2020

O PAIGC recebeu uma proposta do Presidente da Guiné-Bissau para fazer parte do Governo e promete analisá-la. O Presidente da Comissão da CEDEAO reitera em Bissau o apoio à presidência de Sissoco Embaló.

Guinea-Bissau Zweite Runde der Präsidentschaftswahlen
Foto: DW/B. Darame

O chefe de Estado guineense esteve reunido esta quarta-feira (09.09), com a direção do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) para análise da situação política no país. Fonte do PAIGC revelou à DW África que o partido liderado por Domigos Simões Pereira recebeu a proposta do Presidente da República “para integrar o atual Governo”, liderado por Nuno Gomes Nabiam. 

“Sobre o Governo, nós falamos e vamos transmitir aquilo que foi a nossa discussão com a sua excelência, o Presidente da República. O PAIGC vai tomar as providencias devidas e vamos voltar ao assunto com ele”, disse a segunda vice-presidente do “partido dos libertadores” Odete Semedo à saída da reunião com o Presidente guineense.

Odete Semedo, segunda vice-presidente do PAIGC, diz que o partido vai analisar a "mensagem" do PresidenteFoto: privat

Odete Semedo, que chefiou a delegação do PAIGC, adianta que a direção superior do partido terá que analisar a proposta feita pelo Chefe de Estado, antes da próxima reunião com Sissoco Embaló.

Trata-se do primeiro encontro entre o Presidente guineense Sissoco Embaló e a direção do PAIGC, desde que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) "legitimou" o atual chefe de Estado na Presidência da República, colocando um ponto final no processo eleitoral. O contencioso fora interposto por Domingos Simões Pereira na instância suprema da justiça, depois de ter sido declarado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), derrotado na segunda volta das presidenciais guineenses, realizadas em dezembro de 2019. 

Governo constitucional 

O analista político Rui Landim defende à DW África que um novo Governo deve obedecer a Constituição da Guiné-Bissau. 

“Tem que ser na base de princípios e na legalidade. Não é depois de destruir todos os princípios e espezinhar todas as regras e aparecer com umas coisas artificiais para tentar arranjar soluções”. 
A situação política guineense tem aquecido na Guiné-Bissau, desde que se instalaram as atuais autoridades e o PAIGC tem denunciado perseguição e ameaças contra os seus dirigentes. 

Analista político, Rui LandimFoto: DW/B. Darme

O editor chefe do Semanário “Última Hora”, Sabino Santos, afirma que a integração do PAIGC no Governo não irá desanuviar a tensão política no país: 

“A acalmia do ambiente político na Guiné-Bissau, a meu ver, não será a curto prazo. Não passa exclusivamente pela integração do PAIGC no Governo. A integração do PAIGC pode abrir outras frentes de batalha por parte de outros partidos políticos e quem sabe se a integração do PAIGC pode ser abandono de um ou outro partido”, antevê o jornalista guineense. 

CEDEAO apoia Sissoco 

Em audiência esta quarta-feira com o Presidente Umaro Sissoco Embaló esteve também o presidente da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). Jean-Claude Kassi Brou disse ter felicitado o Chefe de Estado guineense pela sua vitória eleitoral e reiterado o apoio da CEDEAO ao Presidente da República. 

Entretanto, o Parlamento guineense iniciou esta quarta-feira o debate para discutir vários assuntos, com destaque para a lei do Orçamento Geral do Estado (OGE) e o Plano Nacional de Desenvolvimento.   
 

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