GB: PRS apoia Embaló, "Movimento de Salvação" alia-se a DSP
Lusa | cvt
8 de dezembro de 2019
PRS anuncia apoio "incondicional" a Umaro Sissoco Emabaló na segunda volta das presidenciais. Jomav também apoia Embaló e fala em "transferência" de gestão. "Movimento de Salvação do PRS" diz que DSP é "escolha certa".
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O Partido de Renovação Social (PRS) decidiu "prestar o seu total e incondicional apoio político ao candidato presidencial general Umaro Sissoco Embaló por entender ser o que reúne melhores condições para garantir a unidade nacional, reconciliação e estabilidade política governativa, pressupostos essenciais à salvaguarda da paz e desenvolvimento", refere o partido, o terceiro mais votado nas legislativas de março.
Num comunicado, emitido na sequência da reunião da comissão política, realizada no sábado (07.12), em Bissau, o PRS apela também aos seus "dirigentes, militantes e simpatizantes", no país e na diáspora, para participarem ativamente na campanha eleitoral de Umaro Sissoco Embaló.
Também no sábado, o chamado "Movimento de Salvação do PRS e da Memória de Kumba Ialá" da Guiné-Bissau declarou o seu apoio à candidatura de Domingos Simões Pereira à segunda volta.
"O Movimento de Salvação em memória de Kumba Ialá, após uma reflexão séria, tendo sempre como pressuposto o desenvolvimento da Guiné-Bissau acima de tudo, decidiu aqui hoje manifestar o seu total apoio ao candidato Domingos Simões Pereira", afirmou Ibraima Sori Djaló, antigo presidente do parlamento guineense e um dos fundadores do PRS.
Numa declaração à imprensa, lida numa unidade hoteleira em Bissau, Sori Djaló salientou que Domingos Simões Pereira é uma personalidade com uma "conduta moral exemplar, com uma autoridade académica e científica indiscutível e é reconhecido a nível nacional e internacional".
"Chegou a hora de fazermos a escolha certa e Domingos Simões Pereira será o Presidente da salvação de que a Guiné-Bissau precisa", afirmou.
Jomav fala em "transferência” da gestão
Já o Presidente cessante da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, assinou este sábado um acordo de apoio político a Umaro Sissoco Embaló.
"Hoje não é o fim, mas uma transferência. A partir de hoje passamos todos para a sede de candidatura do general Umaro Sissoco Embaló", afirmou José Mário Vaz, na sua sede de candidatura na presença de dezenas dos seus apoiantes.
Antes de assinar o acordo político com Braima Camará, coordenador do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15), partido que apoia o candidato Umaro Sissoco Embaló, José Mário Vaz pediu autorização aos seus apoiantes para assinar o acordo.
"Posso assinar?", questionou os apoiantes, que responderam que sim, para acrescentar que aquela assinatura não era só dele, mas de todos.
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MADEM-G15 elogia Jomav
Braima Camará, que assinou o acordo em nome de Umaro Sissoco Embaló, destacou aquelas que considerou serem as obras do Presidente cessante.
"José Mário Vaz marcou a sua época e a história positiva da Guiné-Bissau. Isto foi o fim de uma etapa, mas o início de outra de grande responsabilidade", disse.
O coordenador nacional do MADEM-G15 recordou que José Mário Vaz foi o primeiro Presidente do país a terminar o seu mandato, que quando foi presidente da Câmara de Bissau a cidade era limpa e que foi um "dos melhores ministros das Finanças" do país.
José Mário Vaz não passou à segunda volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau, tendo obtido 12,41% dos votos.
A segunda volta, marcada para 29 de dezembro, será disputada entre Domingos Simões Pereira (PAIGC) e Umaro Sissoco Embaló (MADEM-G15). A campanha eleitoral terá início no próximo dia 13.
Na primeira volta, Domingos Simões Pereira obteve 40,13% dos votos.
Umaro Sissoco Embaló foi o segundo candidato mais votado e obteve 27,65% dos votos.
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Domingos Simões Pereira e Umaro Sissoco Embaló disputam segunda volta das presidenciais na Guiné-Bissau, a 29 de dezembro. Balanço da primeira volta das eleições feito pela CPLP, CEDEAO e União Africana é positivo.
Foto: DW/B. Darame
Domingos Simões Pereira vs Umaro Sissoco Embaló
Domingos Simões Pereira foi o vencedor das presidenciais na Guiné-Bissau, no entanto, não alcançou a maioria necessária para assumir o poder. O candidato apoiado pelo PAIGC conseguiu 222.870 votos, o que representa 40,13% do eleitorado. Seguiu-se Umaro Sissoco Embaló, do MADEM-G15, com 153.530 votos, ou seja, 27,65%.
Foto: DW/B. Darame
Medalha de bronze para Nabiam
Em terceiro lugar ficou Nuno Nabiam, com 13,16% dos votos. Seguiu-se José Mário Vaz, com 12,41%, Carlos Gomes Júnior, com 2,66%, e Baciro Djá, com 1,28% do eleitorado. Vicente Fernandes conseguiu 0,77% dos votos, Mamadu Iaia Djaló 0,51%, Idriça Djaló 0,46% e Mutaro Intai Djabi 0,43% dos votos. Os candidatos que obtiveram os piores resultados foram Gabriel Fernando Indi e António Afonso Té.
Foto: picture alliance/dpa
PAIGC pede apoio de APU e FREPASNA
Segue-se agora a segunda volta, marcada para 29 de dezembro. Domingos Simões Pereira, do PAIGC, já pediu o apoio aos partidos APU-PDGB e FREPASNA. DSP disse aceitar e respeitar os resultados eleitorais divulgados e deixou um recado a Sissoco Embaló: que na campanha para a segunda volta, não serão tolerados discursos de divisão dos guineenses: "serão atacados judicial e politicamente", disse.
Foto: DW/B. Darame
MADEM-G15 conta com apoiantes de Jomav
Por sua vez, Umaro Sissoco Embaló disse confiar na vitória na segunda e voltou a fazer acusações ao adversário Domingos Simões Pereira. "A Guiné-Bissau era um país laico e de concórdia nacional, Domingos Simões Pereira semeou o ódio e a divisão entre os guineenses". Embaló já havia anunciado, antes da primeira volta, que existia um acordo entre vários partidos contra DSP, em caso de segunda volta.
Foto: Privat
Grande derrotado
O antigo chefe de Estado da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, é já considerado o grande derrotado das presidenciais. Jomav, que concorreu como independente às eleições de 24 de novembro, ficou em quarto lugar na votação, atrás de Domingos Simões Pereira, Umaro Sissoco Embaló e Nuno Nabiam. O ex-Presidente conseguiu apenas 12,41% dos votos.
Foto: DW/B. Darame
Votação ordeira
A votação de 24 de novembro foi acompanhada por 23 observadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), 54 da União Africana, 60 da CEDEAO e 47 dos Estados Unidos da América. Todos elogiaram a "calma" e "serenidade" do processo.
Foto: picture-alliance/Xinhua News Agency
Votação "transparente"
Também a CNE deu nota positiva ao processo, dando conta de que não foram registados incidentes que possam comprometer a votação. Nestas eleições, nenhum dos 12 candidatos apresentou contestações ao processo de votação. Já na véspera das eleições presidenciais, Felisberta Moura Vaz, porta-voz da CNE, havia garantido à DW que o sistema eleitoral no país "é tão transparente que não permite fraude".
Foto: DW/B. Darame
Monitorização da sociedade civil
As eleições presidenciais, assim como aconteceu nas legislativas, voltaram a contar com o trabalho da Célula de Monitorização Eleitoral da Sociedade Civil. Após a votação, a plataforma deu nota positiva ao dia eleitoral, salientando que tudo "decorreu conforme o previsto". A rede contou com 422 observadores em todas as regiões da Guiné-Bissau.
Foto: DW/B. Darame
Doze candidatos
Durante a campanha eleitoral, foram muitas as críticas feitas aos considerados fracos discursos e programas de governação apresentados. Em entrevista à DW, a Rede Nacional das Associações Juvenis considerou que alguns candidatos deixavam muito a desejar e que outros "confundem os poderes do Presidente da República com os do Executivo nas promessas eleitorais que fazem nos comícios".
Foto: DW/B. Darame
Jomav demite governo
A campanha para as presidenciais ficou marcada pela nomeação, por parte de José Mário Vaz, de um novo Governo liderado por Faustino Imbali, que foi recusado pela comunidade internacional, e que acabou por se demitir pouco tempo depois. O próprio Jomav disse-se desautorizado pelas forças de segurança, que não facilitaram a efetivação do decreto presidencial que ditou esta nomeação.