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Guiné-Bissau: PRS vai renunciar a acordo político com PAIGC

Lusa
12 de janeiro de 2024

O Partido da Renovação Social (PRS) da Guiné-Bissau vai renunciar ao acordo de incidência parlamentar e governativo que mantinha com o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Fernando Dias, presidente interino do Partido da Renovação Social (PRS) da Guiné-Bissau
Fernando Dias, presidente interino do PRSFoto: Iancuba Dansó/DW

A decisão deverá sair da reunião da Comissão Política, hoje convocada pelo presidente interino do PRS, Fernando Dias, e será anunciada no domingo (14.01), dia em que o partido assinala o 32.º aniversário.

"O presidente do partido fará um pronunciamento nesta ocasião e anunciará a renúncia ao acordo com o PAIGC", disse à Lusa fonte do PRS, terceira força mais votada no parlamento, dissolvido pelo chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embalo.

A fonte do PRS não indicou os motivos que estarão na base da renúncia ao acordo que o PAIGC firmou com o PRS, no âmbito da Plataforma Aliança Inclusiva (PAI- Terra Ranka) que liderava e que venceu as eleições legislativas de junho com uma maioria absoluta.

O acordo permitiu à plataforma Terra Ranka contar com uma maioria confortável no parlamento e serviu de base para a formação do Governo, entretanto demitido por Umaro Sissoco Embalo a 04 de dezembro.

"Nós, do PRS, decidimos assinar este acordo em nome da estabilidade da Guiné-Bissau, em nome de combate à fome que assola o país neste momento e em nome de seguir a orientação que o povo da Guiné-Bissau deu em relação à coligação PAI - Terra Ranka", afirmou Fernando Dias, no dia da assinatura do documento, a 27 de julho.

Dias disse então que esperava que o povo guineense voltasse a ter confiança no PRS após "erros cometidos no passado".

O líder da plataforma Terra Ranka, Domingos Simões Pereira, dizia tratar-se de um "momento especial" em que os dirigentes iriam trabalhar para atender às necessidades do povo.

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Dissolução do Parlamento

Evocando uma grave crise institucional no país, com foco no parlamento, o Presidente guineense dissolveu aquele órgão e ainda demitiu o Governo da PAI-Terra Ranka e nomeou um executivo da sua iniciativa.

O Presidente denunciou ter ocorrido uma tentativa de golpe de Estado na sequência de trocas de tiros entre elementos da Guarda Nacional e das Forças Armadas a 30 de novembro e 1 de dezembro.

A Guarda Nacional é acusada de ter tentado libertar das celas dois membros do Governo da plataforma Terra Ranka que estão a ser investigados num processo de pagamentos do Estado a empresários.

O PAIGC e outros partidos da aliança têm vindo a denunciar a decisão de Umaro Sissoco Embalo, que consideram inconstitucional, com base no artigo 94 da Constituição do país que veda a possibilidade de dissolução do parlamento 12 meses depois das eleições.

O PRS integra o Governo de iniciativa presidencial, que o PAIGC também considera de ilegal por não sair de eleições e ainda por ser uma figura inexistente na Constituição guineense.

Mário Bedam, presidente da comissão organizadora do 32.º aniversário da fundação do PRS, adiantou hoje que no domingo, durante as comemorações oficiais, o partido irá anunciar formalmente uma aliança com a Assembleia do Povo Unido - Partido Social Democrata da Guiné-Bissau (APU-PDGB).

A APU-PDGB é liderada por Nuno Nabiam, ex-primeiro-ministro e atual conselheiro político do chefe de Estado guineense, sendo que era o único deputado do partido no parlamento dissolvido.

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