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Liberdade de imprensaGuiné-Bissau

Guiné-Bissau: Rádio Capital FM retoma emissões

gcs | bd
26 de agosto de 2020

A Rádio Capital FM anunciou esta quarta-feira que voltou a emitir, um mês depois das suas instalações serem vandalizadas. A emissora diz que isso foi possível graças a amigos, que ajudaram a adquirir novos materiais.

Foto: DW/D. Iancuba

A Rádio Capital FM (CFM) anunciou esta quarta-feira (26.08) que retomou as suas emissões, um mês depois de homens armados, uniformizados, destruírem vários equipamentos, incluindo o aparelho emissor, a mesa de mistura e o processador de áudio.

"Os responsáveis da rádio privada decidiram pela retoma das atividades da CFM, com o apoio dos ouvintes e amigos da rádio, que ajudaram na aquisição de 'novos materiais'", lê-se no site "Capital News".

Segundo o diretor-executivo da CFM, Lassana Cassamá, uma associação de jornalistas espanhola emprestou equipamentos essenciais para garantir a emissão. Além disso, a população também contribuiu, oferecendo microfones, cabos e auscultadores para que a emissora voltasse ao ar.

"Estamos a falar de uma nova rádio em emergência, em termos de equipamentos", afirmou Cassamá em entrevista à DW África. "Os danos são incalculáveis, não só do ponto de vista económico, mas também relativamente aos danos psicológicos e morais. Quantas receitas económicas é que perdemos durante um mês que ficámos sem emissão?"

Dos 38 mil euros necessários para a compra de novos equipamentos, a diáspora guineense já angariou, através de uma campanha nas redes sociais, mais de 10 mil.

Equipamento da Capital FM foi destruído por homens armados, que ameaçaram o segurança da rádioFoto: DW/D. Iancuba

"Quem manda em nós é o povo"

Lassana Cassamá afirma que a rádio retoma as emissões ainda em fase experimental. No entanto, assegura que a CFM não mudará a sua linha editorial, apesar das intimidações.

"Não se pode alterar a linha editorial aberta de uma rádio, uma linha editorial virada para a promoção do exercício de cidadania. Somos servidores, quem manda em nós é o povo. E, quando o povo quer uma coisa, não há como renunciar ou negar isso."

O Sindicato dos Jornalistas da Guiné-Bissau disse que a vandalização das instalações da CFM, na madrugada de 26 de julho, foi um "atentado à liberdade de imprensa e de expressão" no país. Na altura, a presidente do sindicato, Indira Correia Baldé, responsabilizou ainda o Estado pelo sucedido, por ser a ele que compete "garantir a segurança dos profissionais e dos órgãos de comunicação social".

Tanto o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, como o Governo e o Parlamento condenaram o ato de vandalismo na CFM.

De acordo com a "Capital News", um mês depois do sucedido, os resultados das investigações "ainda não são conhecidos" e "ninguém foi detido ou indiciado pelo ataque à Rádio Capital FM, apesar de várias promessas das autoridades políticas."

Artigo atualizado às 17:51 (CET) de 26 de agosto de 2020, acrescentando as declarações do diretor-executivo da Rádio Capital FM, Lassana Cassamá.

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