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Guiné-Bissau: DSP critica suspensão da RTP, RDP e Lusa

25 de agosto de 2025

Domingos Simões Pereira criticou a suspensão da RTP, RDP e Lusa na Guiné-Bissau, considerando-a infundada. Jovens na diáspora denunciam violações da Constituição e apelam à mudança.

Portugal Vila Nova de Gaia 2023 | RTP
Domingos Simões Pereira criticou a suspensão da RTP, RDP e Lusa na Guiné-Bissau, considerando-a infundadaFoto: Rita Franca/SOPA Images/ZUMA/picture alliance

Domingos Simões Pereira já havia alertado que "a Guiné-Bissau se aproximava perigosamente de uma situação de não-Estado". Sem esconder a sua preocupação, o líder do PAIGC reagiu à recente suspensão dos serviços e à expulsão, de Bissau, de órgãos de comunicação portugueses — nomeadamente a RTP, a RDP e a Lusa — numa altura em que o país se prepara para novas eleições legislativas e presidenciais.

 

"Na altura, tentámos alertar todos os potenciais parceiros da Guiné-Bissau para a necessidade de contribuírem no sentido de evitar que tal situação se instalasse. Isso foi mal interpretado”, lamentou o também Presidente da Assembleia Nacional Popular.

"É triste verificar que, mesmo perante violações tão flagrantes e graves das liberdades fundamentais dos cidadãos", na Guiné-Bissau, diz Domigos Simões PereiraFoto: João Carlos/DW

Para Simões Pereira: "É triste verificar que, mesmo perante violações tão flagrantes e graves das liberdades fundamentais dos cidadãos, muitos se limitam a observar e seguir em frente."

O político diz ainda que "quando, numa sociedade como a guineense, valores básicos de liberdade são postos em causa, é toda a humanidade que está a ser confrontada. Cada um de nós tem a responsabilidade de erguer a sua voz e mobilizar-se para um combate que é global."

Jovens clamam por mudanças

Domingos Simões Pereira falava à DW no encerramento no sábado, de um colóquio internacional promovido pela representação da Juventude Amílcar Cabral (JAAC) na diáspora. O líder do PAIGC, igualmente candidato às próximas eleições presidenciais, deposita esperança no protagonismo dos jovens para mudar o rumo do país, apesar das adversidades e crises políticas dos últimos anos.

"Pelo menos transmite-nos um sentimento de esperança ao vermos jovens a assumirem esse protagonismo, determinados a cumprir o seu papel geracional, através da aprendizagem," disse.

Diáspora guineense reflete sobre a situação sociopolítica na Guiné-BissauFoto: João Carlos/DW

Simões Pereira acredita no dinamismo e na energia da nova geração, que se mostra determinada a influenciar mudanças por uma Guiné-Bissau mais estável e democrática. Os jovens participantes no colóquio reconhecem que o país enfrenta uma violação sistemática dos Direitos Humanos, em particular da Constituição. Daí a importância desta reflexão em Lisboa sobre um novo rumo para o país, sublinha Aguinaldo Indi, secretário-geral da JAAC Portugal.


"Falta-nos democracia. Imagina: temos um país onde o Parlamento é dissolvido sem respeito pela Constituição; onde o Supremo Tribunal de Justiça foi sequestrado," denunciou Indi, acrescentando que "nós, enquanto jovens, temos a responsabilidade de lutar pela verdade e pela democracia. Não basta falar de liberdade, é preciso lutar por ela."

Mais espaço para a juventude

Apartidária, Aminatá Aicha Djau, finalista do curso de Direito na Universidade de Lisboa, mostra-se atenta aos sobressaltos no seu país. A estudante diz que classifica a violação dos princípios constitucionais como "um dos maiores problemas do país".

"Não estamos numa fase que permita dizer que estamos melhor. Isso é mentira. Todos temos essa noção, mas acredito que podemos melhorar. Se derem oportunidade aos jovens, o rumo pode ser diferente," expressou Aminatá Aicha Djau.

Aminatá Aicha Djau clama por mais espaço para a juventude na arena política guineenseFoto: João Carlos/DW

Mas para isso, a jovem considera ainda ser importante, "fazer os políticos entenderem que temos visão e conhecimento. Sabemos o que é liberdade de expressão, sabemos o que é ser livre."

Perante os vários cenários de crise política vividos nos últimos anos e com novas eleições à vista , é consensual que o país precisa da contribuição dos jovens para mudar de rumo e apostar no desenvolvimento.

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