A Guiné-Bissau tem um novo escândalo político. Em vídeos que circulam nas redes sociais, dirigentes do partido de coligação governamental MADEM-G15 atacam verbalmente o Presidente Umaro Sissoco Embaló.
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O país seguiu com atenção as disputas públicas levadas a cabo através da imprensa, entre o coordenador Nacional do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15), Braima Camará, e o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, oriundo daquela segunda maior formação política, sobre a forma como está a ser conduzido o país.
Agora surgem vídeos da última reunião do Conselho Nacional do partido, em que destacados dirigentes fazem acusações e acusam o chefe de Estado de governar de forma autoritária.
A situação é consternadora, disse à DW África o líder do Partido de Unidade Nacional, Idriça Djaló, que não integra o atual Governo: "Estamos no epicentro de uma grave crise que se pode tornar numa grave crise nacional, se as medidas adequadas não forem tomadas".
Ameaças do Presidente
As críticas à atuação do chefe de Estado multiplicam-se. José Carlos Macedo, que é também deputado da nação, afirmou que, numa das sessões do Parlamento, recebeu um telefonema ameaçador do Presidente, depois de ter considerado inconstitucional a nomeação do vice-primeiro-ministro por Sissoco Embaló.
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O chefe de Estado guineense ainda não reagiu aos ataques de que foi alvo na reunião em que foi aprovada uma moção de confiança à sua pessoa.
O jornalista Sabino Santos acha que ainda é cedo prever o que vai acontecer, mas não acredita que o MADEM-G15 abandone a coligação e force a demissão do Governo. "Mas eu acredito que, se o primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam se envolver ao lado de uma das partes, certamente que a governação ficará atingida”.
"Presidente deve legitimar-se"
Para o líder da União para a Mudança (UM), Agnelo Regala, a solução da crise política está nas mãos do chefe de Estado: "Em primeiro lugar, há uma necessidade de o Presidente se legitimar, para poder ser, efetivamente, um elemento no jogo político constitucional. Continua um Presidente eleito, mas não passou os trâmites previstos constitucionalmente e regimentalmente, falando da Assembleia Nacional Popular (ANP), da sua legitimação".
A DW África tentou, sem sucesso, ouvir os partidos da coligação governamental, sobre o ambiente de crispação que se vive no Movimento para Alternância Democrática.
Entretanto, citado pela agência de notícias Lusa, o primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam garantiu esta quinta-feira que a coligação no Governo no país "continua com toda a força", salientando que os problemas ultrapassam-se com diálogo.
Questionado sobre a tensão política entre o coordenador nacional do MADEM-G15 e o Presidente guineense, o chefe do Governo disse que é "normal em política".
"A política é um jogo de interesses, mas para todas as partes a Guiné-Bissau está acima de todos os interesses", afirmou Nuno Gomes Nabiam.
Parque Natural do Rio Cacheu: Uma Guiné-Bissau desconhecida
No Parque dos Tarrafes de Cacheu esconde-se o melhor de uma Guiné-Bissau quase desconhecida. Pesca de camarão no Rio Chacheu chega a atingir 80% das licenças atribuídas, nomeadamente aos países da União Europeia.
Foto: DW/B. Darame
Três tipos de mangais
Impressiona a cobertura de mangal, tal como a vida que é levada no interior do parque de Cacheu, onde salta à vista o potencial para o ecoturismo. O parque protege a maior concentração contínua dos mangais na sub-região africana.
Foto: DW/B. Darame
Roteiro de ecoturismo
Ameaça chover no Parque Natural dos Tarrafes de Cacheu. Este local faz parte do roteiro de ecoturismo. A pesca artesanal praticada pelos povos locais, desprovidos de quaisquer meios de seguranca, é o que sustenta a riqueza da zona.
Foto: DW/B. Darame
Desfrutar da pesca
No primeiro dia após a abertura do repouso biológico do rio Cacheu, os pescadores puderam verificar que os peixes aumentaram em quantidade e tamanho.
Foto: DW/B. Darame
Pesca em família
Pai e filho durante uma sessão de pesca no interior do Parque Natural dos Tarrafes do Rio Cacheu. A pesca artesanal e de subsistência é a alavanca de várias famílias ao redor das cidades de Cacheu, São Domingos e Farim.
Foto: DW/B. Darame
Efeitos da exploração abusiva
A erosão costeira é uma das ameaças devido ao corte do mangal e da agricultura itinerante ao nível do interior do parque. A pressão sobre os recursos é notória tendo como base o aumento demográfico.
Foto: DW/B. Darame
Práticas ecológicas
A conciliação da exploração dos recursos e práticas ecológicas tendo em vista a perenidade dos recursos é apontada como o caminho para a sustentabilidade das comunidades residentes no Parque Natural dos Terrafes de Cacheu. Os habitantes fazem o cultivo de arroz à mão - uma produção ainda mecânica.
Foto: DW/B. Darame
Cultivo de Arroz
O cultivo e a colheita do arroz, a base da dieta alimentar dos guineenses, é uma atividade feita na época das chuvas que visa garantir o autosuficiência alimentar dos povos de campo. É uma atividade que envolve homens, mulheres e crianças no interior da Guiné-Bissau.
Foto: DW/B. Darame
Produção de carvão
As alternativas à produção energética para o consumo doméstico é um dos desafios da conservação na Guiné-Bissau. Troncos árvores são colocados numa espécie de forno para a sua transformação em carvão. O produto é usado essencialmente na cozinha.
Foto: DW/B. Darame
Casas improvisadas
A existência de santuários no interior do parque é um dos valores simbólicos mais importantes que a cultura desempenha na conservação do espaço natural e na ligação entre a população local e o parque.
Foto: DW/B. Darame
Diversão dos jovens no porto
Saltos e mergulhos são as atividades de lazer prediletas dos jovens no Porto de Cacheu ao fim da tarde. Um processo quase que de socialização obrigatória.