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Direito e JustiçaGuiné-Conacri

Guiné-Conacri: Condenação de Dadis Camará causa satisfação

Abdoulaye Sadio Diallo
2 de agosto de 2024

Moussa Dadis Camará, ex-chefe da junta militar no poder na Guiné Conacri, foi condenado por crimes contra humanidade no caso do massacre de 28 de setembro de 2009. Vítimas e os seus advogados manifestaram satisfação.

Guinea Ex-Junta-Chef Moussa Dadis Camara aus Gefängnis entkommen
Foto: epa/dpa/picture alliance

Na Guiné-Conacri, continuam a chegar as reações após a condenação por crimes contra a humanidade do capitão Moussa Dadis Camará. O antigo líder da junta militar foi condenado na quarta-feira (31.07) a 20 anos de prisão no julgamento de um massacre cometido, em 2009, durante a sua presidência.

Alpha Amadou Bah, um dos advogados das vítimas, exprimiu a sua satisfação: "Os arguidos foram condenados a penas que consideramos aceitáveis. Porque os crimes foram hediondos, muitas pessoas perderam a vida, algumas estão a sofrer até hoje por terem sido profanadas no estádio, e há pessoas que infelizmente ainda não encontrámos". 

 As penas aplicadas aos arguidos considerados culpados não agradam muitas vítimas, algumas das quais consideram a decisão do tribunal "branda" para com os seus torturadores. Mas para Asmaou Diallo, presidente da Associação de Pais, Vítimas e Amigos do 28 de setembro (AVIPA), o veredito é "o culminar de uma luta de 15 anos".

Vítimas do massacre de 28 de setembro de 2009 a serem transportadas para o funeral (foto de arquivo)Foto: Seyllou/AFP/Getty Images

Alívio, apesar da dor

Ela própria perdeu um dos seus filhos na carnificina que teve lugar no estádio 28 de setembro, onde pelo menos 157 pessoas foram mortas e 109 mulheres foram violadas, de acordo com uma comissão da ONU.

"Hoje sentimos um imenso alívio, mesmo que a dor das nossas perdas permaneça. Esta sensação de realização é tingida de tristeza porque nada, nada pode trazer de volta os nossos entes queridos", diz Asmaou Diallo. 

Os advogados de defesa contactados pela DW após a sentença não quiseram comentar. É de salientar que a audiência desta quarta-feira (31.07) decorreu na ausência dos advogados de defesa e da parte civil. Mas em comunicado, os advogados do ex-Presidente da Guiné-Conacri anunciaram esta quinta-feira (01.08) que vão recorrer.

Esta é a primeira vez na história da Guiné que um antigo chefe de Estado é julgado e condenado.

Guiné-Conacri: Em busca de contributos para os ODS

04:46

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Abdoulaye Sadio Diallo Journalist
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