O Governo da Guiné Equatorial prepara um pacote legislativo para que haja uma utilização responsável dos cibernautas. Também há planos para emissões em português na rádio e TV nacionais para fomentar o uso da língua.
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A confirmação é de Virgilio Seriche Riloha, vice-ministro da comunicação social daquele país que participa pela primeira vez, em Bona, na Alemanha, no Global Media Forum (GMF), organizado pela Deutsche Welle.
O país dirigido por Teodoro Obiang Nguema desde 1979 prepara atualmente uma legislação que visa controlar a utilização das redes sociais por parte da população equato-guineense, como disse à DW África, à margem do GMF, Virgilio Seriche Riloha, vice-ministro da Comunicação Social da Guiné Equatorial.
"Na Guiné Equatorial, é sobretudo a juventude quem mais utiliza o Facebook, mas também o Whatsapp é utilizado agora para quase todos os fins. Daí que dizemos que, muitas vezes, existe o perigo de uma má utilização dessas redes e por isso a Guiné Equatorial tomou a iniciativa de legislar sobre a utilização correta das redes socais. São normas básicas de utilização que vão contribuir para que essas redes sociais sejam utilizadas de forma responsável" afirma Riloha.
Porque as redes sociais têm muita força junto da população da Guiné Equatorial, o ministro Virgilio Riloha deixa claro que a intenção do seu Governo é exercer verdadeiramente um controlo sobre os conteúdos veiculados por estas plataformas.
"Elas têm tanta força, ao ponto de quererem ultrapassar a própria imprensa tradicional. Daí a necessidade de serem controlados os conteúdos dessas redes sociais, porque muitas vezes são divulgados temas e assuntos que não vão de encontro aos anseios da sociedade no seu todo", considera.
Cooperação
A Guiné Equatorial, que pela primeira vez participa neste encontro de três dias organizado pela DW, mostrou-se, através do seu vice-ministro da Comunicação Social, interessada em introduzir blocos em português nas emissoras nacionais de TV e de rádio para fomentar o uso da língua portuguesa.
"Foi um primeiro contacto que me permitiu ter uma boa conversação com responsáveis da DW e penso que outras oportunidades irão surgir visando esta cooperação com a rádio internacional da Alemanha, em matéria de programas em língua portuguesa, para que os nossos media possam também transmitir esses conteúdos", disse.
Recorde-se que a Guiné Equatorial é o mais recente membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e trabalha desta forma para massificar o ensino da língua portuguesa como a terceira língua do pais, através dos meios de comunicação social.
Os chefes de Estado há mais tempo no poder
São presidentes, príncipes, reis ou sultões, de África, da Ásia ou da Europa. Estes são os dez chefes de Estado há mais tempo no poder.
Foto: Jack Taylor/Getty Images
Do golpe de Estado até hoje - Teodoro Obiang Nguema
Teodoro Obiang Nguema Mbasogo assumiu a Presidência da Guiné Equatorial em 1979, ainda antes de José Eduardo dos Santos. Teodoro Obiang Nguema derrubou o seu tio do poder: Francisco Macías Nguema foi executado em setembro de 1979. A Guiné Equatorial é um dos países mais ricos de África devido às receitas do petróleo e do gás, mas a maioria dos cidadãos não beneficia dessa riqueza.
Foto: DW/R. Graça
O Presidente que adora luxo - Paul Biya
Paul Biya é chefe de Estado dos Camarões desde novembro de 1982. Muitos dos camaroneses que falam inglês sentem-se excluídos pelo francófono Biya. E o Presidente também tem sido alvo de críticas pelas despesas que faz. Durante as férias, terá pago alegadamente 25 mil euros por dia pelo aluguer de uma vivenda. Na foto, está acompanhado da mulher Chantal Biya.
Foto: Reuters
Mudou a Constituição para viabilizar a reeleição - Yoweri Museveni
Yoweri Museveni já foi confirmado seis vezes como Presidente do Uganda. Para poder concorrer às eleições de 2021, Museveni mudou a Constituição e retirou o limite de idade de 75 anos. Venceu o pleito com 58,6% dos votos, reafirmando-se como um dos líderes autoritários mais antigos do mundo. O candidato da oposição, Bobi Wine, alegou fraude generalizada na votação e rejeitou os resultados oficiais.
Foto: Getty Images/AFP/I. Kasamani
"O Leão de Eswatini" - Mswati III
Mswati III é o último governante absolutista de África. Desde 1986, dirige o reino de Eswatini, a antiga Suazilândia. Acredita-se que tem 210 irmãos; o seu pai Sobhuza II teve 70 mulheres. A tradição da poligamia continua no seu reinado: até 2020, Mswati III teve 15 esposas. O seu estilo de vida luxuoso causou protestos no país, mas a polícia costuma reprimir as manifestações no reino.
Foto: Getty Images/AFP/J. Jackson
O sultão acima de tudo - Haji Hassanal Bolkiah
Há quase cinco décadas que o sultão Haji Hassanal Bolkiah é chefe de Estado e Governo e ministro dos Negócios Estrangeiros, do Comércio, das Finanças e da Defesa do Brunei. Há mais de 600 anos que a política do país é dirigida por sultões. Hassanal Bolkiah, de 74 anos, é um dos últimos manarcas absolutos no mundo.
Foto: Imago/Xinhua/J. Wong
Monarca bilionário - Hans-Adam II
Desde 1989, Hans-Adam II (esq.) é chefe de Estado do Liechtenstein, um pequeno principado situado entre a Áustria e a Suiça. Em 2004, nomeou o filho Aloísio (dir.) como seu representante, embora continue a chefiar o país. Hans-Adam II é dono do grupo bancário LGT. Com uma fortuna pessoal estimada em mais de 3 mil milhões de euros é considerado o soberano europeu mais rico.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Nieboer
De pastor a parceiro do Ocidente - Idriss Déby
Idriss Déby (à esq.) foi Presidente do Chade de 1990 a 2021. Filho de pastores, Déby formou-se em França como piloto de combate. Apesar do seu autoritarismo, Déby foi um parceiro do Ocidente na luta contra o extremismo islâmico (na foto com o Presidente francês Macron). Em abril de 2021, um apenas dia após após a confirmação da sua sexta vitória eleitoral, Déby foi morto num combate com rebeldes.
Foto: Eliot Blondet/abaca/picture alliance
Procurado por genocídio - Omar al-Bashir
Omar al-Bashir foi Presidente do Sudão entre 1993 e 2019. Chegou ao poder em 1989 depois de um golpe de Estado sangrento. O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu em 2009 um mandado de captura contra al-Bashir por alegada implicação em crimes de genocídio e de guerra no Darfur. Em 2019, foi deposto e preso após uma onda de protestos no país.
Foto: Getty Images/AFP/A. Shazly
O adeus - José Eduardo dos Santos
José Eduardo dos Santos foi, durante 38 anos (de 1979 a 2017), chefe de Estado de Angola. Mas não se recandidatou nas eleições de 2017. Apesar do boom económico durante o seu mandato, grande parte da população continua a viver na pobreza. José Eduardo dos Santos tem sido frequentemente acusado de corrupção e de desvio das receitas da venda do petróleo. A sua família é uma das mais ricas de África.
Foto: picture-alliance/dpa/P.Novais
Fã de si próprio - Robert Mugabe
Robert Mugabe chegou a ser o mais velho chefe de Estado do mundo (com uma idade de 93 anos). O Presidente do Zimbabué esteve quase 30 anos na Presidência. Antes foi o primeiro-ministro. Naquela época, aconteceram vários massacres que vitimaram milhares de pessoas. Também foi criticado por alegada corrupção. Após um levantamento militar, renunciou à Presidência em 2017. Morreu dois anos mais tarde.