O Exército da Guiné Equatorial anunciou quarta-feira ter abatido um "mercenário", na sequência de conflitos com um grupo de soldados a soldo, numa floresta junto às fronteiras com os Camarões e o Gabão.
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Depois da troca de tiros, os "mercenários", cujo número não foi revelado, "dispersaram-se pela floresta" perto da cidade de Ebibeyin, referiu a televisão estatal TVGE.
As autoridades de Guiné Equatorial revelaram que foi evitado "um golpe de Estado" em finais de dezembro, perpetrado por um grupo de mercenários "estrangeiros" em nome de "partidos de oposição radical" na Guiné Equatorial.
A 27 de dezembro, cerca de três dezenas de homens armados foram presos pela polícia dos Camarões, na fronteira com a Guiné Equatorial, não muito longe do local onde se registaram os conflitos desta quarta-feira, segundo fontes camaronesas e diplomáticas da Guiné Equatorial.
Oposição nega intervenção no golpe
A agência France Presse revelou que o embaixador da Guiné Equatorial no Chade, Enrique Nsue Anguesom, foi preso em 30 de dezembro.
O principal partido da oposição na Guiné Equatorial, Cidadãos para a Inovação (CI), negou qualquer intervenção no presumível golpe de Estado.
Depois das eleições de 12 de novembro, com o partido do poder a obter 99 dos 100 lugares no parlamento, o CI denunciou as "dezenas" de detenções de seus militantes, na capital política, Malabo, e económica, Bata.
No sábado (30.01), o Presidente Obiang denunciou uma "guerra" em preparação contra ele por, afirmou, está a ser realizada por ter já passado "muito tempo no poder".
General chadiano acusado de orquestrar golpe
Os meios políticos ligados ao poder na Guiné Equatorial acusaram quarta-feira (03.01) o general chadiano Mahamat Kodo Bani de ser o "cabecilha" da alegada tentativa de golpe de Estado, que o Presidente equato-guineense diz ter abortado na passada quinta-feira (28.12).
De acordo com a Associação para a Solidariedade Democrática com a Guiné Equatorial (Asodegue), Mahamat Kodo Bani, general do exército do Chade entre 1990 e 2005, será o responsável pela orquestração de um suposto golpe de Estado, "em conjunto com o sargento equato-guineense Abassolo". Segundo a versão da polícia camaronesa, o general chadiano foi detido "com uma importante quantidade de dinheiro".
O partido da oposição Cidadãos para a Inovação (CI), o único com representação parlamentar, tem vindo a denunciar desde a semana passada a detenção de centenas de militantes, alvo também de tortura por parte das forças de segurança, alertou que cinco deles, três dirigentes do partido, estão em estado crítico.
O CI alertou também para a presença de 45 militantes na sede do partido em Malabo e de outros 50 na de Bata, segunda cidade do país, onde se refugiaram por estarem a ser alvo de buscas e de detenções nas suas residências.
Os chefes de Estado há mais tempo no poder
São presidentes, príncipes, reis ou sultões, de África, da Ásia ou da Europa. Estes são os dez chefes de Estado há mais tempo no poder.
Foto: Jack Taylor/Getty Images
Do golpe de Estado até hoje - Teodoro Obiang Nguema
Teodoro Obiang Nguema Mbasogo assumiu a Presidência da Guiné Equatorial em 1979, ainda antes de José Eduardo dos Santos. Teodoro Obiang Nguema derrubou o seu tio do poder: Francisco Macías Nguema foi executado em setembro de 1979. A Guiné Equatorial é um dos países mais ricos de África devido às receitas do petróleo e do gás, mas a maioria dos cidadãos não beneficia dessa riqueza.
Foto: DW/R. Graça
O Presidente que adora luxo - Paul Biya
Paul Biya é chefe de Estado dos Camarões desde novembro de 1982. Muitos dos camaroneses que falam inglês sentem-se excluídos pelo francófono Biya. E o Presidente também tem sido alvo de críticas pelas despesas que faz. Durante as férias, terá pago alegadamente 25 mil euros por dia pelo aluguer de uma vivenda. Na foto, está acompanhado da mulher Chantal Biya.
Foto: Reuters
Mudou a Constituição para viabilizar a reeleição - Yoweri Museveni
Yoweri Museveni já foi confirmado seis vezes como Presidente do Uganda. Para poder concorrer às eleições de 2021, Museveni mudou a Constituição e retirou o limite de idade de 75 anos. Venceu o pleito com 58,6% dos votos, reafirmando-se como um dos líderes autoritários mais antigos do mundo. O candidato da oposição, Bobi Wine, alegou fraude generalizada na votação e rejeitou os resultados oficiais.
Foto: Getty Images/AFP/I. Kasamani
"O Leão de Eswatini" - Mswati III
Mswati III é o último governante absolutista de África. Desde 1986, dirige o reino de Eswatini, a antiga Suazilândia. Acredita-se que tem 210 irmãos; o seu pai Sobhuza II teve 70 mulheres. A tradição da poligamia continua no seu reinado: até 2020, Mswati III teve 15 esposas. O seu estilo de vida luxuoso causou protestos no país, mas a polícia costuma reprimir as manifestações no reino.
Foto: Getty Images/AFP/J. Jackson
O sultão acima de tudo - Haji Hassanal Bolkiah
Há quase cinco décadas que o sultão Haji Hassanal Bolkiah é chefe de Estado e Governo e ministro dos Negócios Estrangeiros, do Comércio, das Finanças e da Defesa do Brunei. Há mais de 600 anos que a política do país é dirigida por sultões. Hassanal Bolkiah, de 74 anos, é um dos últimos manarcas absolutos no mundo.
Foto: Imago/Xinhua/J. Wong
Monarca bilionário - Hans-Adam II
Desde 1989, Hans-Adam II (esq.) é chefe de Estado do Liechtenstein, um pequeno principado situado entre a Áustria e a Suiça. Em 2004, nomeou o filho Aloísio (dir.) como seu representante, embora continue a chefiar o país. Hans-Adam II é dono do grupo bancário LGT. Com uma fortuna pessoal estimada em mais de 3 mil milhões de euros é considerado o soberano europeu mais rico.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Nieboer
De pastor a parceiro do Ocidente - Idriss Déby
Idriss Déby (à esq.) foi Presidente do Chade de 1990 a 2021. Filho de pastores, Déby formou-se em França como piloto de combate. Apesar do seu autoritarismo, Déby foi um parceiro do Ocidente na luta contra o extremismo islâmico (na foto com o Presidente francês Macron). Em abril de 2021, um apenas dia após após a confirmação da sua sexta vitória eleitoral, Déby foi morto num combate com rebeldes.
Foto: Eliot Blondet/abaca/picture alliance
Procurado por genocídio - Omar al-Bashir
Omar al-Bashir foi Presidente do Sudão entre 1993 e 2019. Chegou ao poder em 1989 depois de um golpe de Estado sangrento. O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu em 2009 um mandado de captura contra al-Bashir por alegada implicação em crimes de genocídio e de guerra no Darfur. Em 2019, foi deposto e preso após uma onda de protestos no país.
Foto: Getty Images/AFP/A. Shazly
O adeus - José Eduardo dos Santos
José Eduardo dos Santos foi, durante 38 anos (de 1979 a 2017), chefe de Estado de Angola. Mas não se recandidatou nas eleições de 2017. Apesar do boom económico durante o seu mandato, grande parte da população continua a viver na pobreza. José Eduardo dos Santos tem sido frequentemente acusado de corrupção e de desvio das receitas da venda do petróleo. A sua família é uma das mais ricas de África.
Foto: picture-alliance/dpa/P.Novais
Fã de si próprio - Robert Mugabe
Robert Mugabe chegou a ser o mais velho chefe de Estado do mundo (com uma idade de 93 anos). O Presidente do Zimbabué esteve quase 30 anos na Presidência. Antes foi o primeiro-ministro. Naquela época, aconteceram vários massacres que vitimaram milhares de pessoas. Também foi criticado por alegada corrupção. Após um levantamento militar, renunciou à Presidência em 2017. Morreu dois anos mais tarde.