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Guiné Equatorial será o único da CPLP em recessão em 2017

Lusa
17 de janeiro de 2017

O mais recente membro da comunidade lusófona terá uma recessão de 2,2%. Moçambique e São Tomé e Príncipe vão registar o maior crescimento.

Symbolbild Äquatorial-Guinea
Foto: picture alliance/ANP

De acordo com o relatório "Situação Económica Mundial e Perspetivas 2017" divulgado esta terça-feira (17.01) em Nova Iorque, pela Divisão de Análise e Política de Desenvolvimento do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais da Organização das Nações Unidas (ONU), a Guiné Equatorial terá uma recessão de 2,2% antes de retomar o crescimento em 2018.

No outro extremo, o Estado-membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que deverá registar o maior crescimento é Moçambique e São Tomé e Príncipe. A ONU a estima que ambos tenham uma expansão económica de 5,5%.

O Brasil deverá recuperar 0,6%, em 2017, depois de ter tido um crescimento negativo nos últimos dois anos.

No que diz respeito a África, onde está a maior parte dos países que falam português, a ONU espera uma "recuperação económica moderada em 2017 e 2018", prevendo 3,2% e 3,8%, respetivamente, acima dos 2,7% e 2,9% esperados para a economia mundial.

Marcadas diferenças na inflação

O relatório também salienta as marcadas diferenças na inflação em África, além dos diferentes níveis de crescimento económico, consoante haja uma maior ou menor exposição e dependência em relaçãi aos preços das matérias-primas, nomeadamente o petróleo.As previsões, diz a ONU, devem ser encaradas com cautela devido ao "elevado grau de incerteza sobre o ambiente político internacional", chamando também a atenção para o risco que significa o facto de haver "níveis elevados de dívida em moeda estrangeira", nomeadamente em Moçambique e em Angola.

Foto: MARTIN BUREAU/AFP/Getty Images

O abrandamento do crescimento da economa da China e uma recaída dos preços do petróleo são outros dos riscos para o crescimento em África, que enfrenta também a possibilidade de "uma escalada das preocupações de segurança e de instabilidade política, que pode refrear o investimento externo".

Restaurar o crescimento

O relatório defende, para África, "uma abordagem equilibrada, não só para restaurar o crescimento robusto a médio prazo, mas também para atingir um progresso maior no desenvolvimento sustentável".

Por último, o relatório da ONU argumenta que, como o preço das matérias-primas vai aumentar apenas marginalmente. Os países africanos devem "fortalecer as medidas políticas para lidar com as fraquezas estruturais, incluindo medidas para acelerar a diversificação económica, reconstruir as almofadas orçamentais e promover a criação de emprego".

Crescimento económico em 2017e 2018

Angola: 1,8% / 2,8%

Brasil: 0,6% / 1,6%

Cabo Verde: 3,5% / 3,8%

Guiné-Bissau: 4,0% / 4,1%

Guiné Equatorial: -2,2% / 1,5

Moçambique: 5,5% / 6,2%

Portugal: 1,4% / 1,3%

São Tomé e Príncipe: 5,5% / 5,5%

Timor-Leste: 5,1% / 5,6%

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