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Guineenses apelam ao diálogo para superar crise política

João Carlos (Lisboa) / gcs / Lusa17 de agosto de 2015

Foi convocada para esta segunda-feira (17.08) uma manifestação de apoio ao primeiro-ministro demissionário, Domingos Simões Pereira. Mulheres guineenses apelam ao diálogo, tal como a diáspora guineense em Portugal.

Foto: João Carlos

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) convocou para esta segunda-feira, 17 de agosto, uma "mega-manifestação" de apoio ao primeiro-ministro demissionário.

O protesto ocorre no mesmo dia em que o Presidente guineense, José Mário Vaz, deverá ficar a saber qual o candidato sugerido pelo partido no poder para chefiar o novo Governo. Domingos Simões Pereira, demitido pelo chefe de Estado na quarta-feira passada, deverá ser novamente proposto pelo PAIGC. O partido anunciou essa intenção na semana passada, justificando que os seus estatutos prevêem a nomeação do líder do PAIGC para o cargo de primeiro-ministro, em caso de vitória nas legislativas.

Apelos à estabilidade e diálogo

Entretanto, multiplicam-se os apelos à estabilidade política na Guiné-Bissau. Elisa Pinto, presidente da Rede das Mulheres para a Paz na África Ocidental, pediu às esposas do Presidente e primeiro-ministro para convencerem os maridos a adotarem a via do diálogo para ultrapassar a crise política no país.

"Há sempre espaço para o diálogo, para que o país não caia num abismo", disse Elisa Pinto à DW África, na sexta-feira.

Protesto em Lisboa, no sábado (15.08)Foto: João Carlos

Os apelos ao diálogo também se ouviram na capital portuguesa.

"Como mulher e mãe, deixei tudo para trás para pedir ao nosso Presidente, primeiro-ministro e presidente da Assembleia para resolverem urgentemente esta crise, através do diálogo", disse Isabel, uma guineense a viver em Portugal que saiu às ruas de Lisboa em protesto, no sábado. "Já chega, estamos cansados, queremos voltar à nossa terra."

"Basta uma pequena faísca…"

Isabel desfilou com um pequeno grupo de manifestantes do Mosteiro dos Jerónimos até à Embaixada da Guiné-Bissau, no Restelo, para exigir diálogo, paz e estabilidade. Transportavam cartazes. Entre estes lia-se: "Queremos a dupla que o Povo elegeu: JOMAV e Domingos".

"Nós, na diáspora, tentámos contactar outros países da Europa e da América para fazermos, todos, um apelo a estas duas pessoas que foram eleitas democraticamente. Queremos que eles coloquem de lado os diferendos pessoais e continuem a assumir a responsabilidade que o povo lhes confiou", disse José Alaje Baldé, coordenador do Fórum da Diáspora para o Diálogo e Desenvolvimento da Guiné-Bissau."

Foi uma manifestação pacífica e silenciosa frente à Embaixada da Guiné-Bissau, guardada por um grupo de forças policiais. Na ocasião, uma representação dos guineenses na diáspora entregou uma carta-manifesto endereçada ao Presidente da República e ao primeiro-ministro guineenses, em que se pede estabilidade no país.

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"Este problema é preocupante, porque, na Guiné-Bissau, basta haver uma pequena faísca para haver lume", afirmou Malan Gomes, conselheiro da comunidade guineense junto do Alto Comissariado português para as Migrações.

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