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Guineenses em Angola almejam eleições livres e transparentes

José Adalberto
31 de maio de 2023

Comunidade guineense residente em Angola faz votos de que as eleições legislativas de 4 de junho decorram dentro dos princípios da liberdade, pede tolerância pelas diferenças e respeito pelos resultados.

Marginal de Luanda
Vista parcial da capital angolana, LuandaFoto: Johannes Beck/DW

A falta de condições logísticas não permitiu o recenseamento dos cerca de 1.500 guineenses que vivem em Angola, o que os afasta da possibilidade de votar nas legislativas de 4 de junho. Mesmo assim, dizem-se atentos ao evoluir da campanha eleitoral.

Amadu Djaurá, presidente da Associação dos Guineenses Residentes em Angola, revela que a comunidade acompanha com expectativa os dias que antecedem o sufrágio: "É um ambiente de festa. Como é costume na Guiné-Bissau, quando chega a época das eleições, é uma época festiva, tipo Carnaval, Natal ou Ano Novo. Não fugimos à regra, aqui em Angola, estamos a acompanhar do jeito que acompanhamos na Guiné-Bissau."

Amadeu Djaurá é presidente da Associação dos Guineenses Residentes em AngolaFoto: José Adalberto/DW

Campanha preocupante

Filomeno Pires, residente em Angola há mais de duas décadas, vê com apreensão o desenrolar da campanha eleitoral no seu país. 

"Nós estamos a acompanhar o processo eleitoral todo, que já parte com vícios," considera.

"Começa desde o CNJ [Conselho Nacional da Juventude], [para o qual] deveria ter sido criado um novo secretariado, porque o que lá está, está caducado. Mesmo a transição do antigo presidente para o [Tribunal] Supremo já diz qualquer coisa," argumenta.

A campanha eleitoral esteve marcada por constantes ataques pessoais e acusações de falta de transparência, sobretudo dos partidos políticos da oposição.

Questionado se esta atitude poderia afetar a afluência dos guineenses às urnas, Amadu Djaurá afirma que, "em princípio, são questões dos políticos que, antes do jogo, ou antes da eleição, cada qual procura puxar a brasa à sua sardinha. Não podemos ainda tirar conclusões precipitadas, dizendo se há indícios de fraude ou não, mas o nosso desejo é que isso não aconteça".

Filomeno Pires, residente em Angola há mais de duas décadas, tem estado a acompanhar o processo eleitoral na Guiné-BissauFoto: José Adalberto/DW

Eleições livres, justas e transparentes

Para alguns guineenses, as forças de defesa e segurança do país são uma fragilidade do sistema. Filomeno Pires apela aos militares para que se afastem de atividades políticas e não se deixam influenciar pelos atores políticos. 

"Nós estamos aqui na diáspora e estamos a pensar que a Guiné-Bissau tem que mudar. Se não mudar, está a ir para um fosso, com muita força," afirma. 

A residir em Angola há mais de dez anos, Mirza Cristóvão apela aos seus concidadãos para que façam escolhas sábias. Aos partidos políticos concorrentes nas eleições legislativas, pede para que respeitem os resultados que saírem das urnas. 

"O desejo que tenho. Para o meu país, é que possa desenvolver bem, que as eleições decorram com fidelidade e transparência," diz.

"Que o guineense vote com sabedoria, quem ganhar mande com inteligência e quem perder respeite quem ganhou as eleições. Isso é mais importante, porque onde não há respeito, há confusão," conclui.

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