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China: Massacre em Tiananmen há 30 anos

Rodrigo Vaz Pinto
4 de junho de 2019

O Massacre de Tiananmen foi um dos acontecimentos históricos mais importantes das últimas décadas, que mudou a forma como a China passou a relacionar-se com o exterior, mas também como controla o seu povo.

China Tiananmen Square in Beijing
Praça TiananmenFoto: Getty Images/AFP/M. Knight

O massacre na Praça Tiananmen, na China, aconteceu há precisamente 30 anos. Este protesto popular em Pequim resultou do descontentamento face à corrupção, à falta de liberdade de expressão e ao fraco desenvolvimento do país. O resultado foi a morte de milhares de pessoas e uma repressão ainda mais forte por parte do governo chinês.

Zhou Fengsuo esteve presente na Praça Tiananmen no dia 4 de junho de 1989. Ele foi um dos ativistas que mais tarde foi perseguido pelo regime chinês, que pretendia controlar a sua liberdade e de outros ativistas, estudantes e artistas. Hoje, o movimento pró-democrático tem perdido força, muito por causa da relação da China com os Estados Unidos da América, como explica Zhou Fengsuo.

Praça TiananmenFoto: Getty Images/AFP/N. Asfouri

"Nos últimos 30 anos, os Estados Unidos lançaram uma série de iniciativas que beneficiaram Washington e Pequim. O aumento das negociações bilaterais faz com que os grupos pró-democracia perdessem apoio das comunidades chinesas na diáspora”.

Nova imagem e novas gerações

Contudo, a economia da China cresceu e foi ganhando uma nova imagem. Aqueles que deixaram a China continuaram a sua luta contra o autoritarismo e estabeleceram várias organizações para influenciar a sociedade civil chinesa, lembra o ativista Zhou Fengsuo.

"Além de defender a crença democrática do movimento de 4 de junho, as organizações pró-democracia estrangeiras também desempenharam um papel fundamental no resgate e acomodação de dissidentes chineses que enfrentaram a perseguição governamental nas últimas décadas”.

O Estado censura a internet de forma apertada há muitos anos. Os sites críticos não são acessíveis e as redes sociais não chinesas são bloqueadas. A Wikipédia também foi completamente bloqueada na China. Joseph Cheng, cientista e ativista político de Hong Kong, mostra alguma preocupação em relação ao panorama atual.

30 Anos de Tiananmen

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 "Nos últimos anos, as coisas têm vindo a piorar ainda mais. A liderança em Pequim em torno do chefe de Estado Xi Jinping é ainda mais autoritária e oprime ainda mais do que antes”.

Futuro esperançoso

O ativista Zhou Fengsou acredita que, 30 anos após o massacre de Tiananmen, os ativistas e grupos pró-democracia chineses precisam de novas ideias e acrescenta que baixar os braços não é uma opção.

"Mesmo que muitas pessoas tenham perdido a esperança no movimento pró-democracia da China, acho que precisamos sempre ter fé e acreditar que a história estará do nosso lado. Nós também precisamos acreditar que temos de continuar a lutar pelo movimento pró-democracia da China. Acredito que o melhor que podemos fazer pelo nosso futuro é ter um plano concreto”.

A China é uma da maiores potências mundiais a nível económico e não só. Ao longo dos anos tem desenvolvido relações com diversos países africanos e ajudando-os a construir infraestruturas e financiando-os. A influência da China tem crescido muito nas últimas décadas, fazendo face ao poderio vindo do Ocidente.