1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
Estado de DireitoGuiné-Bissau

Há pessoas impedidas de sair do país? PAIGC exige inquérito

29 de junho de 2021

Denúncias de uma suposta lista de pessoas impedidas de sair da Guiné-Bissau inquietam o PAIGC. Nessa lista estaria o nome do líder do partido, Domingos Simões Pereira. Ministério do Interior diz que não sabe de nada.

Foto: Braima Darame/DW

Até agora, não há provas de que exista uma lista de pessoas impedidas de sair da Guiné-Bissau. Mas têm sido apresentados vários indícios. Um deles é o caso do empresário Veríssimo Nancassa, que em meados de junho foi interceptado por pessoas, que se identificaram como agentes de segurança, no Aeroporto Osvaldo Vieira, impedindo-o de seguir viagem para o Senegal.

O empresário é uma figura próxima do líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, cujo nome também constaria na suposta lista.

Líder do PAIGC, Domingos Simões PereiraFoto: Joao Carlos/DW

Simões Pereira apelou à resistência: "Dizem-nos que há uma lista no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira para impedir algumas pessoas de viajar. É a nossa liberdade que querem pôr em causa. E é a nossa responsabilidade mostrar às pessoas que, na República da Guiné-Bissau, as liberdades de expressão, de movimento e de ser cidadão devem prevalecer", afirmou.

O PAIGC pede à comissão parlamentar para a Área de Defesa e Segurança que investigue o caso.

Ministério do Interior "desconhece totalmente"

O secretário de Estado da Ordem Pública, Alfredo Malú, disse desconhecer a existência da alegada lista de pessoas impedidas de deixar o país.

"Se isso está a acontecer, estamos a procurar quem são as pessoas que estão a tentar fazer isso. O Ministério do Interior desconhece totalmente esta lista. Não é da nossa competência tentar impedir viagens das pessoas. A nível do aeroporto, a nível de todas as fronteiras da Guiné-Bissau, não há nenhuma lista que está a impedir viagens das pessoas", disse Malú em declarações à RDP e RFI.

Para além do ex-presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Paulo Sanhá, que oficialmente é obrigado pelo Ministério Público a permanecer na Guiné-Bissau devido a um processo judicial em que está a responder, vários outros cidadãos terão sido impedidos de deixar o país.

O jurista Luís Peti diz que, a confirmarem-se estas denúncias, estamos perante uma ilegalidade.

"Mesmo sendo uma medida judicial, só pode ser aplicada por um juiz, não um magistrado, não um polícia ou qualquer que seja a pessoa", comenta. "Esta medida que está a ser veiculada, de que algumas pessoas estão a ser impedidas de viajar, é ilegal e inconstitucional."

O analista político Rui Landim também suspeita de "uma ação criminosa contra os cidadãos, utilizando um instrumento do Estado para os perseguir e até para os assaltar."

Qual é o impacto das greves na Guiné-Bissau?

05:22

This browser does not support the video element.

Saltar a secção Mais sobre este tema