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Há vozes a favor da repetição das eleições gerais em Moçambique

Nádia Issufo31 de outubro de 2014

Concorda com a repetição das eleições em Moçambique? No início da semana colocamos esta pergunta na nossa página do Facebook e trazemos algumas opiniões dos internautas. Analistas também foram ouvidos pela DW África.

Eleitora em plena votação em MaputoFoto: Getty Images/AFP/Gianluigi Guercia

Os resultados do escrutínio de 15 de outubro foram anunciados nesta quinta-feira (30.10) e dão vitória a FRELIMO e ao seu candidato, Filipe Jacinto Nyusi, o novo Presidente de Moçambique. Entretanto, subjacente a esta vitória estiveram muitas irregularidades.

A DW África entrevistou Silvério Ronguane, politólogo moçambicano, que defende a realização de novas eleições, embora admita que logística e financeiramente tal representaria um peso enorme para o país.

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Na nossa página do Facebook tivemos muitas e muitas respostas, a maioria delas defendendo a repetição. Eis um resumo das inúmeras reações dos internautas:

Paulo Marrime defende a repetição destas eleições "porque caso contrário corremos o risco de termos um Presidente da República que não vai de acordo com a escolha do povo. Em nome do povo Moçambicano, não ao resultado fabricado destas eleições".

Também o internauta Arnold Piaget diz que "seria melhor repetir as eleições ou dar a cadeira a Afonso Dhlakama (RENAMO) porque a fraude foi cometida pela FRELIMO e foi bem visível."

A entrevista com o analista político Silvério Ronguane foi "retwittada" pelo Macuablog:

Embora muitos defendam uma repetição do pleito eleitoral, questionam, por exemplo, a atuação das missões de observação eleitoral. Rafael Carlos escreveu: "Admitindo uma repetição das eleições, a quem convidariam para observadores? Os mesmos que não deram credibilidade quando anunciaram o seu juizo sobre as de 15/10?"

Valdemir Sávio socorre-se da sabedoria popular para concordar com a repetição das eleições: "Ditado simples, porém eficaz "quem não deve, não teme". Pelas irregularidades expostas nas eleições não restam dúvidas, deveríamos ir às urnas novamente."

A tinta indelével prova que o eleitor já exerceu o seu direito de votoFoto: Reuters/Grant Lee Neuenburg

Embora poucos, há também quem considere desnecessária uma repetição das eleições gerais.

Ezaquiel Nhanzicue diz que "é preciso ter força de vontade e investimento para se alcançar a vitória. Quem não se prepara os resultados são sempre drásticos."

O internauta Fernando Fernando considera que "as eleições foram muito justas transparentes e livres. Dado que os delegados de todos partidos estavam lá, os escrutinadores também vinham dos partidos... por não há motivos para se desconfiar."

Afonso Munambo acha que a oposição é também culpada: "Os partidos da oposição não se preparam, agoram querem reclamar. Isto é poder, repetição eu acho que é brincar com o dinhero do Estado. Vale a pena os partidos que perderam terem confiança no que forem preparando. Para as próximos 5 anos falta pouco tempo e têm de se preparar bem para que as irregularidades não voltem a acontecer. A vitória comquista-se para fazer o bem para o povo. No campo o árbitro quando assinala o fim do jogo é porque o jogo terminou mesmo. Havendo irregulardades, então fica para o próximo jogo meus compatriotas."

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Mas os órgãos eleitorais também foram alvo de críticas. Marino Sledge Sledge, por exemplo, diz que "é mais caro ter um Presidente que ganhou por via fraudulenta e fica mais barato apesar dos custos repetir as eleições. Temos que mudar toda direção da CNE e STAE, para podermos ter eleiçõs livres, justas e transparentes."

Victor Mujovo escreveu: "Por mim aboliriam este negócio de eleições, e manteriam a Frelimo para a eternidade, do tipo Governo celestial, porque não faz sentido o que faz. Jamais aceitará sair do poder pacificamente."

A entrevista com o analista político Silvério Ronguane foi "retwittada" pelo Macuablog: Também há quem prefira opções drásticas, como Sikela Chambe, por exemplo: "O fim do poder absoluto começa quando os oprimidos se opõem aos seus opressores, mas quando os opressores se mantém indiferentes face à revolução dos oprimidos, só a guerra nos trará a paz e a verdadeira justiça social, porque até agora Moçambique não é um país democrático, mas sim, é uma empresa que está a ser gerida para satisfação da elite no poder! *Guebuziana* implementando o*Guebuzismo* como modelo de gestão económica de uma nação que está ser escravizada, torturada, feita refém no seu próprio país, onde os seus direitos sociais foram hipotecados nos fóruns económicos, a favor da elite Guebuziana.



Sheik Abdul Carimo, presidente da CNE, Comissão Nacional de EleiçõesFoto: DW/L. Matias

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