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ConflitosIsrael

Hezbollah confirma morte de dois líderes em ataque israelita

Lusa
21 de setembro de 2024

Governo libanês diz que ataque fez 31 mortos, dos quais 3 crianças. Irão fala em "violação do direito internacional". No Conselho de Segurança da ONU, Israel diz ter morto "um dos homens mais procurados do mundo.

Ataque em Beirute, setembro de 2024
Ministro da Saúde libanês diz que ataque israelita deixou 31 mortos, entre eles três crianças, e 68 feridosFoto: Amr Abdallah Dalsh/REUTERS

O Hezbollah anunciou, este sábado (21.09), que dois dos seus comandantes morreram no ataque israelita de sexta-feira (20.09), perto de Beirute. Um ataque que, segundo o mais recente balanço do ministro da Saúde libanês, Firass Abiad, deixou 31 mortos, entre eles três crianças, e 68 feridos.

Após as explosões dos equipamentos de transmissão, a ONU, "profundamente preocupada", apelou na sexta-feira ao "desanuviamento" e à "máxima contenção", à medida que a linha da frente da guerra na Faixa de Gaza se desloca para o Líbano.

Uma fonte próxima do movimento anunciou, este sábado, que o ataque israelita tinha como alvo uma reunião numa cave da força de elite do Hezbollah, a unidade Radwan, da qual 16 membros foram mortos. Entre eles, Ibrahim Aqil, o chefe desta unidade, e outro comandante sénior da unidade de elite, o comandante Ahmed Mahmoud Wahbi.

O exército israelita anunciou na sexta-feira que tinha efetuado um ataque "seletivo" e "eliminado" Ibrahim Aqil e "cerca de dez comandantes" do Hezbollah, "responsáveis pelos ataques diários com foguetes" contra Israel.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão já condenou o bombardeamento israelita. "O brutal e cruel ataque aéreo do regime sionista em Beirute constitui uma violação flagrante do direito internacional, bem como uma violação da soberania, integridade territorial e segurança nacional do Líbano", disse o porta-voz da diplomacia de Teerão, Nasser Kanani, em comunicado de imprensa. 

Israel diz que morreu "um dos homens mais procurados do mundo"

Em declarações à entrada do Conselho de Segurança da ONU, esta sexta-feira, o embaixador israelita vangloriou-se do bombardeamento israelita contra o sul de Beirute que matou 14 pessoas, advogando que conseguiu eliminar o comandante do Hezbollah, Ibrahim Aqil, "um dos homens mais procurados do mundo".

Danny Danon atribuiu a Aqil um papel no atentado à bomba em 1983 contra a embaixada dos Estados Unidos em Beirute, que matou 83 norte-americanos, e a "responsabilidade pelo assassinato de centenas de norte-americanos e israelitas".

Embaixador israelita da ONU diz que Israel conseguiu eliminar "um dos homens mais procurados do mundo".Foto: John Lamparski/NurPhoto/picture alliance

Quando questionado sobre a morte de muitos civis no ataque, o diplomata israelita culpou o grupo xiita libanês Hezbollah por esconder os seus líderes entre a população civil.

Os Estados Unidos tinham oferecido uma recompensa de sete milhões de dólares por qualquer informação sobre Ibrahim Aqil, que era procurado por Washington pelo seu envolvimento nos ataques de 1983.

Críticas no Conselho de Segurança da ONU

Na reunião desta sexta-feira do Conselho de Segurança da ONU, solicitada pela Argélia a pedido do Líbano, o vice-embaixador norte-americano, Robert Wood, sublinhou que o seu país "não desempenhou nenhum papel em nenhuma das ações que poderiam mergulhar a região numa guerra devastadora", mas atribuiu inequivocamente a responsabilidade final pela escalada das hostilidades ao Hezbollah.

Muito diferente foi a interpretação do embaixador chinês, Fu Cong, que criticou Israel pela "sua obsessão com o uso da força" e pelas "suas violações da soberania do Líbano, bem como pela sua imprudência que pode levar a região a outra catástrofe".

O diplomata chinês apelou então a países com influência sobre Israel que o persuadam "a não seguir o caminho equivocado".

A subsecretária-geral da ONU para Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo, e o alto comissário para os Direitos Humanos, Volker Turk, foram convidados para a sessão e ambos exigiram contenção das partes e alertaram que a abertura de duas frentes de guerra - em Gaza e no Líbano por parte Israel - pode levar toda a região a uma escalada sem precedentes.

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