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Histórico da RENAMO defende saída de Momade da liderança

9 de junho de 2025

O histórico da RENAMO, Sebastião Chapepa, defendeu a saída de Ossufo Momade da liderança do partido e pediu a marcação do Conselho Nacional para a escolha do novo presidente da formação política.

Ossufo Momade
Ossufo Momade assumiu a presidência da RENAMO em 2019 e foi reeleito para o cargo em 2024, num processo fortemente contestado internamenteFoto: Nádia Issufo/DW

O histórico da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) Sebastião Chapepa defendeu a saída de Ossufo Momade da liderança do partido e pediu a marcação do Conselho Nacional para a escolha do novo presidente daquela formação política.

“[A solução] é o conselho nacional reunir-se, agendarem a data do congresso e depois disso tudo o povo escolher o líder que vai nos levar avante. [Ossufo Momade] não, não pode continuar no partido (…) como líder, pode-se dar um outro cargo, menos de liderança”, disse o antigo comandante Sebastião Chapepa, citado hoje pela comunicação social local, falando em frente à delegação da RENAMO na província de Manica, também encerrada por antigos guerrilheiros, em protesto.

O Conselho Nacional tinha sido marcado para 07 e 08 de março, mas foi adiado sem ter nova data.

O histórico, que se autointitula um dos primeiros a disparar na guerra dos 16 anos, em 1977, que opôs a RENAMO às forças governamentais, crítica o silêncio e a falta de “movimento” de Momade face à situação do partido.

“O que ele faz de errado é estar calado, não movimenta. Recebe dinheiro e está aí a fazer vida em Maputo, a dançar e mais nada”, disse Chapepa, referindo que a atual crise do partido é causada por pessoas que “não sabem como a RENAMO começou”.

Em causa está a crise que se vive na RENAMO, conduzida atualmente por antigos guerrilheiros que exigem a demissão de Ossufo Momade por alegada “má gestão”, falta de pagamento de pensões e subsídios e falta do fundo de funcionamento da formação política.

Várias delegações do partido estão encerradas em todo o país, incluíndo a sede nacional e o gabinete de Momade, estes dois últimos edifícios ocupados por antigos guerrilheiros em protesto entre 15 e 28 de maio, até serem retirados a tiro e gás lacrimogéneo pela Unidade de Intervenção Rápida moçambicana.

No passado dia 05, na sua primeira aparição e declaração pública em mais de três meses, o presidente da RENAMO, Ossufo Momade, afirmou ser uma “grosseira afronta” aos princípios do partido o encerramento das delegações e da sede, pedindo união e alertando que as desavenças públicas abrem espaço para os opositores “fragilizarem” a formação política.

O presidente da terceira força parlamentar criticou ainda as ações “ilegítimas” dos antigos guerrilheiros e pediu o fim de tudo o que promove discórdia dentro do partido.

“Se o nosso desejo é o crescimento e manter o funcionamento normal do partido, como é que vamos atingir esse objetivo com as delegações e a sede nacional fechada? Por isso, [é] preciso virar a página e trazer a Renamo unida”, disse.

Ossufo Momade assumiu a presidência da RENAMO em janeiro de 2019, após a morte de Afonso Dhlakama (1953 –2018), e foi reeleito para o cargo em maio de 2024, num processo fortemente contestado internamente.

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