Milhares de pessoas voltaram a sair às ruas, este sábado (03.08), em Hong Kong, em protesto contra o polémico projeto de lei de extradição. Para este domingo (04.08), estão previstas duas novas marchas.
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Milhares de manifestantes reuniram-se, este sábado (03.08), em Mong Kok, um movimentado bairro comercial com um histórico de acolhimento de manifestações pró-democracia, em Hong Kong, na China.
Os manifestantes ignoraram os limites impostos pela polícia e ultrapassaram o local definido para o fim da manifestação, mesmo depois da polícia ter alertado, num 'briefing' antes da manifestação, que seria considerado ilegal ultrapassar este limite e que qualquer protesto que não tivesse sido autorizado seria considerado assembleia ilegal. As autoridades afirmaram mesmo estar preparadas para intervir se a situação se tornar "intolerável".
No entanto, o editor-chefe do jornal estatal Global Times, Hu Xijin, afirma ser improvável que haja intervenção militar. "O Exército de Libertação do Povo de Hong Kong é um símbolo da soberania nacional e não pode ser considerado como apoio policial", disse Hu.
Ainda assim, e atendendo ao uso crescente da força por parte das autoridades, os manifestantes assumiram algum receio. "Estou um pouco preocupado com a possibilidade das autoridades usarem a violência contra os manifestantes, porque o trajeto da manifestação é feito por ruas estreitas, e se quisermos abandoná-lo, pode ser difícil escapar da polícia", disse um manifestante.
Nova greve
Por outro lado, garantiu à AFP, Ah Kit, de 36 anos, "quanto mais o governo nos reprimir, mais sairemos".
Durante os protestos deste sábado (03.08), os ativistas ergueram barricadas num centro comercial popular do bairro Mong Kok, bloquearam um importante túnel da região e cercaram esquadras da polícia onde os serviços não urgentes foram suspensos.
Para além das manifestações deste sábado em Mong Kok, uma área onde os manifestantes instalaram uma zona de protesto pró-democracia em 2014, estão previstas duas outras marchas para este domingo (04.08). Na segunda-feira (05.08), é esperada uma nova greve.
O apelo à greve desta segunda-feira parece estar a ganhar mais força do que as paralisações anteriores, com uma série de organizações e sindicatos a garantirem a sua participação.
Dois meses de protestos
Hong Kong vive há dois meses um clima de contestação social, com milhares de pessoas nas ruas contra uma proposta de lei que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial chinesa a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.
A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora o que os manifestantes afirmam ser uma "erosão das liberdades" na antiga colónia britânica. Os protestantes exigem agora eleições diretas e uma investigação à alegada brutalidade policial.
Os protestos que duram há dois meses e que têm sido maioritariamente pacíficos foram evoluindo para confrontos com a polícia devido à recusa de alguns manifestantes em dispersar às horas previstas. Nos últimos dois meses foram vandalizados edifícios e atirados tijolos pelos manifestantes, tendo a polícia respondido com gás lacrimogéneo e balas de borracha. Esta semana, as autoridades de Hong Kong acusaram formalmente 44 pessoas de participarem em tumultos, o que acarreta uma pena de até 10 anos de prisão.
Hongkong-Macau-Zhuhai: A maior ponte do mundo sobre o mar
É uma mega-construção em vários sentidos: a maior travessia marítima do mundo custou 15 mil milhões de euros e demorou nove anos a ser construída. Mas a obra de arquitetura chinesa também gera muita controvérsia.
Foto: picture alliance/dpa/MAXPPP
Dentro e fora de água
Com uma extensão total de 55 quilómetros, a travessia inclui uma secção em ponte de 22,9 quilómetros e um túnel subaquático de 6,7 quilómetros entre duas ilhas artificiais. A construção durou quase uma década e terá custado, segundo o Governo chinês, 120 milhões de yuan - cerca de 15 mil milhões de euros.
Foto: picture alliance/dpa/MAXPPP
Da ilha para o fundo do mar
Nesta ilha artificial criada em Hong Kong, as viaturas têm acesso ao túnel subaquático. Os motoristas podem também aproveitar esta zona para pararem os seus veículos e fazerem uma pausa. Todos os dias, 60 mil viaturas e 250 mil pessoas deverão fazer esta travessia.
Foto: picture alliance/Zumapress
Expetativa de um "boom" económico
A ponte no delta do Rio de Pérolas visa fazer a conexão entre a metrópole económico-financeira de Hong Kong e a província de Guangdong, no sudeste da China, de forma a criar uma grande região económica em torno de Macau e Zhuhai.
Foto: AFP/Getty Images/A. Wallace
Tempo é dinheiro
Com um limite de velocidade de 100 quilómetros por hora, a viagem entre Hong Kong e Macau deverá passar de três horas de ferry para menos de trinta minutos de carro. Hong Kong, que deixou de ser uma colónia britânica em 1997, e Macau, que deixou de ser território colonial português em 1999, são Regiões Administrativas Especiais da República Popular da China.
Foto: AFP/Getty Images/A. Wallace
Inauguração adiada
Em construção desde 2009, a ponte deveria ter sido aberta ao público em 2016, mas só foi inaugurada esta terça-feira (23.10) pelo Presidente chinês, Xi Jinping. A partir de quarta-feira, os veículos deverão começar a circular na ponte, segundo o Governo de Hong Kong.
Foto: AFP/Getty Images/A. Wallace
Um gigante de aço e betão
A gigantesca construção tem cerca de 400 mil toneladas de aço - 4,5 vezes mais que a ponte Golden Gate, em São Francisco, nos Estados Unidos. O colosso de aço e betão poderá enfrentar rajadas de vento de velocidades até aos 200 quilómetros por hora e sismos de magnitude 8. A ponte deverá mesmo resistir a colisões com navios de carga com um peso total de 300 mil toneladas.
Foto: AFP/Getty Images/A. Wallace
Esquerda ou direita?
Entre Hong Kong, Macau e o território continental chinês ainda há um apertado controlo de fronteiras. Por isso, foi preciso criar ilhas artificiais nas passagens fronteiriças. No continente, o trânsito circula à direita, mas em Hong Kong e Macau a circulação faz-se pela esquerda. Os condutores deverão ter duas cartas de condução válidas para poderem atravessar toda a ponte.
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Megaprojeto polémico
Atrasos na construção, custos elevados, acidentes fatais de trabalhadores e suspeitas de corrupção: este é um projeto controverso. A obra deverá ligar pessoas e culturas, mas muitos dos mais de 7 milhões de habitantes em Hong Kong temem uma ligação mais forte à China. Preferem manter o seu estatuto especial - baseado no princípio de "um país, dois sistemas".
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O anterior recorde
Com 42 quilómetros de extensão, 450 mil toneladas de aço e cerca de 2,3 milhões de toneladas de cimento, a Ponte da Baía Jiaozhou ou Qingdao era a anterior detentora do recorde oficial do Guiness World Records. Situa-se na Península de Shandong e liga as cidades de Qingdao e Huangdao.