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Hospitais de Luanda registam aumento de casos de malária

José Adalberto
25 de abril de 2023

As principais unidades hospitalares de Luanda registam um aumento do número de mortes associadas à malária. Fontes hospitalares dizem que as más condições de vida e o fraco saneamento básico estão na origem da situação.

Foto ilustrativaFoto: Daniel Vasconcelos

Luanda, o principal centro populacional de Angola, com mais de oito milhões de habitantes, é o epicentro da malária no país. Numa ronda feita a alguns hospitais da capital angolana, a DW ficou a saber que os números de mortes por malária apontam para um aumento de casos da doença no primeiro trimestre deste ano.

No hospital dos Cajueiros, no município do Cazenga, periferia de Luanda, os dados referentes ao primeiro trimestre dão conta de um crescimento substancial dos doentes tratados.

"Neste ano, o hospital registou um total de 890 mil casos de malária. Comparando com o ano anterior, 2022, tivemos um total de mais 4.180 casos. Quer dizer que se virmos bem, houve um aumento significativo de casos", disse o diretor clínico do hospital, Bernardo Teixeira.

Mosquito Anopheles é o vetor da maláriaFoto: dpa/picture alliance

Também no hospital do Prenda, o cenário não é diferente. "Em janeiro, fevereiro e março nós atendemos um total de 417 pacientes com malária grave, com disfunção neurológica, hepática e insuficiência renal vindos das unidades periféricas e destes 417 pacientes tivemos 21 óbitos", indicou o diretor-geral da instituição, Tomás Cassinda.

Causas multifatoriais

O aumento de casos de malária pode ter origem multifatorial. Para o diretor clínico do hospital dos Cajueiros, Bernardo Teixeira, as más condições sociais e a falta de saneamento básico são os principais problemas.

"Sabemos que as condições da população são precárias; no saneamento básico ainda se nota muita quantidade de lixo não colocado no contentor; notámos charcos de água", considera.

No âmbito do Dia Mundial Contra a Malária, que se comemora esta terça-feira (25.04), o setor da saúde está a promover várias atividades com destaque para palestras de sensibilização sobre os cuidados a tomar na prevenção da doença.

Walter Domingos, que se deslocou ao hospital dos Cajueiros para tratar um episódio de paludismo, enalteceu a iniciativa das autoridades de saúde.

"É uma ação positiva que desperta as pessoas, tenta dar ensinamentos que ajudam as pessoas para a prevenção da malária", referiu.

A malária é uma doença infeciosa febril aguda transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, infetada pelo microrganismo Plasmodium.

A doença afeta quase quatro milhões de pessoas por ano em Angola e figura entre as principais causas de morte no país.

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