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PolíticaRepública Democrática do Congo

HRW apela a julgamentos justos de supostos golpistas na RDC

Lusa
27 de maio de 2024

A Human Rights Watch pede ao Governo da República Democrática do Congo que garanta julgamentos justos aos participantes na alegada tentativa de golpe de Estado de 19 de maio.

Forças de segurança nas ruas de Kinshasa durante a tentativa de golpe de Estado na República Democrática do Congo
Foto: Samy Ntumba Shambuyi/AP Photo/picture alliance

"A resposta do Governo tem de respeitar os direitos humanos, o que inclui investigar imparcialmente o possível envolvimento das forças de segurança em alegadas execuções sumárias", disse o diretor da Human Rights Watch (HRW) para a África Central, Lewis Mudge, reconhecendo que "Governo tem a responsabilidade de garantir a segurança do país e de responsabilizar os responsáveis pela tentativa de golpe", mas que deverá fazê-lo aos olhos dos padrões da lei internacional.

Continuam a surgir pormenores sobre a suposta tentativa de golpe de Estado levada a cabo por um grupo de cerca de 50 congoleses e estrangeiros em Kinshasa, a capital. 

A HRW cita os meios de comunicação social, notando que a tentativa de golpe de Estado causou a morte de pelo menos dois seguranças e um civil e que as forças de segurança mataram vários golpistas. Pelo menos dois golpistas poderão ter sido mortos quando tentavam fugir à detenção.

Christian Malanga, um opositor do Governo congolês radicado nos EUA, autoproclamado "Presidente do Novo Zaire" e chefe de um governo no exílio, terá alegadamente liderado o golpe. Malanga, o filho, e outros golpistas invadiram o Palais de la Nation (Palácio da Nação) em Kinshasa, que funciona como gabinete do Presidente. Os golpistas terão atacado as residências do primeiro-ministro, do ministro da Defesa e de outro político de alto nível.

As forças de segurança congolesas mataram Malanga em circunstâncias pouco claras, horas depois de este se ter apoderado do Palais de la Nation.

O Presidente, Félix Tshisekedi, foi empossado em 20 de janeiro para um segundo mandato, após as eleições de dezembro de 2023, marcadas por problemas logísticos, irregularidades e violência. Desde então, Tshisekedi não conseguiu formar um Governo, apesar de ter a maioria no Parlamento.

A HRW refere ainda que os meios de comunicação social indicam que pelo menos três cidadãos norte-americanos, incluindo o filho de Malanga, Marcel, participaram no golpe falhado. A embaixadora dos EUA, Lucy Tamlyn, numa declaração no X (antigo Twitter), afirmou que os EUA irão "cooperar com as autoridades da República Democrática do Congo em toda a medida em que estas investiguem estes atos criminosos e responsabilizem qualquer cidadão dos EUA".

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