HRW apela a julgamentos justos de supostos golpistas na RDC
27 de maio de 2024"A resposta do Governo tem de respeitar os direitos humanos, o que inclui investigar imparcialmente o possível envolvimento das forças de segurança em alegadas execuções sumárias", disse o diretor da Human Rights Watch (HRW) para a África Central, Lewis Mudge, reconhecendo que "Governo tem a responsabilidade de garantir a segurança do país e de responsabilizar os responsáveis pela tentativa de golpe", mas que deverá fazê-lo aos olhos dos padrões da lei internacional.
Continuam a surgir pormenores sobre a suposta tentativa de golpe de Estado levada a cabo por um grupo de cerca de 50 congoleses e estrangeiros em Kinshasa, a capital.
A HRW cita os meios de comunicação social, notando que a tentativa de golpe de Estado causou a morte de pelo menos dois seguranças e um civil e que as forças de segurança mataram vários golpistas. Pelo menos dois golpistas poderão ter sido mortos quando tentavam fugir à detenção.
Christian Malanga, um opositor do Governo congolês radicado nos EUA, autoproclamado "Presidente do Novo Zaire" e chefe de um governo no exílio, terá alegadamente liderado o golpe. Malanga, o filho, e outros golpistas invadiram o Palais de la Nation (Palácio da Nação) em Kinshasa, que funciona como gabinete do Presidente. Os golpistas terão atacado as residências do primeiro-ministro, do ministro da Defesa e de outro político de alto nível.
As forças de segurança congolesas mataram Malanga em circunstâncias pouco claras, horas depois de este se ter apoderado do Palais de la Nation.
O Presidente, Félix Tshisekedi, foi empossado em 20 de janeiro para um segundo mandato, após as eleições de dezembro de 2023, marcadas por problemas logísticos, irregularidades e violência. Desde então, Tshisekedi não conseguiu formar um Governo, apesar de ter a maioria no Parlamento.
A HRW refere ainda que os meios de comunicação social indicam que pelo menos três cidadãos norte-americanos, incluindo o filho de Malanga, Marcel, participaram no golpe falhado. A embaixadora dos EUA, Lucy Tamlyn, numa declaração no X (antigo Twitter), afirmou que os EUA irão "cooperar com as autoridades da República Democrática do Congo em toda a medida em que estas investiguem estes atos criminosos e responsabilizem qualquer cidadão dos EUA".