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HRW aponta violações de direitos de manifestantes detidos em Angola

6 de setembro de 2011

Testemunhas disseram a representantes da Human Rights Watch que mais de 40 manifestantes foram detidos no último protesto em Luanda. Organização pede que autoridades divulguem lista de presos e suspeita de tortura.

Comunicado da HRW pede que polícia angolana libere listas de pessoas detidas em manifestação
Comunicado da HRW pede que polícia angolana libere listas de pessoas detidas em manifestação

Mais de 30 manifestantes detidos pelas autoridades angolanas no sábado, em Luanda, continuam incomunicáveis e com paradeiro desconhecido, denunciou nesta terça-feira (6/9) a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW).

Um grupo de jovens realizou no sábado uma manifestação contra o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que resultou na detenção e no ferimento de vários participantes bem como na agressão a alguns jornalistas que faziam a cobertura do protesto.

Palácio presidencial em LuandaFoto: RIA Novosti

Segundo a polícia, quatro agentes e três cidadãos ficaram feridos e 24 pessoas foram detidas. Mas testemunhas afirmaram à HRW que muito mais pessoas ficaram feridas e que mais de 40 manifestantes foram detidos. "As autoridades deviam esclarecer imediatamente quantas pessoas foram detidas e onde elas estão", diz a pesquisadora da Divisão África da Human Rights Watch, Lisa Rimli.

Violações

Rimli diz que o fato de os detidos serem transferidos de uma esquadra para outra, tornando impossível o contato com advogados e familiares, já seria uma violação de direitos importante. "Isso levanta fortes suspeitas de torturas [dos manifestantes presos] nas mãos da polícia", conclui a pesquisadora.

Ela sugere que as autoridades deveriam realizar investigações para descobrir quem realmente teria iniciado a violência na manifestação. Testemunhas teriam relatado à HRW que um grupo de pessoas à paisana com cassetetes estaria infiltrado na manifestação.

Infiltrados

"A polícia teria observado integrantes deste grupo bater nos manifestantes e apreender equipamentos de jornalistas. Não consta que a polícia tenha prendido um desses homens", afirma a colaboradora da HRW, citando relatos de testemunhas.

Luanda pode vir a ser palco de novas manifestaçõesFoto: picture-alliance/ZB

Muitas informações ainda permanecem desencontradas. Fala-se inclusive que uma pessoa teria morrido na manifestação, porém a HRW não consegue confirmar a informação. "É por isso que é urgente que se esclareça os nomes dos detidos e seus paradeiros", explica Rimli.

Autor: Marcio Pessôa

Edição: Marta Barroso

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