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ONG denuncia ataques da RENAMO contra hospitais moçambicanos

Lusa / ar.24 de agosto de 2016

A organização internacional de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), denunciou ataques de homens armados da RENAMO, principal partido da oposição, contra hospitais e clínicas no centro de Moçambique.

Um comunicado da HRW refere que elementos da RENAMO atacaram pelo menos dois hospitais e duas clínicas, levando medicamentos e equipamento médico.

"Os ataques da RENAMO a hospitais e clínicas de saúde ameaçam o tratamento médico de milhares de pessoas em Moçambique. A liderança da RENAMO deve parar estes ataques contra instalações de saúde imediatamente", disse Daniel Bekele, diretor para a África da HRW, citado num comunicado distribuído em Joanesburgo.No ataque mais recente referido pela HRW, a 12 de agosto, uma dezena de homens armados que se identificaram como membros da RENAMO entraram na cidade de Morrumbala, na província central da Zambézia, libertaram detidos e saquearam o hospital distrital local.

A HRW denunciou também ataques semelhantes registados em 30 e 31 de julho nas aldeias de Mopeia, na província da Zambézia e de Maiaca, na província de Niassa.

As autoridades moçambicanas dizem que homens armados da RENAMO realizaram também ataques em julho contra clínicas em Sofala, Manica e Tete, no centro de Moçambique, relatos que a HRW refere não ter ainda confirmado.

Organizações da sociedade civil moçambicana voltam às ruas

Mercado em Mopeia, província da Zambézia (centro de Moçambique)Foto: Estácio Valoi

Organizações da sociedade civil anunciaram a realização de uma marcha no próximo sábado (27.08), em Maputo, exigindo a cessação imediata das confrontações militares entre as forças dominantes em Moçambique. "Queremos exigir que o processo negocial seja mais flexível e, uma vez mais, queremos uma paz duradoira", disse Salomão Muchanga, presidente do Parlamento Juvenil, uma das organizações que está na preparação da marcha, falando durante uma conferência de imprensa em Maputo (25.08).

"O Povo já não aguenta"
A marcha, que decorrerá sob o lema "O Povo já não aguenta", vai percorrer algumas das principais avenidas do centro da capital moçambicana, Maputo.

Além de exigir a cessação imediata das confrontações militares entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da RENAMO, principal partido de oposição, as organizações da sociedade civil exigem participar nas conversações de paz em Moçambique, que decorrem na presença dos mediadores internacionais.

Salomão Muchanga, Presidente do Parlamento JuvenilFoto: privat

Um documento divulgado no início de agosto pelo Painel de Monitoria do Diálogo Político indica que o Governo e a RENAMO já aceitaram o pedido, mas os membros das organizações sociedade civil ainda estão à espera do convite para integrar as reuniões.

"Eles dizem que precisam ainda de uma consulta para ver o momento adequado para a nossa entrada, mas essa resposta não nos satisfaz", afirmou Salomão Muchanga, reiterando que esta marcha também servirá para pressionar as partes para que realmente permitam a participação da sociedade civil.

Em junho, as mesmas organizações foram às ruas para protestar contra a crise política e económica que o país atravessa, exigindo a responsabilização dos autores das chamadas dívidas escondidas, que totalizam 1,2 mil milhões de euros, e que fizeram disparar a dívida pública para 86% do Produto Interno Bruto.


Manifestação em Maputo exigindo a paz no país (junho de 2016)Foto: DW/L. Matias
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