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Idosos na penúria em Manica: "Não temos meios de como viver"

Bernardo Jequete (Chimoio)
4 de agosto de 2023

Milhares de idosos beneficiários do Programa Subsídio Social Básico no centro de Moçambique, dizem-se abandonados pelo Governo. Em anonimato, por medo de represálias, dizem não ter forma de se alimentar.

Mosambik Ältere Menschen warten in Manica auf Unterstützung
Foto: Bernardo Jequete/DW

Na província de Manica, são mais de 24 mil os idosos beneficiários do Programa Subsídio Social Básico, que recebem mensalmente entre 540 a 1000 meticais (o equivalente a 7 e 14 euros respetivamente).

Idosos com fome

Para muitos destes idosos, este subsídio é a única forma de sustento.

"Estamos desde janeiro sem receber nada. Nós não temos meios de como viver", lamentou um dos idosos entrevistados pela DW, sob anonimato.

Muitos idosos aguardam o pagamento do subsídioFoto: Bernardo Jequete/DW

O mesmo refere também que o subsídio é o que "mete o pão na mesa" e que se não recebem desde janeiro, questiona como "é que estamos a viver neste momento?"

Outro idoso, que também falou sob anonimato, afirmou que dependia daquele apoio do Estado para sobreviver.

"Nós pensávamos que quando o Estado nos enviava esse dinheiro, era para podermos sobreviver, mas não temos onde ir reclamar e quando vamos ao INAS, dizem-nos que não trabalhámos", afirmou.

Este idoso salienta ainda que não tem filhos e que não tem condições para viver neste estado. E deixa um apelo:

"Muitos velhos estão a passar mal, porque não têm nada para comer. Agora estamos a pedir, que vejam lá o que podem fazer, nós estamos mal", disse.

Governo está a fazer "os possíveis"

A delegada do Instituto Nacional de Ação Social (INAS) em Chimoio, Esperança Tavede, reconhece o atraso no pagamento do subsídio e pediu calma aos beneficiários.

Idosos em Manica não têm dinheiro para comerFoto: Bernardo Jequete/DW

"O governo está a envidar esforços, e depois tem que priorizar os outros, tem idosos que pelo menos tem um sítio para viver, e tem aquele idoso que está em Cabo Delgado que não tem sítio para ficar e para comer", afirmou.

Sem avançar datas, Esperança Tavede garante que o Governo está a fazer os possíveis para que pelo menos dois meses de subsídios sejam pagos em breve. Os outros cinco meses serão regularizados mais à frente.

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