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Igreja católica critica severamente o jornal "O Público"

8 de novembro de 2019

A igreja católica em Cabo Delgado nega que o bispo de Pemba, Dom Luiz Fernado Lisboa, esteja a criar desordem e violência. A reação surge após a publicação de um artigo pelo jornal moçambicano "O Público".

Dom Luiz Fernando Lisboa foi acusado de incitar violência em Cabo Delgado Foto: DW/D. Anacleto

A igreja católica em Cabo Delgado, norte de Moçambique, rejeita categoricamente acusações levantadas pelo jornal moçabicano "O Público" contra o bispo de Pemba, que considera "manipuladas e tendenciosas". Um artigo do semanário acusou Dom Luiz Fernando Lisboa de criar divisão e racismo no seio deste grupo religioso .O jornal acusou ainda o bispo de incitação à violência, ódio, desunião e desrespeito aos símbolos nacionais.

Segundo a manchete do jornal, Dom Luiz Fernando Lisboa estaria a promover racismo na diocese e envolvido na exploração ilegal de recursos minerais. Para lograr os seus intentos, terá montado uma estrutura constituída por supostas freiras oriundas do Brasil, sua terra natal, afastando todos os padres negros.   

O órgão de comunicação baseia as acusações numa carta supostamente enviada por padres católicos moçambicanos ao Governo, na qual denunciam  a postura racista do clérigo e apelam para a sua expulsão no país. 

Padre Dinis Gabriel condena atitude do jornal "O Público"Foto: DW

Tentativa de destruir a imagem da igreja

Desde que a matéria saiu às bancas, surgiram várias reações. Esta quinta-feira (07.11), o clérigo diocesano de Pemba convocou uma conferência de imprensa para se distanciar da carta.

O padre Dinis Gabriel, porta-voz daquela organização religiosa, saiu em defesa de Dom Luiz Fernando Lisboa, afirmando "o nosso repúdio ao conteúdo sensacionalista, manipulador e mentiroso do acima referido artigo", e acrescentando: "consideramos que o texto foi construído na base de informações manipuladas e tendenciosas, falsidades e a vontade de destruir a imagem da nossa igreja edificada há mais de 60 anos. Trata-se por isso, de 'fake news' contrária à ética e deontologia jornalísticas.”

Na segunda feira (4.11), a Comissão Episcopal de Moçambique, através de um comunicado de imprensa, também repudiou o que considera serem notícias falsas e caluniosas publicadas pelo jornal.

Igreja católica critica severamente o jornal "O Público"

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"O compromisso e o desejo dos Bispos Católicos é que a paz, reconciliação e esperança reinem em nosso país. A Comissão Episcopal recomenda aos proprietários do semanário e àqueles que traçam a sua linha editorial a serem promotores da verdade e da paz, e não defenderem interesses obscuros e prejudiciais para o país”, lê-se no comunicado.

Transmitir mensagem de paz

Em relação aos ataques armados amplamente abordados pelo bispo, o jornal considera que Dom Luiz Fernando Lisboa, no lugar de transmitir uma mensagem de conforto para com as populações e de encorajamento ao Governo, faz o contrário. Para o jornal, Lisboa tem lançado críticas contra o Governo, alegadamente por não estar a fazer nada para defender as populações vítimas dos ataques dos malfeitores.

O padre Dinis Gabriel condenou a atitude do jornal "O Público", tendo apelado ao semanário para pautar pela mensagem de paz.Gabriel considerou que pelo "uso da sua capacidade e competência de comunicador para destruir e não para construir", o jornal estaria  a fazer "um fraco favor à sociedade moçambicana ansiosa pela paz", além de atacar "o compromisso real que a igreja católica tem por esta causa". 

O porta-voz foi claro quanto ao posicionamento da Igreja Católica em Pemba: "Reafirmamos o nosso apoio incondicional e solidariedade ao nosso bispo e pastor neste momento de perseguição e calúnia”.

Pemba quer paz

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