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Ilhas Comores escolhem novo Presidente no domingo

Silja Fröhlich | rl | Lusa
22 de março de 2019

As Comores vão a votos no domingo. Eleição conta com 12 candidatos, depois do afastamento dos dois principais adversários do Presidente. Se houver segunda volta, oposição apoiará candidato que defrontar Azali Assoumani.

Presidente Azali Assoumani volta a candidatar-seFoto: AFP/Getty Images/Y. Ibrahim

O Supremo Tribunal, constituído exclusivamente por aliados do Presidente, rejeitou as candidaturas dos dois principais candidatos da oposição. O ex-ministro das Finanças Mohamed Ali Soilih, da União para o Desenvolvimento das Comores (UPDC), e Ibrahim Mohamed Soule, do partido Juwa, foram impedidos de participar no escrutínio de 24 de março.

"O que é evidente nas ilhas Comores é que aqueles que representam qualquer tipo de ameaça ao Presidente Azali são afastados", afirma o analista Mohamed Said Mchangama. "O Presidente Sambi, o governador de Anjouan e outras figuras foram presos. Os dois principais adversários do Presidente foram afastados das eleições. A opinião da população é que por trás das decisões do Tribunal estão razões políticas", diz o especialista.

Os dois candidatos afastados decidiram apoiar um candidato da sua escolha. Um dos nomes mais sonantes é o de Mahamoud Ahamada, o candidato oficial do partido Juwa e que é apoiado por Ibrahim Mohamed Soule.

Todos contra um

"Se as eleições forem credíveis, sem ocorrência de fraudes, a oposição vencerá, de uma forma ou de outra", disse à DW Ahmed Thabit, ex-embaixador das Ilhas Comores.

Ilhas Comores escolhem novo Presidente no domingo

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Caso nenhum candidato obtenha a maioria nas eleições do próximo domingo (24.03), realizar-se-á uma segunda volta a 21 de abril. Os candidatos da oposição fizeram já saber que, em caso de segunda volta, todos apoiarão o candidato que defrontar o Presidente Azali Assoumani.

Para assegurar transparência no escrutínio, a União Europeia (UE) financiou algumas organizações da sociedade civil para que contratassem observadores.

Também a União Africana (UA) anunciou esta semana que a sua missão de observadores já está no país. Em comunicado, a UA disse que estas eleições são "essenciais para a estabilidade e consolidação da democracia no arquipélago".

Agitação social

A aprovação de um referendo, que trouxe mudanças significativas para a Constituição do país, em julho do ano passado, tem feito aumentar o número de conflitos e a agitação social nas Comores, arquipélago no Oceano Índico, na costa sudeste da África, a leste de Moçambique, com cerca de 800 mil habitantes.

No entanto, diz Ahmed Thabit, não é a violência que mais preocupa a população, mas sim as consequências que umas eleições fraudulentas possam trazer. "O que preocupa as pessoas é que, se as eleições não forem livres e não houver observadores internacionais, a Comissão Nacional de Eleições poderá declarar o atual Presidente vencedor", explica.

A campanha presidencial para as eleições de domingo ficou marcada, para já, pela tentativa de assassinato que o atual Presidente e candidato, Azali Assoumani, diz ter sido alvo no princípio deste mês.

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