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Imprensa alemã destaca casos de Taylor e Abyei

1 de junho de 2012

Charles Taylor é condenado a 50 anos de prisão. Sudão e Sudão do Sul regressam à mesa de negociações. Foram os destaques desta semana na imprensa em língua alemã.

Themenbild Presseschau
PresseschauFoto: Fotolia

"O resto da sua vida" escreveu esta semana o Tagesspiegel de Berlim. É o resto da sua vida que Charles Taylor vai passar na prisão. O antigo presidente da Libéria tem hoje 64 anos e na quarta-feira, 30 de maio, foi condenado a 50 anos de prisão pelo Tribunal especial das Nações Unidas para a Serra Leoa, ou seja, se até lá vivesse, sairia em liberdade com 114 anos.

Taylor foi considerado culpado por crimes cometidos na guerra civil que se estendeu entre 1991 e 2002 na Serra Leoa. O processo é considerado pelo Tagesspiegel como um "de superlativos: Charles Taylor é o primeiro chefe de Estado condenado desde os julgamentos de Nuremberga [que condenaram criminosos de guerra da Segunda Guerra Mundial]. A sentença estendia-se por 2.499 páginas, o que ultrapassa de longe todas as suas similares de tribunais internacionais. E a pena de 50 anos de prisão é uma das mais longas da história do tribunal" sediado em Haia, na Holanda.

Mas “será que a justiça penal internacional leva à paz?", questiona o Neue Zürcher Zeitung. E logo responde: “É difícil medir os efeitos da justiça penal internacional", mencionando o caso de “inúmeras vítimas cujos depoimentos mostram que o reconhecimento oficial do seu sofrimento bem como a condenação de crimes desempenham um papel importante na reconciliação e ajudam-nas a lidar com o que aconteceu" durante os conflitos. Apesar de caros e morosos, os processos internacionais "pretendem quebrar a tendência de impunidade", conclui o diário de Zurique.

Charles Taylor reagiu tranquilamente à pena de 50 anos de prisãoFoto: AP

Abyei – terra de quem?

O que não está concluído é o conflito em torno do petróleo entre o Sudão e o Sudão do Sul, escreve o Neues Deutschland. Isto, apesar de ambos os lados se terem encontrado à mesa de negociações na capital etíope, Addis Abeba, esta semana, e apesar de, segundo as Nações Unidas, tanto Juba como agora também Cartum terem retirado da região fronteiriça de Abyei, disputada pelos dois vizinhos.

O diário de orientação socialista escreve ainda que "nas negociações de paz de 2005 (...) não ficou esclarecido qual dos lados da fronteira tem direito sobre as regiões de petróleo". Contudo, essa era a intenção, segundo o Neues Deutschland, "caso contrário, tanto a paz, já por si frágil, como a declaração da independência do Sul em julho de 2011 correriam o risco de falhar".

Soldados do Exército Popular de Libertação do Sudão, SPLAFoto: dapd

Só que, segundo o Süddeutsche Zeitung, "em 2009, um tribunal em Haia decidiu que as fontes petrolíferas haveriam de pertencer ao estado sudanês de Cordofan do Sul – mas em Juba, quem sabe disso?" questiona o jornal.

Agora, assim continua o diário de Munique, "Juba oferece um dólar a Cartum por cada barril de petróleo que passar pela pipeline que leva o crude do sul para o norte, mas Cartum exige 36 dólares". Até agora, "o petróleo cobria 98% das despesas públicas" do Sudão do Sul.

Autora: Marta Barroso
Edição: António Rocha

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