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Independentistas de Cabinda denunciam ataque com seis mortos

Lusa
22 de setembro de 2020

Cinco militares e um civil morreram na segunda-feira na sequência de uma operação lançada pelas Forças Armadas Angolanas, anunciou a Frente de Libertação do Enclave de Cabinda - Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC).

Foto: DW/B. Ndomba

Segundo um comunicado divulgado esta terça-feira (22.09), assinado pelo porta-voz do Estado Maior das FAC, António do Rosário Luciano, o ataque contra o campo do movimento independentista na aldeia de Tando-Bocoto aconteceu cerca das 21:30 e foi "vigorosamente reprimido" pelos cabindenses, tendo resultado em seis mortes, dois soldados das FAC, três das Forças Armadas Angolanas e um civil.

O comunicado refere que os soldados angolanos deixaram para trás três armas do tipo Ak-47.

O incidente aconteceu algumas horas após a FLEC-FAC, que reivindica a independência daquela província angolana, ter proposto às Nações Unidas a realização de uma cimeira para relançar o processo de paz, por ocasião da 75.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Convite para diálogo

Os independentistas convidaram o secretário-geral da ONU, António Guterres, a organizar uma "mini-cimeira" consagrada à paz e segurança da região, sugerindo um encontro em Brazzaville (capital da República do Congo), sob a direção de Denis Sassou-Nguesso, presidente em exercício da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos.

Além do Presidente angolano, João Lourenço, deveriam também participar nesta reunião de alto nível o Presidente da República Democrática do Congo e segundo vice-presidente da União Africana, Félix Tshisekedi, bem como John Magufuli, atual presidente da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral).

Segundo os separatistas, a cimeira deveria resultar na adoção de uma resolução reclamando o diálogo entre o Governo angolano e a FLEC-FAC.

Os independentistas têm acusado as Forças Armadas Angolanas de causarem várias mortes entre civis, na região fronteiriça daquela província separada geograficamente de Angola e denunciaram "manobras hostis do Governo angolano contra os refugiados cabindenses nos Congos".

A Lusa tem questionado o ministério da Defesa de Angola com as alegações das FLEC-FAC sem nunca obter confirmação relativamente aos confrontos e baixas das Forças Armadas Angolanas.

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