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Cabinda: FLEC/FAC reivindica morte de soldados angolanos

Lusa
10 de agosto de 2021

O braço armado da Frente de Libertação do Estado de Cabinda anunciou que matou sete soldados, a poucos dias de uma visita do Presidente João Lourenço ao enclave. Ataque não foi confirmado pelas Forças Armadas Angolanas.

Angola Polizeipatrouille in Cabinda
Foto: picture-alliance/abaca

O braço-armado da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) reivindicou esta segunda-feira (09.08) ter matado sete soldados das Forças Armadas Angolanas (FAA) num ataque realizado na madrugada, prometendo continuar os ataques até que Luanda assuma um "diálogo franco".

O anúncio é feito a poucos dias de uma visita de trabalho do Presidente angolano ao enclave. Segundo a imprensa angolana, João Lourenço estará em Cabinda na sexta-feira e no sábado (13 e 14.08).

"Na madrugada desta segunda-feira, isto é, pelas 03:04, um ataque levado a cabo por Comandos do Grupo 18, juntamento com as tropas especiais do CEMG [chefe do estado-maior general, Paulo Certeza] 'Kiedika', das Forças Armadas Cabindesas (FAC), resultou na morte de sete soldados das FAA e vários feridos no Tando Bilala, perto de Tchitanzi, zona de Lico, junto da fronteira com a República do Congo", diz um comunicado da FLEC/FAC citado pela agência de notícias Lusa.

Na nota, as Forças Armadas Cabindesas (FLEC/FAC) acrescentam que recuperaram uma arma e várias munições "abandonadas pelo inimigo".

Nenhuma fonte das FAA confirmou a ocorrência destes confrontos militares com a FLEC.

Movimentações na fronteira

A FLEC/FAC referiu também que se observa "muita movimentação das tropas congolesas vindas para apoiar os colegas do Exército angolano junto da fronteira".

"Cabinda está ocupado ilegalmente e as nossas forças continuam e continuarão a defender o nosso território até que Angola venha assumir diálogo franco e de forma inclusiva" com a FLEC/FAC e a sociedade civil "que compõe os verdadeiros filhos da terra", concluem.

A província angolana de Cabinda, onde se concentra a maior parte das reservas petrolíferas do país, não é contígua ao restante território e desde há anos que líderes locais defendem a independência, alegando um passado colonial autónoma de Luanda.

A FLEC, através do seu "braço armado", as FAC, luta pela independência daquela província, alegando que o enclave era um protetorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não parte integrante do território angolano.

Cabinda é delimitada a norte pela República do Congo, a leste e a sul pela República Democrática do Congo e a oeste pelo Oceano Atlântico.

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