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Trabalhadores da Transmaritíma sem salários em Inhambane

Luciano da Conceição (Inhambane)16 de junho de 2016

Os trabalhadores da empresa Transmaritíma, na província moçambicana de Inhambane, têm os salários em atraso. Os utentes queixam-se de constantes interrupções das rotas. O Governo Provincial promete resolver o problema.

Fähre des staatlichen Unternehmens "Transmarítima de Inhambe"
Foto: DW/L. da Conceição

São, no total, 42 trabalhadores da "Transmaritíma de Inhambane, uma sociedade anónima com participação do estado, que reivindicam o pagamento de dois meses de salários em atraso, assim como do décimo-terceiro salário referente ao ano de 2015 que também ainda não foi pago.

Os funcionários da Transmarítima acusam a direcção da empresa de ser "manipuladora e mentirosa", pois teria feito "constantes promessas", mas nada terá acontecido, até ao momento, no sentido de resolver a crise.

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Todos esses fatores terão levado os trabalhadores a paralisarem as suas atividades durante duas horas nesta terça-feira (14.06.2016) e a ameaçarem com mais greves, caso o problema não seja resolvido a curto prazo.

Trabalhadores ameaçam com mais greves

Alguns funcionários que falaram com o repórter da DW África, pedindo anonimato, salientaram que mais grever poderão ser inevitáveis, "porque estamos com salários em atraso e cotinuamos sem qualquer explicação." Segundo os mesmos trabalhadores, "os barcos vieram durante a campanha eleitoral, mas depois os políticos esqueceram-se das pessoas." Um dos dos trabalhadores lembra que "hoje em dia a vida está difícil" e que não é possivel "ficar três meses sem salário, muito menos para pais de filhos, que muitas vezes vivem em casas de aluguer."

A Directora Provincial dos Transportes já fez uma reunião na semana passada e disse que o estado não dipõe de dinheiro para resolver a situação. Um trabalhador anónimo lamenta o facto, salientando que “apesar da empresa Transmarítima de Inhambane estar a dever três meses, os trabalhadores optaram por continuar a trabalhar, por enquanto, porque estão à espera do dinheiro que devia vir do ministério e não se sabe quando esse dinheiro vai chegar."

Os utentes dos transportes queixam-se de "falta de qualidade e de segurança" nos transportes marítimos.Foto: DW/L. da Conceição

Alguns passageiros que atravessam a baía de Inhambane de barco exprimem alguma solidadiedade com os trabalhadores da Transmarítima: “Eles sentem-se ofendidos por não terem salários e têm razão! Eles estão a sacrificar a vida deles e dos seus filhos que dependem deste dinheiro, para além de garantirem o sustento nos seus lares. Têm o direito de reivindicarem o que é deles", afirma um dos passageiros.

Note-se que têm sido constantes as queixas dos utentes, sobretudo no que diz respeito à falta de segurança das embarcações: fala-se mesmo em "condições proprícias para a ocorrência de naufrágios", devido, por exemplo, à falta de bóias, ao excesso de passageiros e a avarias constantes dos barcos.

Governo Provincial de Inhambane diz que está atento ao problema


A Directora Provincial dos Transportes e Comunicações em Inhambane, Assissa Carimo, revelou que o governo não está alheio ao assunto e está a trabalhar para solucionar esta crise: “Estamos a trabalhar lado a lado com a
Transmarítíma no sentido de encontrar uma solução para este problema." Assissa Carimo afirma que a maior parte dos trabalhadores já têm o salário do mês de Maio pago: "Agora estamos a ver se conseguimos pagar salários do mês de março e abril, para além do décimo-terceiro mês". O Governo Provincial afirma ainda que já está em contacto com a sede da Transmaritíma, em Maputo: "Estamos empenhados na procura de uma solução para o problema”, promete Assissa Carimo, Directora Provincial dos Transportes em Inhambane em entrevista à DW África.

Depois da campanha eleitoral os políticos deixaram de se interessar pelos problemas das gentes de Inhambane.Foto: DW/L. da Conceição
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