Irão deixa de cumprir limitações do tratado nuclear
tm | Reuters | Lusa
6 de janeiro de 2020
O Governo iraniano deixará de cumprir as limitações impostas ao seu programa nuclear. O anúncio de Teerão, que significa um retrocesso no acordo alcançado em 2015, surge dois dias depois da morte do general Soleimani.
Publicidade
Segundo o anúncio, transmitido pela televisão estatal iraniana, o Governo de Teerão fez saber que não respeitaria os limites estabelecidos no acordo nuclear: "A República Islâmica do Irão, no quinto e definitivo passo de redução de compromissos nucleares, elimina a última restrição técnica, que era o limite do número de centrifugadoras para enriquecimento de urânio. E não enfrentará mais restrições operacionais. Isso inclui a capacidade e percentagem de enriquecimento, a quantidade de material enriquecido, a pesquisa e o desenvolvimento.
No comunicado, o Governo iraniano acrescenta ainda que, "de agora em diante, o programa nuclear do Irão será desenvolvido exclusivamente com base em suas necessidades técnicas."
Na mesma nota, Teerão assegura que a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) será mantida. Assim, as autoridades do país garantem que vão continuar a permitir as inspeções de especialistas daquele organismo, que tem como missão verificar o cumprimento do acordo nuclear e a implementação do Tratado de Não Proliferação e dos acordos de controlo do programa atómico do Irão.
Irão deixa de cumprir limitações do tratado nuclear
O acordo nuclear limitava o programa nuclear iraniano em troco do levantamento das sanções internacionais. Os Estados Unidos abandonaram o acordo em maio de 2018.
Em 2015, na altura em que o compromisso foi estabelecido, a chefe da política externa da União Europeia, Federica Mogherini, considerou que se tratava de "um dia histórico" e que era "grande honra" anunciar que se tinha chegado a um acordo sobre a questão nuclear iraniana. "Um compromisso com a paz, para darmos as mãos e tornarmos o mundo mais seguro", disse na altura.
Aumenta tensão entre Washington e Teerão
Hoje, o cenário é diferente com o aumentar da tensão entre Washington e Teerão. A decisão do Governo iraniano também levanta questionamentos sobre o possível desenvolvimento da bomba atómica.
Por sua vez, o Governo iraniano assegura que tem capacidade para voltar rapidamente a enriquecer urânio a 20%, percentagem já alcançada antes da assinatura do acordo. Mas que é, no entanto, muito inferior à necessária para desenvolver a bomba atómica.
Apesar de deixarem de cumprir os compromissos do acordo, os iranianos reiteraram, em numerosas ocasiões, que o seu objetivo não passa por fabricar armas nucleares.
Trump ameaça Irão com "enormes represálias"
O Presidente dos Estados Unidos ameaçou no domingo (05.01) o Iraque com sanções "muito fortes" caso as tropas norte-americanas sejam obrigadas a sair do país, na sequência do voto no parlamento iraquiano.
"Se nos pedirem efetivamente para sairmos, se não o fizermos numa base muito amigável, vamos impor sanções como nunca viram", declarou Donald Trump, a bordo do avião Air Force One. As sanções ao Iraque vão fazer "parecer as sanções ao Irão como quase fracas", acrescentou.
Trump reagia assim à aprovação pelo parlamento iraquiano de uma resolução que pede o fim da presença das tropas norte-amercianas no país, pondo fim ao acordo com os Estados Unidos, estabelecido em 2016.
A decisão do parlamento iraquiano surge na sequência do assassínio na sexta-feira (03.01) do general iraniano Qassem Soleimani, figura-chave da crescente influência iraniana no Médio Oriente, num ataque aéreo que o Pentágono declarou ter sido ordenado pelo Presidente norte-americano.
Além de Soleimani, morreram também no ataque o "número dois" da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque Hachd al-Chaab, Abu Mehdi al-Muhandis, e mais seis pessoas.
O líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, prometeu vingar a morte de Soleimanie o Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano disse que a vingança ocorrerá "no lugar e na hora certos".
Donald Trump: Populista, empreendedor, Presidente
Donald Trump é empreendedor imobiliário e estrela de televisão. Muitos não o levavam a sério. Mas ele venceu as eleições e, a partir de 20 de janeiro de 2017, será o 45º Presidente dos Estados Unidos da América (EUA).
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
A família, o seu império
Trump com a sua família: a esposa, Melania (de branco), as filhas Ivanka e Tiffany, os filhos Eric e Donald Junior, e os netos Kai e Donald Junior 3º. Os filhos são "vice-presidentes seniores" do conglomerado Trump.
Foto: picture-alliance/dpa
Frederick Junior, o pai
Donald Trump herdou o dinheiro para os seus investimentos do pai, Frederick, que lhe deu um capital inicial de um milhão de dólares. Após a sua morte, em 1999, Donald e os seus três irmãos herdaram uma fortuna de 400 milhões de dólares.
Foto: imago/ZUMA Press
Capitão Trump
Quando tinha 13 anos, o seu pai enviou Trump para um internato militar em Cornwall-on-Hudson, onde deveria aprender a ser disciplinado. No último ano, ele obteve inclusive uma patente militar. Ele diz que, ali, recebeu mais treinamento militar do que nas Forças Armadas americanas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/
"Very good, very smart"
"Muito bom, muito inteligente", é o que Trump diz de si mesmo. E acrescenta que cursou a escola de elite Wharton (foto), da Universidade de Pensilvânia, na Filadélfia, onde se formou em 1968. É uma das oito universidades integrantes da Ivy League, as universidades mais prestigiadas dos EUA. Mesmo assim, sabe-se pouco sobre o percurso de Trump na faculdade.
Foto: picture-alliance/AP Photo/B.J. Harpaz
Dispensado da Guerra do Vietname
Devido a um problema no calcanhar, Trump foi dispensado e não lutou na Guerra do Vietname. Na guerra, morreram cerca de 58 mil soldados dos Estados Unidos e aproximadamente três a quatro milhões de vietnamitas dos dois lados, além de outros dois milhões de cambojanos e laocianos.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Ivana, a primeira esposa
Em 1977, Trump casou-se com a modelo tcheca Ivana Zelníčková, com quem teve três filhos. O relacionamento foi acompanhado de rumores sobre relacionamentos extraconjugais. Foi Ivana quem apelidou Trump de "The Donald".
Foto: Getty Images/AFP/Swerzey
Anos 80: Abertura do Harrah's at Trump Plaza
Esta foto, tirada em 1984, marca a abertura do Harrah's at Trump Plaza, um complexo envolvendo hotel, restaurante e casino em Atlantic City (Nova Jérsia). Este foi um dos primeiros investimentos que tornaram Trump bilionário.
Foto: picture-alliance/AP Images/M. Lederhandler
Família número 2
Em 1990, Trump divorciou-se de Ivana e casou-se com Marla, 17 anos mais jovem que ele. A filha do casal se chama Tiffany.
Foto: picture alliance/AP Photo/J. Minchillo
As meninas de Trump
Em público, Trump não aparece só ao lado de sua esposa. Ele costuma acompanhar concursos de beleza ao lado de jovens modelos. De 1996 a 2015, ele foi o responsável pelo concurso de Miss Universo ("Miss Universe") nos EUA.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
Livro muito lido e vendido
Como fazer milhões de forma rápida? O best-seller de Trump "A arte da negociação" é um exemplo. O livro é em parte autobiográfico, em parte um livro de dicas para empresários ambiciosos. A publicação não foi somente uma das mais vendidas nos EUA, como também colocou Trump no centro das atenções no país.
Foto: Getty Images/AFP/M. Schwalm
O nome é a marca
Trump investe de forma agressiva, mas também sofre fracassos. Numa perspectiva de longo prazo, no entanto, obtém sucesso, como por exemplo com a Trump Tower em Nova York. Ele calcula a sua fortuna hoje em 10 bilhões de dólares. Especialistas, entretanto, consideram um terço desse valor mais realista. Portanto, cerca de 3 bilhões de dólares.
Foto: Getty Images/D. Angerer
"The Donald" no ringue
Como poucos, Trump consegue chamar a atenção dos mídia. Seu campo de ação inclui até um ringue de luta livre. No seu programa de TV "O Aprendiz" ("The Apprentice"), os candidatos eram contratados ou demitidos. A primeira edição foi ao ar durante o ano de 2004 na cadeia televisiva NBC. A frase favorita de Trump no programa era "Você está demitido!"
Foto: Getty Images/B. Pugliano
Ascenção rápida de Trump na política
Em 16 de junho de 2015, Trump anunciou a candidatura para a corrida presidencial pelo Partido Republicano. O seu slogan foi: "Faça a América grande outra vez" ("Make America great again"). A campanha foi feita ao lado da família e com slogans contra imigrantes, muçulmanos, mulheres e adversários políticos. Investiu muito nos mídia sociais como o Twitter onde tem 13,8 milhões de seguidores.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Lane
45º presidente dos Estados Unidos da América
A partir do dia 20 de janeiro de 2017, o populista e showman será o novo Presidente dos Estados Unidos. No início da campanha, poucos pensavam que poderia vencer as eleições do dia 8 de novembro de 2016 contra a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton. Mas a história de Donald J. Trump também mostra que este homem tem a capacidade de se transformar como um camaleão.