Irão e Estados Unidos continuam troca de acusações e ameaças
Lusa | EFE | rl
5 de janeiro de 2020
Tensão entre os dois países aumentou depois do ataque aéreo norte-americano que vitimou mortalmente Qassem Soleimani. Restos mortais do general iraniano já estão no Irão para as celebrações fúnebres.
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A tensão entre os Estados Unidos e o Irão aumentou na sequência da morte do comandante da força de elite iraniana Al-Quds, Qassem Soleimani, vítima na sexta-feira (03.01) de um ataque aéreo contra o aeroporto internacional de Bagdade que o Pentágono declarou ter sido ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos.
Entretanto, na noite deste sábado (04.01), Donald Trump advertiu Teerão que os Estados Unidos identificaram 52 locais no Irão e que os atacarão "muito rapidamente e duramente" se a República Islâmica atacar pessoal ou alvos americanos. Alguns desses locais iranianos "são de muito alto nível e muito importantes para o Irão e para a cultura iraniana", precisou Donald Trump numa mensagem da sua conta da rede social Twitter.
"Os Estados Unidos não querem mais ameaças", acrescentou.
Mas Trump não ficou sem resposta. Horas depois, o exército iraniano afirmava que tem dúvidas de que os Estados Unidos tenham a "coragem" de atacar o Irão.
"Dizem este tipo de coisas para desviar a atenção da opinião mundial sobre o seu ato hediondo e injustificável", disse o major-general Abdolrahim Moussavi, comandante-chefe do exército iraniano, citado pela agência oficial Irna, referindo-se ao assassínio do general Soleimani. Mas "duvido que tenham coragem", acrescentou o militar iraniano.
Também no Twitter, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, afirmou que: "Tendo violado gravemente o direito" internacional com os "assassínios covardes" do general iraniano Qassem Soleimani e de um chefe da milícia pró-Irão no Iraque, Trump "ainda ameaça cometer novas violações (...) das normas imperativas do direito internacional", para cruzar novas "linhas vermelhas", escreveu Mohammad Javad Zarif.
Zarif declarou ainda que "atacar locais culturais é um crime de guerra".
Protestos nos EUA
O ataque ordenado pelo presidente Donald Trump, que resultou na morte do comandante da Força Quds, divisão de elite da Guarda Revolucionária do Irão, tem merecido reações um pouco por todo o mundo. Também no seu país, a ação do Presidente norte-americano tem estado a ser criticada.
Este sábado (04.01), milhares de pessoas sairam às ruas de 70 cidades dos Estados Unidos para pedir a retirada dos militares americanos do Médio Oriente.
Funeral
O corpo do general da Guarda Revolucionária Iraniana Qassem Soleimani chegou, este domingo (05.01), ao Irão. Ao longo do dia serão realizadas, em várias cidades, as cerimónias fúnebres, nas quais são esperadas vários milhares de pessoas.
Esta manhã, na cidade de Ahvaz, no sudoeste do país e fronteira com o Iraque, a multidão que ali se deslocou paraprestar homenagem a Soleimani, voltou a gritar "Morte aos Estados Unidos", "Morte a Israel" e "Morte à Arábia Saudita", segundo imagens transmitidas em direto pela televisão estatal iraniana.
Os atos fúnebres continuarão na segunda-feira (06.01) em Teerão, onde o funeral principal será realizado e terminará na cidade natal de Soleimani, Kerman, no sul do país.
Donald Trump: Populista, empreendedor, Presidente
Donald Trump é empreendedor imobiliário e estrela de televisão. Muitos não o levavam a sério. Mas ele venceu as eleições e, a partir de 20 de janeiro de 2017, será o 45º Presidente dos Estados Unidos da América (EUA).
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
A família, o seu império
Trump com a sua família: a esposa, Melania (de branco), as filhas Ivanka e Tiffany, os filhos Eric e Donald Junior, e os netos Kai e Donald Junior 3º. Os filhos são "vice-presidentes seniores" do conglomerado Trump.
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Frederick Junior, o pai
Donald Trump herdou o dinheiro para os seus investimentos do pai, Frederick, que lhe deu um capital inicial de um milhão de dólares. Após a sua morte, em 1999, Donald e os seus três irmãos herdaram uma fortuna de 400 milhões de dólares.
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Capitão Trump
Quando tinha 13 anos, o seu pai enviou Trump para um internato militar em Cornwall-on-Hudson, onde deveria aprender a ser disciplinado. No último ano, ele obteve inclusive uma patente militar. Ele diz que, ali, recebeu mais treinamento militar do que nas Forças Armadas americanas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/
"Very good, very smart"
"Muito bom, muito inteligente", é o que Trump diz de si mesmo. E acrescenta que cursou a escola de elite Wharton (foto), da Universidade de Pensilvânia, na Filadélfia, onde se formou em 1968. É uma das oito universidades integrantes da Ivy League, as universidades mais prestigiadas dos EUA. Mesmo assim, sabe-se pouco sobre o percurso de Trump na faculdade.
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Dispensado da Guerra do Vietname
Devido a um problema no calcanhar, Trump foi dispensado e não lutou na Guerra do Vietname. Na guerra, morreram cerca de 58 mil soldados dos Estados Unidos e aproximadamente três a quatro milhões de vietnamitas dos dois lados, além de outros dois milhões de cambojanos e laocianos.
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Ivana, a primeira esposa
Em 1977, Trump casou-se com a modelo tcheca Ivana Zelníčková, com quem teve três filhos. O relacionamento foi acompanhado de rumores sobre relacionamentos extraconjugais. Foi Ivana quem apelidou Trump de "The Donald".
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Anos 80: Abertura do Harrah's at Trump Plaza
Esta foto, tirada em 1984, marca a abertura do Harrah's at Trump Plaza, um complexo envolvendo hotel, restaurante e casino em Atlantic City (Nova Jérsia). Este foi um dos primeiros investimentos que tornaram Trump bilionário.
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Família número 2
Em 1990, Trump divorciou-se de Ivana e casou-se com Marla, 17 anos mais jovem que ele. A filha do casal se chama Tiffany.
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As meninas de Trump
Em público, Trump não aparece só ao lado de sua esposa. Ele costuma acompanhar concursos de beleza ao lado de jovens modelos. De 1996 a 2015, ele foi o responsável pelo concurso de Miss Universo ("Miss Universe") nos EUA.
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Livro muito lido e vendido
Como fazer milhões de forma rápida? O best-seller de Trump "A arte da negociação" é um exemplo. O livro é em parte autobiográfico, em parte um livro de dicas para empresários ambiciosos. A publicação não foi somente uma das mais vendidas nos EUA, como também colocou Trump no centro das atenções no país.
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O nome é a marca
Trump investe de forma agressiva, mas também sofre fracassos. Numa perspectiva de longo prazo, no entanto, obtém sucesso, como por exemplo com a Trump Tower em Nova York. Ele calcula a sua fortuna hoje em 10 bilhões de dólares. Especialistas, entretanto, consideram um terço desse valor mais realista. Portanto, cerca de 3 bilhões de dólares.
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"The Donald" no ringue
Como poucos, Trump consegue chamar a atenção dos mídia. Seu campo de ação inclui até um ringue de luta livre. No seu programa de TV "O Aprendiz" ("The Apprentice"), os candidatos eram contratados ou demitidos. A primeira edição foi ao ar durante o ano de 2004 na cadeia televisiva NBC. A frase favorita de Trump no programa era "Você está demitido!"
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Ascenção rápida de Trump na política
Em 16 de junho de 2015, Trump anunciou a candidatura para a corrida presidencial pelo Partido Republicano. O seu slogan foi: "Faça a América grande outra vez" ("Make America great again"). A campanha foi feita ao lado da família e com slogans contra imigrantes, muçulmanos, mulheres e adversários políticos. Investiu muito nos mídia sociais como o Twitter onde tem 13,8 milhões de seguidores.
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45º presidente dos Estados Unidos da América
A partir do dia 20 de janeiro de 2017, o populista e showman será o novo Presidente dos Estados Unidos. No início da campanha, poucos pensavam que poderia vencer as eleições do dia 8 de novembro de 2016 contra a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton. Mas a história de Donald J. Trump também mostra que este homem tem a capacidade de se transformar como um camaleão.