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ConflitosIsrael

Israel apresenta plano para retirada de civis em Gaza

Lusa
26 de fevereiro de 2024

Exército de Israel apresenta plano para retirar civis das "zonas de combate" na Faixa de Gaza. Medida surge na sequência do anúncio de uma ofensiva israelita em Rafah – considerada por Telavive "último bastião" do Hamas.

Rafah foi alvo de bombardeamentos de Israel no domingo
Rafah foi alvo de bombardeamentos de Israel no domingoFoto: Said Khatib/AFP/Getty Images

O Exército israelita apresentou um plano para a retirada das populações civis das "zonas de combate" na Faixa de Gaza, anunciou na madrugada desta segunda-feira (26.02) o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

Este anúncio surge antes de uma anunciada ofensiva terrestre israelita em Rafah, uma cidade sobrepovoada do sul do território palestiniano, considerada por Netanyahu o "último bastião" do movimento islamita Hamas.

No domingo, o Governo israelita prometeu desencadear esta operação militar, apesar das negociações em curso destinadas a garantir uma nova trégua na guerra contra o Hamas. 

A ofensiva em direção a esta cidade do sul da Faixa de Gaza, onde se concentram 1,5 milhões de civis, encurralados contra a fronteira encerrada do Egito, apenas será "adiada" caso seja concluída uma nova trégua, advertiu o primeiro-ministro israelita em declarações à cadeia televisiva norte-americana CBS. 

Ao desencadear esta operação, Israel ficará "a algumas semanas" de garantir uma "vitória total" sobre o movimento islamita, afirmou.

Discursando em Genebra, Suíça, na sessão de abertura da 55.ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, falou sobre a ofensiva que Israel anunciou em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.

Segundo Guterres, "uma ofensiva israelita total sobre a cidade seria não só aterradora para os mais de um milhão de civis palestinianos que aí se encontram abrigados, como também colocaria o último prego no caixão dos nossos programas de ajuda", já manifestamente insuficientes.

Faixa de Gaza: Situação humanitária continua a deteriorar-se

02:30

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Bombardeamentos

Enquanto prosseguem no Qatar as negociações na perspetiva de uma nova trégua, a cidade de Rafah foi atingida no domingo por novos bombardeamentos, para além dos violentos combates que prosseguem na cidade em ruínas de Khan Yunis, um pouco mais a norte. 

O Ministério da Saúde de Gaza, tutelado pelo Hamas, referiu-se a 86 mortos nas últimas 24 horas.

A Faixa de Gaza, totalmente cercada por Israel, está confrontada desde o início da guerra, em 7 de outubro, com uma grave catástrofe humanitária com 2,2 milhões de pessoas, a quase totalidade da população do enclave, sob ameaça de "fome generalizada", segundo a ONU.

No domingo, e segundo a agência noticiosa AFP, centenas de pessoas, assoladas pela fome, saíram do norte de Gaza, onde 300.000 habitantes arriscam a fome, segundo a ONU.

Gaza: Apelos para "pausas e corredores humanitários"

05:04

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HRW acusa Israel de não prestar ajuda

A organização Human Rights Watch acusou esta segunda-feira Israel de desrespeitar uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça ao não prestar ajuda humanitária e serviços básicos à população de Gaza.

O Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) ordenou a Israel que "tomasse medidas imediatas e eficazes para permitir a prestação de serviços básicos e de ajuda humanitária urgentes e necessárias", acrescentando que devia apresentar um relatório sobre o cumprimento de iniciativas específicas "no prazo de um mês".

A ordem do TIJ, instância judicial das Nações Unidas, foi emitida no passado dia 26 de janeiro.

Segundo a organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW), "passado um mês", o Governo de Israel continua a "impedir" a prestação de serviços básicos e a entrada e distribuição de combustível assim como de ajuda essencial.

Para a ONG com sede nos Estados Unidos Israel está a cometer atos de "punição coletiva" que equivalem a "crimes de guerra" por incluírem a fome como arma de guerra.

Artigo atualizado às 11h14 com as declarações do secretário-geral da ONU

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