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PolíticaIsrael

Israel cria governo de emergência e gabinete de guerra

Lusa | EFE
11 de outubro de 2023

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou hoje a formação de um governo de emergência com o líder da oposição Benny Gantzo, para enfrentar a guerra. Hezbollah lançou mísseis contra Israel.

Israel tem vindo a efetuar bombardeamentos em Gaza na sequência dos ataques do Hamas durante o fim de semana
Foto: Erik Marmor/AP/picture alliance

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o líder da oposição israelita, Benny Gantz, concordaram hoje formar um governo de unidade nacional de emergência e um gabinete de guerra, de acordo com uma declaração oficial conjunta.

Gantz, antigo ministro da Defesa e chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, disse que os dois vão formar um "gabinete de gestão de guerra" com cinco membros. O gabinete será integrado também pelo atual ministro da Defesa Yoav Gallant e dois outros altos funcionários que servirão como membros "observadores".

Segundo o acordo, o Governo não aprovará qualquer legislação ou decisão que não esteja relacionada com a guerra, enquanto os combates continuarem. Por esclarecer ficou que papel caberá desempenhar aos atuais parceiros governamentais de Netanyahu, um conjunto de partidos de extrema-direita e ultraortodoxos.

O acordo, que surge quatro dias após o lançamento de uma grande ofensiva do movimento islâmico palestiniano Hamas, vigorará durante o período de guerra, decretado sábado (07.10) por Netanyahu.

Bombardeamentos continuam em Gaza

Na isolada Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, os palestinianos debateram-se nos últimos dias para encontrar segurança, enquanto os bombardeamentos israelitas destruíam bairros inteiros e a única central elétrica do território ficava sem combustível.

Este novo acordo permite reunir um certo grau de unidade após anos de divisões, numa altura em que os militares parecem cada vez mais propensos a lançar uma ofensiva terrestre em Gaza. 

O governo israelita está sob intensa pressão pública para derrubar o Hamas, depois de milícias do movimento islâmico terem invadido a fronteira no sábado e matado a tiro centenas de israelitas nas suas casas, nas ruas e num festival de música ao ar livre.

Benny Gantz (à esquerda) e Benjamin Netanyahu (à direita) chegam a acordo sobre formação de governo de emergênciaFoto: Tal Shahar/UPI/IMAGO

Hezbollah lança mísseis contra Israel

O grupo xiita libanês Hezbollah assumiu hoje a responsabilidade pelo lançamento de mísseis realizado contra o norte de Israel e afirmou que a ação causou "um grande número de vítimas" às forças israelitas.

Segundo uma nota do grupo, trata-se de uma nova resposta a um ataque perpetrado na segunda-feira (09.10) por Israel e no qual morreram três membros do Hezbollah, um dos vários incidentes ocorridos na zona fronteiriça nos últimos quatro dias envolvendo facções palestinianas presentes no Líbano.

O Hezbollah controla a região sul do Líbano que faz fronteira com o Estado judeu e já travou uma guerra com Israel em 2006, quando os confrontos duraram pouco mais de um mês, sem participação ativa do Exército libanês.

O grupo xiita Hezbollah controla a região sul do LíbanoFoto: MAHMOUD ZAYYAT/AFP

NATO pede resposta proporcional

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, reconheceu hoje que Israel tem o direito de se defender do ataque do Hamas, mas pediu uma resposta proporcional, para evitar a morte de civis.

"Israel tem o direito de se defender e sofreu horríveis ataques terroristas no fim de semana, com muitos civis mortos", defendeu Stoltenberg, numa conferência de imprensa no final do primeiro dia de uma reunião de ministros da Defesa da Aliança.

"Também espero que, claro, quando virmos a resposta israelitas, esta seja proporcional. É importante que, à medida que este conflito continua, façamos todo o possível para evitar a perda de vidas civis inocentes", disse o secretário-geral da NATO.

"Qualquer nação ou organização hostil a Israel não deve tentar aproveitar a situação que vemos agora", disse ainda o secretário-geral da NATO. "Vemos também que, por exemplo, os Estados Unidos aumentaram a sua presença militar na região para enviar igualmente uma mensagem clara de dissuasão, para evitar a escalada deste conflito", acrescentou.

Vladimir Putin: "Não entendo por que razão os EUA estão a enviar um grupo de porta-aviões para o mar Mediterrâneo"Foto: Mikhail Metzel/Sputnik via REUTERS

Putin pede que EUA não agravem situação

O Presidente russo, Vladimir Putin, criticou esta quarta-feirqa a decisão dos EUA de enviar um porta-aviões para o Mediterrâneo para apoiar Israel na guerra contra o movimento islâmico Hamas, pedindo a Washington para não agravar a situação.

"Não entendo por que razão os Estados Unidos estão a enviar um grupo de porta-aviões para o mar Mediterrâneo e a anunciar um segundo. Não percebo a razão. Vão bombardear o Líbano? O que vão fazer? Ou decidiram apenas assustar alguém?", interrogou-se Putin na sessão plenária da Semana Russa da Energia.

"Não é necessário resolver os problemas desta forma, mas sim procurar soluções de compromisso. Mas, claro, estas ações agravam a situação", defendeu o líder russo.

O Pentágono mobilizou o porta-aviões Gerald R. Ford da Marinha dos EUA, bem como o cruzador de mísseis guiados USS Normandy e "destroyers" de mísseis guiados Thomas Hudner, USS Ramage, USS Carney e USS Rossevelt.

 

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