Segundo a Presidência russa, Vladimir Putin e o primeiro-ministro israelita acordaram continuar a dialogar sobre a guerra na Ucrânia. Também o Presidente Zelensky agradeceu os esforços de Israel.
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O primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, dialogou, esta terça-feira (08.03), com os presidentes da Rússia e da Ucrânia, em mais uma tentativa de mediar o conflito bélico que decorre em território ucraniano.
Segundo a agência russa Interfax, Naftali Bennett ligou a Vladimir Putin para abordar os contornos da ofensiva militar que os russos têm em marcha na Ucrânia e que alegam servir para proteger a zona ucraniana do Donbass.
"Putin partilhou as suas considerações sobre o resultado da terceira ronda de negociações, entre uma comitiva russa e representantes das autoridades ucranianas, que teve lugar na Bielorrússia", adianta uma nota da Presidência da Rússia.
Segundo a mesma informação, Putin e Naftali Bennett acordaram continuar a dialogar sobre estas questões.
Entretanto, o primeiro-ministro de Israel conversou também com o Presidente da Ucrânia. Numa publicação feita no Twitter, Volodymyr Zelensky agradeceu os esforços de Israel na mediação do conflito.
Israel é um dos poucos países com comunicação direta com os dois líderes políticos.
O Governo ucraniano tinha apelado abertamente a Israel que mediasse o conflito, uma vez que duvida da eficácia das negociações com a Rússia. Nesse âmbito, Israel já manteve também conversações com a França e com os Estados Unidos.
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Zelensky volta a pedir mais ajuda
Numa interveção inédita, por videoconferência no parlamento britânico, o Presidente ucraniano repetiu, esta terça-feira, o pedido por uma zona de exclusão aérea e o reforço das sanções contra a Rússia.
Após ser recebido com uma ovação de pé de centenas de deputados que encheram os bancos da Câmara dos Comuns, Zelensky agradeceu a "ajuda dos países civilizados" e do primeiro-ministro, Boris Johnson, mas disse que é necessário mais.
"Por favor, aumentem a pressão das sanções contra aquele país [Rússia] e reconheçam este país como um estado terrorista. E, por favor, garantam que os nossos céus ucranianos são seguros. Por favor, certifiquem-se de que fazem o que precisa de ser feito", disse.
Zelensnky prometeu que os ucranianos vão continuar a lutar contra "um dos maiores exércitos do mundo".
"Não vamos desistir e não vamos perder. Vamos lutar até ao fim no mar, no ar, vamos continuar a lutar pelo nosso solo, seja qual for o custo. Vamos lutar nas florestas, nos campos, nas margens, nas ruas", disse.
No final, Boris Johnson elogiou a coragem dos ucranianos envolvidos na defesa do país contra a invasão russa e reiterou a determinação em ajudar a Ucrânia, com armas, "apertando o nó económico" com sanções, incluindo o fim da importação de petróleo russo.
O Reino Unido e os Estados Unidos anunciaram entretanto que vão banir as importações de produtos petrolíferos russos dos seus países.
Rússia - Ucrânia: Uma cronologia das relações que levaram a guerra à Europa
Ao invadir a Ucrânia, o Presidente Vladimir Putin foi acusado pelos países ocidentais de provocar uma guerra na Europa. Veja aqui a cronologia dos acontecimentos que levaram à guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Foto: UMIT BEKTAS/REUTERS
2004
O candidato pró-Rússia, Viktor Yanukovich (na foto), é declarado Presidente, mas alegações de fraude eleitoral provocam um movimento de protesto. Conhecida como a Revolução Laranja, a iniciativa força uma nova votação, que resulta na eleição do pró-ocidental Viktor Yushchenko.
Foto: Reuters/T. Makeyeva
2005
Um ano mais tarde, o novo Presidente, Viktor Yushchenko, promete retirar a Ucrânia da órbita de Moscovo e conduzi-la em direção à NATO e União Europeia. Durante a sua campanha em 2004, Yushchenko sofreu uma tentativa de assassinato por envenenamento que o deixou desfigurado. Desde então, fez uma recuperação física total.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/A. Vitvitsky
2008
Na cimeira de Bucareste, a NATO concorda em iniciar o processo de adesão da Ucrânia e da Geórgia. "Acordámos hoje que estes países se tornarão membros da NATO", lê-se na declaração da cimeira. Na mesma cimeira, o Presidente russo, Vladimir Putin (na foto), avisou que as relações com o Ocidente dependeriam do respeito pelos interesses do seu país.
Foto: Vladimir Rodionov/dpa/picture-alliance
2010
Viktor Yanukovich derrota Yulia Tymoshenko nas presidenciais e torna-se chefe de Estado. As eleições foram consideradas justas por observadores internacionais. Uma semana antes da assinatura do acordo com a UE, Yanukovich suspende o processo e anuncia que a Ucrânia prefere juntar-se à Rússia na União Aduaneira Eurasiática.
Foto: Reuters
2013 e 2014
A decisão de Yanukovich gera uma onda de protestos de apoiantes da integração europeia. O movimento chamado "Euromaidan", por centrar as manifestações na Praça Maidan, em Kiev, tornam-se violentos. Dezenas de manifestantes são mortos, mas o Presidente acaba por ser retirado do Governo, exilando-se na Rússia.
Foto: Tomas Rafa
2014 - anexação da Crimeia
Em março, a Rússia anexa a península da Crimeia, no sudeste da Ucrânia.
Em abril, separatistas com apoio de Moscovo declaram a independência das "repúblicas" de Luhansk e de Donetsk, na região oriental ucraniana do Donbass, iniciando uma guerra que provoca 14 mil mortos em oito anos.
Foto: Imago Images
2019
O ex-ator e comediante Volodymyr Zelensky é eleito Presidente da República em 21 de abril e promete pôr fim ao conflito no leste da Ucrânia. Em 2021, apela ao novo Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, para apoiar a adesão da Ucrânia possa à NATO, colocando o país em novamente nos trilhos rumo à Europa.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Sivkov
2021 - Março até Novembro
O Governo russo estaciona tropas perto da fronteira da Ucrânia, alegando treinos miltares.
A Ucrânia acusa Putin de ter concentrado 100 mil tropas e armamento pesado nas suas fronteiras, o que motiva um pedido de explicação dos EUA ao Kremlin. Putin acusa o Ocidente de exacerbar tensões "entregando armas modernas a Kiev e conduzindo exercícios militares provocatórios" no Mar Negro.
Foto: Maxar Technologies via REUTERS
2021 - Dezembro
Biden adverte que a Rússia será alvo de sanções económicas duras se invadir a Ucrânia.
Moscovo divulga as suas exigências ao Ocidente: tratados a proibir a adesão da Ucrânia e da Geórgia à NATO, o estabelecimento de bases militares no leste e a retirada de tropas aliadas da Roménia e da Bulgária, num regresso à situação anterior a 1997.
Foto: Brendan Smialowski/AFP
2022 - 10 de Fevereiro
Tropas russas e bielorrussas iniciam dez dias de exercícios de combate próximo da fronteira da Bielorrússia com a Ucrânia. A presença destas tropas gera mais preocupação na comunidade internacional, que vê os exercícios como um posicionamento estratégico das tropas russas, dando-lhes mais um ponto de entrada na Ucrânia.
Foto: Alexander Zemlianichenko/AP Photo/picture alliance
2022 - 21 de Fevereiro
Os líderes das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Luhansk pedem a Putin para as reconhecer como Estados independentes. Putin assina os decretos em que a Rússia reconhece a independência das regiões e ordena ao exército russo que envie uma missão de "manutenção da paz" para os territórios no leste da Ucrânia.
A NATO acusa Moscovo de fabricar um pretexto para invadir a Ucrânia.
Foto: Alexei Alexandrov/AP Photo/picture alliance
2022 - 22 de Fevereiro
Zelensky pede ao Ocidente "medidas de apoio claras e eficazes", assegura que os ucranianos "não vão ceder uma única parcela do país" e responsabiliza a Rússia por tudo o que acontecer.
Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, diz que tomou medidas para interromper a certificação do gasoduto Nord Stream 2, numa decisão saudada pela UE e pelos EUA.
Foto: Clemens Bilan/Getty Images
2022 - 24 de Fevereiro
Tropas russas entram na Ucrânia e muitos locais são atingidos por mísseis. Vladimir Putin pronuncia um discurso no qual afirma que apenas alvos militares serão atingidos. Mas relatos de civis feridos e vídeos de ataques em zonas urbanas enchem as redes sociais. Várias baixas são reportadas nas primeiras horas do conflito.
Foto: Ukrainian President s Office/Zuma/imago images
2022 - 24 de Fevereiro
Edifícios residenciais civis atingidos durante a operação militar do Kremlin contra a Ucrânia. Relatos, vídeos e pedidos de ajuda surgem nas redes sociais, expondo vários cenários em que zonas urbanas e civis foram apanhados na destruição dos ataques militares.
Foto: UMIT BEKTAS/REUTERS
2022 - 24 de fevereiro
Muitas pessoas utilizaram as estações de metro em Kiev como abrigo durante a operação militar do Kremlin. As sirenes contra ataques aéreos soaram pela primeira vez desde a 2ª Guerra Mundial. As estações encheram-se de pessoas à procura de guarida.
Foto: Zoya Shu/AP/dpa/picture alliance
2022 - 24 de Fevereiro
Protestos contra a iniciativa militar do Kremlin surgem em vários países, incluindo na Rússia. Na foto, uma manifestante russa é detida pela polícia enquanto segura um cartaz que diz "Não à guerra!".