Parlamento israelita que resultou das legislativas de 23 de março tomou hoje posse, sendo o quarto em menos de dois anos. Antes, Presidente designou primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para formar próximo Governo.
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"Hoje encontro-me perante um Parlamento [Knesset] que foi dissolvido quatro vezes em menos de dois anos. Um Parlamento que renunciou, uma e outra vez, ao direito de expressar a sua confiança num governo", lamentou o Presidente de Israel, Reuven Rivlin, dirigindo-se aos deputados.
Rivlin alertou para a fragmentação da sociedade israelita -- "laicos, religiosos, ultraortodoxos, árabes", descreveu e pediu liderança aos deputados para ultrapassar os desacordos e acabar com o bloqueio político sem precedentes que se vive no país.
"Essa é a liderança que a nação israelita necessita agora e não é algo que se espera apenas do membro do Knesset encarregado de formar um governo ou do novo Presidente que elegerão, mas de cada um de vocês como representantes e líderes do povo", clamou.
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Netanyahu designado para formar Governo
Esta terça-feira (06.04), Rivlin designou o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para formar o próximo Governo, "com base nas recomendações [dos partidos], que indicam que (...) tem maior hipótese de formar um governo", adiantou.
O Presidente explicou não ter sido "uma decisão fácil (...), tanto moral quanto eticamente", um dia depois do recomeço do julgamento de Netanyahu por corrupção, considerando que "nenhum candidato tem uma possibilidade real" de conseguir o apoio de 61 deputados - a maioria no Parlamento de 120 lugares.
Mas o Likud (direita) de Netanyahu foi o partido mais votado nas eleições, obtendo 30 lugares, e o primeiro-ministro cessante foi recomendado para chefiar o novo Executivo por 52 deputados, juntando o apoio dos partidos ultraortodoxos, Shas (nove deputados) e Judaísmo Unido da Tora (sete), e da formação de extrema-direita Sionismo Religioso (seis).
No campo dos anti-Netanyahu, determinados a afastar do poder o primeiro-ministro mais duradouro da história de Israel, 45 deputados recomendaram o centrista Yair Lapid, líder do partido Yesh Atid (o segundo mais votado, com 17 deputados).
Além destes, o Parlamento conta com deputados da coligação Azul e Branco (centrista do anterior ministro da Defesa Benny Gantz, com oito parlamentares), do Yisrael Beiteinu (direita secular, com sete deputados), dos Trabalhistas (esquerda, com sete deputados), do Yamina (direita radical, também com sete parlamentares), da formação Nova Esperança (do ex-Likud Gideon Saar, seis deputados), da Lista Conjunta (coligação de partidos árabes, esquerda, com seis deputados), do Meretz (esquerda, também com seis parlamentares) e do Raam (árabe islamita, com quatro deputados).
Estão representadas 13 formações políticas, uma das quais dirigidas por uma mulher, a trabalhista Merav Michaeli. Entre os 120 deputados encontram-se 30 mulheres.
70 anos de Israel
O Estado de Israel foi fundado há 70 anos. Foi a concretização de um desejo do povo judeu, depois de ser perseguido pelo regime nazi. Mas Israel tem vários inimigos. Conheça aqui a história.
Foto: Imago/W. Rothermel
A esperança triunfou
Foi o primeiro dia de um novo Estado. A 14 de maio de 1948, o primeiro-ministro David Ben-Gurion proclamou a fundação do Estado de Israel. Ben-Gurion disse na altura que o povo judeu "nunca perdeu a esperança", "jamais calou a oração pelo regresso a casa e pela liberdade". Os judeus voltaram, assim, à sua terra de origem, com o seu próprio Estado.
Foto: picture-alliance/dpa
Nova era
Foi um triunfo diplomático: a seguir à proclamação do Estado de Israel foi içada a bandeira do novo país em frente ao prédio das Nações Unidas, em Nova Iorque. Para os israelitas, foi mais um passo rumo à segurança e à liberdade - finalmente, o seu Estado foi reconhecido internacionalmente.
Foto: Getty Images/AFP
Terror nazi
O Estado de Israel foi criado após o Holocausto. O regime nazi assassinou seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. A imagem mostra prisioneiros no campo de Auschwitz, onde morreu quase um milhão de judeus, depois de serem libertados.
Foto: picture-alliance/dpa/akg-images
"Nakba" - a catástrofe
Os palestinianos associam a fundação de Israel à "nakba", a catástrofe. Cerca de 700 mil pessoas tiveram de deixar os lugares onde moravam para dar lugar a cidadãos do novo Estado. Com a fundação de Israel começou também o conflito no Médio Oriente, que ainda não foi resolvido 70 anos depois.
Foto: picture-alliance/CPA Media
De olhos postos no futuro
A auto-estrada nr. 2 não serve apenas de ligação entre as cidades de Tel Aviv e Netanya - ela testemunha também as ambições do novo Estado. A estrada foi inaugurada em 1950 pela então primeira-ministra israelita Golda Meir, que colocou o país na senda da modernização económica e social.
Foto: Photo House Pri-Or, Tel Aviv
Infância no kibbutz
Os "kibbutzim" (plural de "kibbutz") são herdades coletivas que foram criadas um pouco por todo o país sobretudo nos primeiros anos depois da fundação de Israel. Era aqui que na sua maioria judeus seculares ou socialistas punham em prática os seus ideais comunitários.
Foto: G. Pickow/Three Lions/Hulton Archive/Getty Images
Investimento na defesa
As tensões com os vizinhos árabes mantiveram-se. Em 1967, culminaram na Guerra dos Seis Dias, em que Israel derrotou o Egito, a Jordânia e a Síria. Simultaneamente, Israel passou a controlar Jerusalém Oriental e a Cisjordânia, entre outros territórios, algo que despoletou novas tensões e guerras na região.
Foto: Keystone/ZUMA/IMAGO
Colonatos israelitas
A política israelita de colonatos fomenta o conflito com os palestinianos. A Autoridade Palestiniana acusa Israel de impossibilitar a criação de um futuro Estado devido à construção permanente de colonatos. As Nações Unidas também condenam Israel devido a esta política. Mas Israel desvaloriza.
Foto: picture-alliance/newscom/D. Hill
Raiva, ódio, pedras
Em dezembro de 1987, os palestinianos protestaram contra o domínio israelita nos territórios ocupados. O protesto começou na cidade de Gaza e espalhou-se rapidamente a Jerusalém Oriental e à Cisjordânia. A revolta arrastou-se durante anos e acabou com a assinatura dos Acordos de Paz de Oslo, em 1993.
Foto: picture-alliance/AFP/E. Baitel
Finalmente a paz?
As conversações de paz entre o primeiro-ministro israelita, Yitzhak Rabin (esq.), e o líder da Organização para a Libertação da Palestina, Yasser Arafat (dir.), foram mediadas pelo então Presidente norte-americano, Bill Clinton. Culminaram nos Acordos de Oslo, em que ambos os lados se reconheceram oficialmente.
Foto: picture-alliance/CPA Media
Cadeira vazia
O assassinato de Yitzhak Rabin, a 4 de novembro de 1995, minou o processo de paz e expôs as divisões na sociedade israelita. Moderados e radicais, judeus seculares e ultra-ortodoxos, afastam-se cada vez mais. Rabin foi assassinado a tiro numa manifestação por um estudante radical de direita. A imagem mostra o então primeiro-ministro, Schimon Peres, junto à cadeira vazia do seu antecessor.
Foto: Getty Images/AFP/J. Delay
O muro israelita
Em 2002, Israel começou a construir um muro de 107 quilómetros na Cisjordânia. O muro serviu para diminuir a violência, mas não resolveu os problemas políticos entre os dois povos.
Foto: picture-alliance/dpa/dpaweb/S. Nackstrand
Reconciliação
O genocídio dos judeus marca até hoje as relações entre a Alemanha e Israel. Em fevereiro de 2000, o então Presidente da Alemanha, Johannes Rau, discursou no Knesset, o Parlamento israelita, em alemão. Foi mais um passo na reaproximação dos dois países.
Foto: picture-alliance/dpa
Tributo aos mortos
O novo ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas, cumpriu a tradição. A sua primeira viagem ao exterior foi a Israel. Em março de 2018, depositou uma coroa de flores em homenagem às vítimas do Holocausto no Memorial Yad Vashem, em Jerusalém.