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João Lourenço: "É hora" de devolver os milhões da corrupção

15 de outubro de 2024

O Presidente angolano disse hoje durante o discurso sobre o Estado da Nação que "está na hora" de devolver o dinheiro da corrupção estacionado em vários países. Oposição pediu a demissão de João Lourenço.

Presidente angolano, João Lourenço (centro)
João Lourenço: "É hora de exigir que os vários Estados, que foram os destinos dos recursos ilicitamente adquiridos, se juntem ao esforço que o nosso país tem feito"Foto: B. Ndomba/DW

O Presidente angolano, João Lourenço, Estado pediu a outros países para se juntarem aos esforços de Angola no combate à corrupção e pediu a devolução de quase dois mil milhões de dólares que estão em bancos no estrangeiro, incluindo Portugal.

"É hora de exigir que os vários Estados, que foram os destinos dos recursos ilicitamente adquiridos, se juntem ao esforço que o nosso país tem feito e disponibilizem esses recursos que pertencem ao povo angolano para que sejam colocados ao serviço da economia nacional", afirmou João Lourenço durante o discurso sobre o Estado da Nação, na abertura do ano parlamentar.

O discurso ficou também marcado por interrupções dos deputados da oposição, quando João Lourenço falava sobre o tema da nova divisão político-administrativa do país, com a criação de três novas províncias já no próximo ano.

"Autarquias já!", gritaram os deputados.

RADAR DW: Novas províncias vão atrasar mais as autárquicas?

24:33

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O Presidente angolano rejeita, no entanto, que a implementação das autarquias esteja a ser adiada com a divisão político-administrativa. João Lourenço referiu que, para avançar com as autarquias, basta ao Parlamento aprovar o que resta do pacote legislativo autárquico, porque, se dependesse só dele, o processo já estaria concluído.

"Se eu estivesse interessado, com um simples ato administrativo já teria convocado as eleições autárquicas, mesmo sem que Assembleia Nacional conclua a aprovação do pacote legislativo em sua posse. Senhores deputados, simplesmente não é possível de acontecer, porque o tal ato seria nulo, declarou.

Pedidos para demissão de João Lourenço

Com vários cartazes nas mãos, os deputados do grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) deixaram hoje várias mensagens a João Lourenço: "Presidente demita-se, liberte os presos políticos, o povo tem fome, Angola precisa de reformas".

"Presidente demita-se" foi um dos pedidos dos deputados do maior partido da oposição durante o discurso do Estado da Nação

Nelito Ekuikui, deputado e líder juvenil da UNITA, explicou à imprensa que "Há ditadura em Angola. Temos um Presidente da República que viola todos os dias a Constituição da República. Este protesto visou fundamentalmente passar a mensagem de que ele tem estado a dirigir muito mal o país."

Esteves Hilário, porta-voz do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder), disse que o protesto foi a demonstração de que a UNITA é um partido que se opõe a programas que beneficiam os angolanos.

"A UNITA esteve igual a si mesma. Não há novidade nenhuma nisto. Eu vi nas redes sociais uma manifestação de dirigentes da UNITA a festejarem a não vinda do Presidente [norte-americano] Joe Biden. Tudo o que vem beneficiar os angolanos, para a UNITA é sempre tido como um mau momento", afirmou.

Artigo atualizado às 20:25 (CET) de 15 de outubro de 2024.

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