João Lourenço apela por responsailidade do setor privado
Lusa | cvt
23 de novembro de 2019
Presidente de Angola apelou este sábado (23.11) ao setor privado nacional para que assuma "as suas responsabilidades" e reocupe o seu lugar na economia, defendendo que o Estado deve ter uma função meramente "reguladora".
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O Presidente angolano respondia assim, durante um Conselho de Auscultação Social, esta manhã no Sumbe, capital do Cuanza Sul, à interpelação de um representante do setor empresarial da província, que se mostrou preocupado com vários problemas, entre os quais as infraestruturas.
"Numa economia de mercado, o Estado tem obrigações, sobretudo em termos de infraestruturas. O setor privado precisa de energia, é o Estado quem deve garantir; precisa de água, é o Estado que deve garantir; precisa de vias de comunicação que o Estado deve garantir; precisa de crédito e é a banca que deve garantir, mas vamos ver quais as responsabilidades do setor empresarial", retorquiu.
Privatizações
"Vamos fazer com que cada um cumpra as suas responsabilidades", realçou João Lourenço, dizendo que cabe ao setor privado fazer vários investimentos no Cuanza Sul, entre os quais no setor agrícola, dando, como exemplo negativo os "maus resultados" dos investimentos do Estado em "grandes fazendas" que "não produzem quase nada".
"Não vamos persistir no erro, vamos privatizar essas empresas" do setor agrícola e industrial e "tocar para a frente", destacou.
"Estamos a contar bastante com o setor privado para substituir as importações", adiantou, sendo este o principal objetivo do PRODESI (Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações), que "só terá êxito se o setor privado se organizar e assumir essa responsabilidade", afirmou João Lourenço, apelando para que o setor privado nacional "assuma ou reocupe o seu lugar".
O Presidente da República salientou que o setor público continua a ocupar um espaço muito grande na economia, o que justificou com fatores como a guerra e questões de política económica, realçando que os privados devem "ocupar esse espaço que é seu" e acrescentando que "essa conjuntura começa a ser ultrapassada".
"Nós queremos trazer [o setor privado] para primeiro plano", reforçou, atribuindo ao Estado uma função "reguladora".
Inauguração de obras
O Conselho de Auscultação Social contou também com intervenções de representantes dos Antigos Combatentes, das Autoridades Tradicionais, das entidades religiosas, da Juventude e dos Professores.
O chefe de Estado concluiu este sábado (23.11) uma visita de dois dias ao Sumbe, com a inauguração da Centralidade da Quibaúla, um empreendimento social com 2.010 habitações e sete equipamentos sociais, cujos primeiros moradores receberam hoje as chaves das mãos de João Lourenço.
Antes do seu regresso à capital, Luanda, o Presidente angolano passou pelo bairro Cuacra, onde está a ser executado um conjunto habitacional com cerca de 2.000 casas, no âmbito do projeto de desenvolvimento das infraestruturas integradas da cidade do Sumbe.
Luanda é a cidade que cresce mais rapidamente em África
Não são necessariamente as cidades mais populosas de África, mas são as que crescem de forma mais rápida, segundo as Nações Unidas. Luanda lidera a lista das cidades com maior crescimento populacional no continente.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler
1. Luanda, Angola
Nenhuma cidade africana está a crescer tão rapidamente como Luanda, a capital de Angola. Segundo dados da ONU, vivem aqui mais de 7,7 milhões de pessoas. A idade média dos luandenses é de 20,6 anos. A capital é uma das cidades mais caras do mundo. Mas apenas as elites de Angola beneficiam das grandes reservas de petróleo do país. A população fala em desigualdade social no país.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler
2. Yaounde, Camarões
Com 3,6 milhões de habitantes, a capital dos Camarões é muito menor que a de Angola. Os serviços públicos e as representações diplomáticas estão principalmente concentrados na capital. É por isso que Yaoundé desfruta de um padrão de vida e segurança mais elevados do que o resto dos Camarões. É também um ponto central de transferência de mercadorias como café, cacau, tabaco e borracha.
Foto: Dirke Köpp
3. Dar es Salaam, Tanzânia
A população da capital comercial da Tanzânia aumentou mais de seis vezes desde 1978. Dar es Salaam, com mais de seis milhões de habitantes, é a maior cidade da África Oriental e um importante centro económico e comercial para a região. De 2000 a 2018, a população cresceu 166%.
Foto: DW/E. Boniphace
4. Kumasi, Gana
A população da cidade ganesa de Kumasi aumentou onze vezes para três milhões entre 1970 e 2017. Ultrapassou o número de pessoas que vivem na capital, Accra, em 2014 para se tornar a maior cidade do país. A população do Gana está a crescer de forma rápida, especialmente em cidades como Kumasi. A metrópole económica atrai muitas pessoas do norte do país.
Foto: Imago Images/photothek/T. Imo
5. Kampala, Uganda
Kampala, a principal capital de Uganda, fica nas margens do Lago Vitória. A população total da região mais do que duplicou desde o início do século XXI. Muitas pessoas do interior estão a mudar-se para as cidades. Kampala tem uma das maiores taxas de crescimento em todo o mundo. Espera-se que mais de 40 milhões de pessoas vivam na cidade até 2100.
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Kabuubi
6. Lusaka, Zâmbia
Lusaka, o centro económico e político da Zâmbia, registou um boom demográfico nos últimos anos. O centro da cidade, nos arredores da Independence Avenue e da Cairo Road, é caracterizado por edifícios comerciais, companhias de seguros, bancos, bolsas de valores, hotéis e cadeias de "fast food" americanas. O setor industrial, os transportes e o artesanato também desempenham um papel importante..
Foto: DW/C. Chimbelu
7. Douala, Camarões
A maior cidade dos Camarões também está entre as dez cidades que mais crescem em África. Douala é o lar do maior porto da África Central, que é vital para a economia do país e toda a Comunidade Económica e Monetária da África Central. É um importante centro financeiro, industrial, comercial, cultural e de tráfego dos Camarões.
Foto: picture-alliance / maxppp
8. Mbuji-Mayi, República Democrática do Congo
Provavelmente não há outro lugar no mundo com tantos diamantes como em Mbuji-Mayi. Os comerciantes de diamantes da cidade congolesa pintam edifícios com imagens brilhantes e bonitas para atrair os mineiros. A cidade tinha apenas 30.000 habitantes em 1960. Até 2018, Mbuji-Mayi deverá ter 2,3 milhões de habitantes. A imigração em massa das áreas vizinhas aumentou drasticamente a população.
Foto: Imago Images/H. Hoogte
9. Antananarivo, Madagáscar
Antananarivo é a maior cidade e capital do Estado insular de Madagáscar. A maioria dos turistas entra e sai do país pelo aeroporto da capital. Apesar de um período de doenças e guerras no século XVIII, a população da cidade cresceu de forma constante. Esse crescimento populacional deve-se sobretudo à saída das pessoas do interior para a capital do país.
Foto: Imago Images/Xinhua
10. Pretória, África do Sul
Por último, mas não menos importante, no top 10 está a cidade de Pretória, uma das três capitais da África do Sul. É a capital administrativa, com reconhecimento também no campo do ensino superior e da investigação. Localizada a norte de Joanesburgo, Pretória é um importante centro comercial e industrial, onde são construídas ferrovias, carros, máquinas e aço.