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João Lourenço convoca encontro para debater situação na RDC

Lusa
17 de fevereiro de 2024

O Presidente angolano, João Lourenço, convocou, em Adis Abeba, uma pequena cimeira para debater a situação no leste da República Democrática do Congo onde conflitos entre o exército e o M23 se têm intensificado.

João Lourenço, Presidente de Angola
João Lourenço, Presidente de Angola (Foto de arquivo)Foto: João Carlos/DW

Esta cimeira ocorreu ao final da tarde de sexta-feira (16.02), à margem da 37.ª Cimeira da União Africana (UA) na capital etíope, Adis Abeba. 

O Presidente angolano é mediador da UA na crise e, segundo a agência noticiosa angolana Angop, esta pequena reunião "visa discutir o relançamento do processo de paz no leste da RDC".

Esta iniciativa deveria reunir os dirigentes de 11 países africanos, entre os quais a África do Sul, o Quénia, a RDC, o Ruanda e a Tanzânia, bem como representantes da Comissão da UA, mas não foi possível apurar de imediato quem esteve presente.

A reunião teve início pouco depois da chegada do Presidente da RDC, Félix Tshisekedi, a Adis Abeba. O Presidente do Ruanda, Paul Kagame, tinha chegado de manhã à capital etíope, onde fica sediada a UA.

Desde o final de 2021, a província congolesa do Kivu do Norte está de novo a braços com um conflito que opõe a rebelião Movimento 23 de Março (M23) - apoiada, segundo diversas fontes, por unidades do exército ruandês - ao exército da RDC, associado nomeadamente a grupos armados ditos "patriotas".

A RDC acusa o Ruanda de apoiar os rebeldes para controlar os vastos recursos minerais da região, uma acusação que Kigali nega.

Até à data, todos os esforços diplomáticos têm sido em vão e os combates intensificaram-se nos últimos dias, aproximando-se da cidade de Goma, um centro populacional com pelo menos um milhão de habitantes.

O M23, uma rebelião maioritariamente tutsi, surgiu em 2012 e ocupou brevemente Goma no final desse ano, antes de ser derrotado militarmente no ano seguinte.

Reapareceu em novembro de 2021, acusando o Governo de não ter cumprido os acordos de reintegração dos seus combatentes. Desde então, apoderou-se de vastas extensões de território no Kivu do Norte.

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